[EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

História, fotos, relatos e tudo sobre a memória dos transportes sobre trilhos.

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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 19 Set 2010, 14:45

Dado ja reparou na foto? sao duas composiçoes com material para elevatoria. Que raios de locomotivas sao essas? Nao sao da BALDWIN isso eu tenho certeza, me parecem ser do mesmo modelo da Baronesa, pequenas e sem o boyler a vista. o0 <_< :UH: :WK: :HH:
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por DadoDJ » 19 Set 2010, 15:21

Nando,por isso que acredito que a quantidade de material rodante seja/seria maior do que afirmado a pouco. Tenho muitas fotos, que inclusive figuram no site da Biblioteca Nacional, que mostram locomotivas iguais a essas da foto no canteiro de obras do Caju, que não são Baldwin. Ainda não pude pesquisar em quais relatórios antigos eu li a informação sobre material rodante na época,mas pode crer que eram mais do que 8 locomotivas ...
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 19 Set 2010, 15:40

Dado você tem fotos do canteiro de obras do Caju? Posta ai, to cheio de curiosidades. Se tiver outras bem legais posta ai. Um abraço
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 19 Set 2010, 16:23

Tambem nao e do modelo da Baronesa, pois a mesma na classificaçao Whyte era uma 2-2-2 (duas rodas lideres, duas motrizes e duas nao tracionadas) a Baldwin era 2-6-0, essa na foto parece ser 2-2-0, A Baronesa nao tinha cabine fechada. Boiei agora, sera usada apenas para a construçao? 2-2-0 no Brasil? o0 . Eu heim!!!!
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 19 Set 2010, 16:41

A unica locomotiva ana que eu conheço que trabalhou no Brasil foi ha Locomotiva Ducroo & Brauns (também conhecida como a FURIOSA), era uma valente locomotiva 2-2-0, com cabine para o maquinista, no formato da foto, a excessao do boyler que na Furiosa e a vista, e também so conheço essa locomotiva pois fui estagiario no Primeiro Distrito Naval, exatamento no CETM na Ilha das Cobras, mas que eu me lembre so existia ela, que auxiliou em muito a construçao de varias instalaçoes no Arsenal de Marinha. Era robusta, agiu, pronta para curvas de pequeno raio, mas era bitolinha 60 cm, Rio d'Ouro era metrica.
Putz ia esquecendo a mina de cal da Gato Preto de Jundiai, onde tal materia prima ela levada por pequenas locos ate A FABRICA DE CIMENTO PORTLAND EM PERUS EM SP. Eram 2-2-0 também e bem mais parecidas com a da foto do Dado. :P
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por Pablo ITT » 19 Set 2010, 17:07

NANDORJ escreveu:Como todos sabem a Rio d'Ouro atravessava uma serie de rios do Rio e na Baixada, ja vimos fotos do Rio Jacare e do Rio mencionado em foto pelo Dado, eram locais muitos bonitos e bucolicos, onde nos brasileiros nos perdemos? Afirmo categoricamente para voces que esse rio da ultima foto e um valao fetido e canalizado hoje em dia. Outro dia vi na tv como os portugueses consenvam sua historia e patrimonio, o novo convive com o velho em harmonia, nao podia ser assim aqui? Outro dia a forista Nina me confidenciol, que a mesma estava na Barao de Maua e um FDP desocupado jogou essa perola fratulenta, SERIA MELHOR DEMOLIR ISSO AI E CONSTRUIR UMA COISA NOVA, depois dessa coloco minha viola no saco eme vou. :sn: :@: brb wll nnoo :brrb: :brrb: :brrb:
Já tive uma esperiencia justamente ao contrário. Em uma quase ruína em santa Teresa uma senhora bastante pobre e idosa, perguntou se agente iria demolir o que restou, e nós dissemos que não. para nossa surpresa ela abriu um sorriso de alegria e declarou sua felicidade ao saber da restauração. Infelizmente é raro acontecer.

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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por DadoDJ » 19 Set 2010, 17:49

Fotos na Quinta do Caju (tenho mais, mas não estou em casa ... depois eu posto aqui):

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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por DadoDJ » 19 Set 2010, 17:56

Aliás ... ao invés de postar as fotos aqui, que tal postar o livro inteiro ???
:O
Obras do novo abastecimento de água - Empresa de A. Gabrielli
(Arquivo em formato .PDF)
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/ ... e5_2_8.pdf

Obs.: este é um volume (acho que o primeiro). Existe outro, se eu não me engano ... se eu encontrar, posto o link aqui !

