Saindo de Rio Dourado eu peguei uma Kombi até Rocha Leão. Ela me deixou bem em frente à antiga estação. Rocha Leão é distrito criado em 2003 pertencente ao município de Rio das Ostras.
Fiquei muito feliz em vê-la. A Estação Rocha Leão encontra-se em excelente estado de conservação. Hoje ela é um centro cultural. Olhando pelas janelas vi que possui uma biblioteca com um bom acervo e mesas para leitura.
Foto 1: Aparelho de mudança de via próximo à Estação Rocha Leão
Foto 2: Trilhos
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Foto 4: Dístico da estação, encoberto pelas folhas da árvore plantada em frente
Foto 5: Na plataforma. Notem que a estação foi construida com pedras e está em perfeito estado de conservação
Foto 6: Frontal da bela estação
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Foto 9: Em cima da plataforma aguardei alguns minutos, torcendo para ver uma locomotiva da FCA, mas infelizmente não apareceu nenhuma
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Foto 12: Cobertura
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Foto 15: Sinalização nas proximidades
Foto 16: Passagem de nível
Após fotografar a estação eu pretendia seguir até a Estação Jundiá e depois até a Estação Califórnia, mas fui informado que não existe transporte público até lá. Aparentemente são locais extremamente isolados, pequenas vilas, menores ainda do que Rio Dourado. Cogitei a possibilidade de ir a pé mas o sol das 13:00 estava rachando então resolvi voltar para Búzios.
Comprei uma garrafa de um 1,5 litros de água e bebi tudo quase que imediatamente. Aguardei uma van direto para o litoral de Rio das Ostras. E como aguardei... Foi mais de uma hora esperando e nenhum ônibus ou van passou. Nesse meio tempo fiz algumas fotos do simpático distrito de Rocha Leão.
Foto 17: Uma locomotiva de mentira. Esse local se chama Praça do Trem. A construção ao fundo, apesar de parecer uma estação, nunca teve sequer utilidade ferroviária. Os trilhos da Linha do Litoral nem passavam nesse local, foram cortados para colocar esta pequena locomotiva de mentira. Ficou legal, dá um ar bonito à localidade de Rocha Leão
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Aguardando o ônibus, van, ou qualquer coisa que me tirasse de lá, eu comecei a ficar preocupado. Acho que nem taxi existe em Rocha Leão. Eu estava muito, mas muito longe de Búzios e não tenho carro. Também não tinha quem me buscasse lá.
Nesse meio tempo conheci dois caras mais ou menos da minha idade, eles se chamam Adriano e Fabiano. Conversamos sobre heavy metal e sobre a pacata Rocha Leão. Isso fez o tempo passar um pouco, mas eu estava começando a sentir os efeitos da insolação. Eu estava completamente exposto porque nem sombra estava fazendo mais. Estávamos no horário de verão, era na verdade sol do 12:00, 12:30 e Rocha Leão não possui nada muito alto capaz de dar uma boa sombra. Fora isso não uso bonés e minha careca estava pegando fogo. Até meus brincos estavam queimando minhas orelhas.
Depois de mais de uma hora aguardando, finalmente chegou uma van para o litoral de Rio das Ostras e eu deixei Rocha Leão e meus novos amigos. Na verdade depois de tanto sol qualquer condução que me levasse dali estava bom, fosse pra onde fosse: Casimiro de Abreu, Barra de São João, Rio das Ostras, tanto fazia.
No litoral de Rio das Ostras peguei outra van para Barra de São João, onde eu pretendia pegar um ônibus para Búzios. A van me deixou exatamente onde eu havia saltado de manhã, em Aquário, antes de fotografar a Estação Barra de São João.
Aguardando mais de uma hora em Aquário, me espremendo no ponto de ônibus por um pouco de sombra eu não aguentava mais o sol e resolvi pegar uma condução para o Trevo de Búzios, onde eu poderia pegar conduções vindas de Barra de São João, São Pedro da Aldeia ou Cabo Frio. No Trevo de Búzios aguardei por mais uns 40 minutos mas pelo menos tinha sombra. Finalmente peguei uma van para a Praia Rasa e após uns 15 minutos eu peguei outra van para o Centro de Búzios.
Agora estou aqui em frente ao computador, com os braços vermelhos, acho até que é capaz de desbotar minhas tatuagens, mas estou rindo do texto que acabo de escrever. Eu estava em Búzios, um dos maiores paraísos de praia do Brasil, e fui me meter em lugarejos estranhos atrás destas estações. Já passei por coisa muito pior nessas minhas aventuras ferroviárias mas é só lembrar de como é bom conhecer essas estações, locais e pessoas, tentar viver um pouco de uma época distante e ter histórias pra contar para olhar pra trás e dizer que valeu a pena.
E como valeu !
Abraços a todos.
Créditos
Texto: Renan Souza
Fotos: 1-22 por Renan Souza em 10/11/2009
