Revista Ferroviária
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Veículo leve é a nova aposta da Alstom Brasil
03/06/2009 - DCI
A Alstom Brasil pretende reforçar mais um nicho de mercado no País, ao provar a viabilidade nacional da implementação dos Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT), nas cidades. Os VLT são uma espécie intermediária de trem de passageiros, entre o metrô e o trem, e, segundo o francês Philippe Delleur, presidente da companhia no Brasil, eles têm tudo para complementar com êxito os projetos de mobilidade urbana nos municípios. Os VLT são equipamentos sofisticados que podem ser construídos mais rapidamente, a um custo inferior ao das grandiosas obras de metrô, explicou o presidente, em entrevista exclusiva ao DCI.
O executivo lembrou que a Alstom está envolvida na implementação do metrô de Brasília, que será o primeiro VLT da América Latina. Segundo Delleur, existe um modelo similar a esse projeto que a Alstom pretende apresentar para outras cidades nos próximos meses. Além disso, a escolha das 12 cidades que devem sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, que será sediada pelo Brasil, pode representar um impulso para a empresa comercializar novos VLT, por surgirem como eficiente ligação entre estádios, aeroportos e pontos turísticos, como disse o entrevistado.
Podemos, sim, apresentar o sistema às cidades-sede [dos jogos da Copa], pois ele é uma ótima complementação do transporte urbano e pode ser implantado em dois a três anos, comentou o presidente da empresa, acrescentando que os veículos leves sobre trilhos podem transportar de 140 a 300 passageiros por trem, o equivalente a 3 ônibus ou 50 carros de passeio. O VLT circula a uma velocidade de até 80 quilômetros por hora e, por ser elétrico, não polui.
A Alstom se diz líder nesse mercado em que ultrapassou a marca de mil trens deste tipo vendidos, em sua maioria a regiões da Europa e da África do Norte, e da Austrália. No Brasil, a empresa acaba de fechar um contrato milionário para a sinalização do transporte metropolitano da capital federal, Brasília. A companhia também está de olho na licitação de projetos que devem sair nos próximos meses, como os VLT da Baixada Santista e de Mogi da Cruzes, em São Paulo, e o de Vitória, no Espírito Santo. Outro projeto que deve contar com a Alstom na disputa é do Expresso Aeroporto, que vai ligar o Aeroporto Internacional de Guarulhos ao centro da capital paulista.
Potencial
Apesar do forte potencial da empresa, a estratégia de expansão da Alstom no Brasil não está baseada só nos VLT. Ao contrário, a empresa vê ainda potencial em seus mercados mais fortes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em São Paulo, por exemplo, há um plano grandioso de expansão tanto do Metrô (Companhia do Metropolitano), quanto da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), avaliou Philippe Delleur.
Ele se refere ao Plano de Expansão do Transporte Metropolitano de São Paulo, pelo qual até o ano que vem o governo investirá R$ 20 bilhões, nas duas empresas, o que pode gerar novos negócios para a Alstom, não só fornecendo carros (trens), mas também na venda de equipamentos de sinalização e manutenção destes sistemas, negócios que a empresa pretende incrementar ao concorrer às futuras licitações.
Outro projeto que a Alstom garante ter potencial para levar é do Trem de Alta Velocidade (TAV), que deve ligar São Paulo e o Rio de Janeiro, popularmente conhecido como trem-bala. Vamos participar para ganhar, exclamou o presidente da Alstom no Brasil, afirmando ter condições de fabricar um TAV brasileiro com tempero francês, por meio da transferência de tecnologia.
O executivo incluiu que a empresa é a única que poderia fabricar parte dos equipamentos em suas fábricas brasileiras, com condições de obter financiamentos para itens do projeto como equipamentos e máquinas. Recentemente, a corporação liderou uma visita ao Brasil, que trouxe representantes do Governo Francês e do sistema financeiro local, como os bancos BNP Paribas e Société Générale, além da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD)
A Alstom Brasil também atua no segmento de geração de energia, e como não divulga alguns números locais, exemplifica que dos quatro mil funcionários, cerca de 60% trabalham ligados ao ramo energético e o restante no segmento ferroviário. Hoje, a estrutura da empresa conta com uma fábrica de trens na capital paulista e outra em Taubaté (SP), de equipamentos de energia hidroelétrica, além da que irá inaugurar na Região Norte.
Mundialmente, a Alstom está presente em mais de 70 países, somando quase 80 mil funcionários. No ano fiscal que se encerrou em março de 2009, viu os pedido crescerem 5%, na comparação com o ano passado, o que desencadeou em um crescimento de 30% no lucro líquido do período medido, mesmo depois do advento crise econômica mundial.
Disputa
Foi dada a largada oficial ontem de uma disputa que interessará à Alstom, a do Trem Expresso Aeroporto, que exigirá aporte de R$ 1,4 bilhão da empresa vencedora. As propostas para um trajeto que terá mais de 28 quilômetros de extensão e a tarifa máxima de R$ 35,00, segundo
o edital, poderão ser entregues no dia 22 de julho.
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Será que a possível implantação do Maglev Cobra no Fundão já está começando a atiçar os animos dos concorrentes?
Aposta no VLT
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