Enquanto isso ... aproveitem o livro ! As fotos são muito boas !
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 19 Set 2010, 17:57

Fotos show de bola <O> , a moldura das fotos também caprichadas, outros tempos :rl: , pq nao nasci nessa epoca :rl:



Nossa que livro e esse? d'outro mundo, que maravilha ora pois
Editado pela última vez por NANDORJ em 19 Set 2010, 18:02, em um total de 1 vez.
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por DadoDJ » 19 Set 2010, 17:59

Achei ! ! !

Obras do novo abastecimento de água - Empresa de A. Gabrielli (Parte 2)
(Arquivo em formato .PDF)
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/ ... e5_2_9.pdf

okk
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por DadoDJ » 19 Set 2010, 21:10

Pombas ... até que enfim o Ralph atualizou a página sobre a parada "Ponte do Iguaçu", da EF Rio do Ouro ... o Julio havia ido lá e fotografado a região em 2009 ! ! ! Só agora que o Ralph atualizou a página ! Depois quando dizem que ele é bairrista ...
:brrb:
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por LRangel » 21 Set 2010, 00:23

Pessoal, boa noite.

Hoje fui ao Centro de trem e na volta resolvi passar na casa da minha coroa, que fica em Vicente Carvalho. Fui de 355 do Centro até lá e na Avenida Brasil, mais ou menos entre o CIAGA e um outro quartel, já na altura da Penha, ví trilhos cortados como se fossem para transpor aquele fétido canal. Seria alí a entrada do porto de Maria Angú? O onibus passou bem devagar e pude observar bem que tratava-se de bitola métrica. Coincidência? Alguém já observou isso tbm?

Abraços
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 21 Set 2010, 08:34

Bom dia Rangel, particularmente nao acredito que seja os trilhos para o porto, mas q você fe um descoberta fantastica do abrigo dos trens e da oficina da Rio d'Ouro da Penha, acredito que o porto Maria Angu ficasse na altura da estaçao de tratamento de esgoto ou no Carioca Iate Clube, seria bom alguem conferir esses trilhos
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por Pablo ITT » 21 Set 2010, 11:29

Não sei se choro, se rio, se grito, estes documentos são de uma importância sem fim.
Muito obrigado pela dica.
app app app app app app

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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por LRangel » 21 Set 2010, 16:19

NANDORJ escreveu:Bom dia Rangel, particularmente nao acredito que seja os trilhos para o porto, mas q você fe um descoberta fantastica do abrigo dos trens e da oficina da Rio d'Ouro da Penha, acredito que o porto Maria Angu ficasse na altura da estaçao de tratamento de esgoto ou no Carioca Iate Clube, seria bom alguem conferir esses trilhos

Pois é Nando, tbm achei curioso, visto que é um pouco longe da Rua Grussaí, porém, apesar do onibus ter passado devagar, pode ser (sendo mais racional) que seje somente coincidência. A Rio d'Ouro é fonte de curiosidades e admiração para muitos, inclusive pra mim. Essa estrada de ferro é contagiante. Aqui, com essas postagens, me vi vivendo na virada do seculo retrasado para o passado, somente para andar de trens. Gente, meu muito obrigado a vocês. Tiro meu chapeu pra vocês todos.

Abraços
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LRangel

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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 21 Set 2010, 19:49

Boa noite Rangel, apesar de nao acreditar que seje trilhos diretamente para o porto, acredito q sejam trilhos da Rio d'Ouro, faz uma ou duas semanas eu, Dado e a Nina abordavamos o ramal da Penha, esse mesmo que vai para o Maria Angu, ramal esse em parte encampado pela Linha Norte da Leopoldina, do trecho de onde as mesmas se cruzavam ate o porto. O Dado trouxe um detalhe importante, na altura desse valao que vai ate a Brasil, havia desvios, que serviam de abrigo para as composiçoes e la se executava algum grau de reparo, nao sabemos precisar se meros reparos ou reparos mais elaborados com a presença de um girador de locomotivas. Como eu tenho chutado bem , desconfio que esses trilhos fossem acesso para esse abrigo. Devemos investigar, colocar essas ruas no google earth e conjecturar essas possibilidades. Uma coisa posso afirmar nao sao trilhos de bondes.
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 21 Set 2010, 20:15

A estrada de Ferro Rio D’Ouro começou a ser construída em 1875, para o transporte dos tubos de ferro e demais materiais, que completaram as obras de construção das redes de abastecimento d’água, asseguradas por um contrato assinado e dirigido pelo Dr. Paulo de Frontin, obrigando-a fornecer o precioso líquido no prazo de seis dias à Cidade do Rio de Janeiro.

Somente em 1883, em caráter provisório, começaram a circular os primeiros trens de passageiros que partiam do Caju em direção à represa Rio D’Ouro.

A Baixada Fluminense seria mais tarde dividida em três sub-ramais: Ramal de São Pedro, hoje Jaceruba; ramal de Tinguá, que se iniciava em Cava (Estação José Bulhões); e o ramal de Xerém, partindo do Brejo, hoje Belford Roxo.

Em 1896, época que os trens de passageiros passaram a circular com melhor regularidade partindo do Caju, atravessavam a rua Bela, Benfica etc. até passar por Irajá em direção à Pavuna.

Nesta estação, última parada antes de adentrar a Baixada, vê-se o antigo canal onde ficava o porto rodeado de trapiches outrora pertencentes ao Comendador Tavares Guerra. Próximo a ele, uma estátua em ferro de mulher oferecia água aos passantes por uma cornucópia, chamada de “Bica da mulata”.

Nas terras de Meriti, os trilhos foram assentados sobre a antiga “Estrada da Polícia”, que partindo da Pavuna, iam encontrar-se com as terras de “Iguassú”, em continuação à estrada que, vindo da Corte, finalizava no Rio Preto.

A próxima estação é Vila Rosaly, que substituiu a “Parada Alcântara”, e homenageou a esposa do Dr. Rubens Farrula, iniciativa da Empresa Territorial Lar Econômico, loteando as terras denominadas “Morro da Botica” ou dos “Barbados”, em referência aos pastores israelitas que residiam próximo ao cemitério dessa comunidade e usavam barbas longas.

Coelho da Rocha – recebeu o nome do proprietário dessas terras, Manoel José Coelho da Rocha, que as cedeu para a passagem dos trilhos e colocação dos dutos, lutando posteriormente para sua transformação em transporte de passageiros. Seu neto Almerindo Coelho da Rocha, herdeiro do que sobrou da antiga fazenda criada por Cristóvão Mendes Leitão em 1739, desfez-se dela, vendendo-a para loteamento.

Belford Roxo – Antiga fazenda do Brejo e anteriormente, Calhamaço, lembrando o antigo canal do calhamaço aberto pelo Visconde de Barbacena (seu antigo proprietário), e que formava um braço do Rio Sarapuy. Sua estação recebeu este nome em homenagem a Raimundo Teixeira Belford Roxo, chefe da 1ª divisão da inspetoria de águas. Havia em frente a esta estação um artístico chafariz de ferro jorrando água, que o povo denominou de “Bica da Mulata”, cuja figura mitológica de uma mulher branca sobraçando uma cornucópia oferecia aos passantes o líquido precioso, que a oxidação do ferro transformou em “mulata”. Cópia da estátua existente na Pavuna.

Areia Branca - Como o nome sugere esta parada era cercada de extenso areal.

Heliópolis – Hélios = sol; polis = cidade, ou cidade do sol. Denominação de uma antiga cidade do Egito cujos habitantes adoravam o Deus Rá.

Itaipu - Ita = pedra; ipú = onde a água faz ruído, do Tupi-guarani, onde a água estronda.

Retiro – Nome do rio que esta ferrovia transpunha (Atual: Miguel Couto).

Figueira - Nome do proprietário das terras em que foram assentados os trilhos.

José Bulhões - Também proprietário da localidade pertencente à povoação de Cava, início de outro ramal com destino a Tinguá.

Cachoeira - Em suas terras corriam volumosas águas que desciam da Serra do Comércio, postas dos rios Sabino e Boa Vista, servindo às adutoras do São Pedro.

Paineira - Homenageia uma árvore abundante no Sudeste, da família das malváceas (Atual: Adrianópolis).

Rio do Ouro - Faz jus ao rio do mesmo nome que corre pouco além de sua estação.

Santo Antônio – Neste trecho, a linha atravessava as terras da fazenda da limeira, pertencentes à Finnie, Irmãos & Cia., e corria sobre três pontilhões.

Saudade - Parada que assimilou o nome de antiga fazenda da região ainda dos tempos das sesmarias, pertencente a uma família portuguesa.

São Pedro - Era o ponto final da linha deste ramal situada na base da serra do Couto. Os trilhos, porém, prosseguiam para o caso de manutenção até atravessarem os córregos Maria da Penha, Jequitibá e o Rio São Pedro, chegando à casa do administrador, limites do morgadio de Matto Grosso e nas vizinhanças das terras do Marquês de São João Marcos, Pedro Dias Paes Leme, descendente de Fernão Dias, o caçador de esmeraldas (Atual: Jaceruba).

Sub-ramal do Tinguá

José Bulhões – Início dos trilhos que partiam em direção Norte em busca da raiz da serra do Tinguá.


São Bernardino – Situada em terras da fazenda São Bernardino, pertencente a Jacintho Manoel de Souza e Mello, um dos opulentos comerciantes da Vila de Iguassú, com a firma Soares & Mello, onde se vê sua bela casa assobradada em uma elevação do terreno e sinalizada por um caminho que, partindo da estação e ladeado por uma alameda de palmeiras imperiais, ia terminar à entrada principal deste palacete.

Iguassú – Sinalizava a região da antiga Vila de Iguassú. Com uma estrada perpendicular à linha, encontrar-se-ia esta antiga sede do Município e um dos portos fluviais mais notáveis da então Província do Rio de Janeiro.

Barreira – Próximo a esta parada, os trilhos cortam um morro argiloso, justificando seu nome. Aqui foram instaladas nos anos 30 as “granjas da Conceição” que dividiram uma área de 200 alqueires em lotes para chácaras e sítios.

Tinguá – Fim de linha na velha estação de passageiros. Situada à margem esquerda da serra velha, entretanto, seus trilhos continuavam para a direita na extensão de 6 km, até a represa do Bacuburú.

Sub-ramal do Mantiquira

Belford Roxo - Partindo desta estação em direção Nordeste, a linha transpõe o Rio Botas e atinge a garganta do Manuel Ignácio, cujo nome se refere a Manoel Ignácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, Márquez de Itanhaém, senhor do morgadio de Matto Grosso, cujas terras pertenceram ao Brigadeiro Francisco de Paula de Bulhões Sayão. Assim como a Fazenda Monte Alegre, que entre seus herdeiros, contava com D. Alice Sayão, casada com o Dr. João de Carvalho Araújo, que viria a ser diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Aurora – Nome também de uma velha fazenda que existiu na região, cortada pelos Rios Sayão, Botas e o Rio Baby.

Baby – Nome da parada, herdado do rio que era atravessado um pouco antes.

Parada 43 – Era antiga posição quilométrica da parada a contar do Caju (42.408m).

Lamarão – Do radical de “lama”, significa a lagoa formada pelas chuvas nas depressões do terreno.

Mantiquira ou Mantiqueira – Antiga “João Pinto”. Deu-lhe o nome o rio em cujo vale estende-se a linha que se dirige às represas do Galrão. É a estação de entroncamento da linha do Xerém. Está situada na velha Fazenda da Posse, pertencente à família Pereira de Sampaio. Dos mananciais que abasteciam o Rio de Janeiro é o Mantiquira o que contribuía com maior volume de água.

Galrão – Parada e fim da linha situada na antiga fazenda do Cônego Galrão, comprada pelo Governo em 1886 ao seu então proprietário Manuel Ubelhart Lengruber.

Mantiquira a João Pinto

Outro ramal partindo da Mantiquira tomava rumo Norte e passava por Piedade. Pequena parada, após transpor 8 bueiros até chegar em Xerém.

Xerém – Situada na povoação que constituiu a sede do 6º distrito do Pilar, no Município de Nova Iguaçu, tem seu nome originado no antigo proprietário dessas terras, o inglês John Charing, que desde 1725, estava ocupado em alugar barcos para transporte, através do Rio do Couto (ou Pilar), na passagem do Caminho do Ouro. Convivendo com escravos e pessoas de pouca instrução, teve seu nome modificado para Cherem e, posteriormente, definindo sua corruptela em Xerém.

João Pinto – Final da linha deste sub-ramal junto à represa para a captação das águas do rio do mesmo nome.

Registro – este sub-ramal partia de Xerém em direção às represas do Covã, Itapicú, Paraíso, Alfa e Perpétua.
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 21 Set 2010, 22:10

Boa noite a todos, vim depois de ardua pesquisa reconhecer que o Dado estava certo em relaçao ao material rodante da EF Rio d'Ouro, eu acreditava que eram num total de oito locomotivas que exerceram o trabalho de construçao e manutençao da adutora, transporte de passageiros e de cargas, seriam essa:
5 Baldwins tipo Mogul 2-6-0 de fabricaçao norte-americana?(mais tradicional nas fotos)
3 Nohab 4-6-0 de origem sueca.(muito parecida co a Baldwin, olhe o numero de rodas do truck para diferenciar.
Mas isso nao e bem verdade, comentarios atras, questionei que locomotivas eram aquelas em tres fotos distintas, com material para construçao da adutora, por certo eram pequenas de quatro rodas, nao sei definir se eram 2-2-0 ou 0-4-0, devido a isso comecei a buscar na internet e no livro do Helio Suevo, entao descobri outras locomotivas que serviram a Rio d'Ouro nos seus 96 anos de bons serviços, as irei enumerar a seguir:
Baldwins tipo Consolidation 2-8-0, em um numero nao determinado.
Baldwins tipo Ten-wheel 4-6-0, em um numero nao determinado.

A pergunta que nao quer calar que locomotivas eram aquelas da construçao? Eu particularmente acredito que nenhuma das locomotivas acima enumeradas foram usadas para tal fim e sim para o transporte de passageiros e cargas, as pequenas locomotivas em questao, pouquissimo vistas em fotos deviam pertencer ao SOCORRO DAS AGUAS, ou seja o serviço de manutençao das represas e da adutora. Me ajudem nesse misterio.

Antes que alguem me pergunte sobre os numeros das locomotivas, irei explicar, e um termo tecnico, chamado classificaçao Whyte, que classifica as locomotivas pelo numero de rodas e sua funçao no conjunto da locomotiva.
EX uma loco 2-6-2
Primeiro numeral, rodas lideres, como o nome sugere que vao a frente, sem traçao
Segundo numeral, rodas motrizes sao as que movem a locomotivas, todas ligadas pela transmissao da vaporosa
Terceiro numeral, rodas nao tracionadas, sao as do fim da locomotiva, fora da transmissao.
Podendo as locomotivas ter ou nao rodas lideres ou nao tracionadas, e opcional em virtude do projeto. A classificaçao francesa diferente da anglo-saxa acima, nao conta rodas e sim eixos, ou seja o numeral e a metade da Whyte.
Editado pela última vez por NANDORJ em 21 Set 2010, 22:26, em um total de 1 vez.
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Adenilson
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por Adenilson » 21 Set 2010, 22:24

Pessoal,
Depois de 15 dias fora, vi que vocês escreveram bastante!!!
Tentei ler tudo da forma mais dinâmica possível e vou responder aos poucos dando as minhas opiniões. Para isso, tive que dar uma boa lida, pois nunca pesquisei a fundo esse ramal.


Como todos sabem a Rio d'Ouro transporta passageiros desde 1883, sendo que esse ramal chegou a ser usado por Dom Pedro Segundo, mas a Linha Norte da Leopoldina com seu trecho inicial de Sao Francisco Xavier e pelo menos Estaçao da Penha em 1886 como esta descrito nas Estaçoes Ferroviarias do Ralph, ou seja ramal da Penha da Rio d'ouro e a Estaçao da Linha Norte da Leopoldina coexistiram de 1886 ate a erradicaçao do ramal da penha no final da decada de 20 do seculo passado.
A pergunta que faço e a sequinte: ONDE ERA A CRUZ DE SANTO ANDRE QUE CRUZAVA AS DUAS FERROVIAS?

Nando, o Dado postou um mapa de 1928 (vide pág 3:fórum Benfica, Rua Bella e Praia pequena) que mostra o cruzamento das ferrovias. A Rio D'ouro vinha da Brás de Pina onde no Largo da Penha virava Monsenhor Alves Rocha e seguia pela Rua Ibapina onde cruzava com a Linha do Norte e seguia pela Prof. Plínio Bastos até atingir a Baia de Guanabara.
Quanto à localização do cruzamento, o mapa é bem explícito e você poderá visualiza-lo na página que indiquei. Tenha como referência, os nomes ds ruas atuais.
O Dado refez tudo no Google e postou o caminho do ramal de Maria Angú sobre a urbanização atual.

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NANDORJ
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Re: [EF Rio do Ouro] Curiosidades, vestígios e descobertas

Mensagem não lida por NANDORJ » 21 Set 2010, 22:32

Boa noite Adenilson, as conclusoes foram tiradas por mim, Nina e pelo Dado depois, atraves de mapas da SMU, ela nao sequia ha atual Ibiapina(lado da Igreja da Penha), e sim se cruzavam na altura da atual passarela no encontro de Jose Mauricio(antiga Custodio de Melo), Bras de Pina e Ibiapina(parte desmembrada da antiga Democraticos), ate o inicio dos anos 60 era uma passagem de nivel rodoviaria, mas atraves dos mapas da SMU, verificaos ser ali o cruzamento das ferrovias, outra coisa o traçado das ruas fora bem descaracterizados apos os anos 40 e 50.
Editado pela última vez por NANDORJ em 21 Set 2010, 23:02, em um total de 1 vez.
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