Metrô anuncia prazo para inaugurar sinalização

[André Vasconcellos]

Metrô anuncia prazo para inaugurar sinalização que promete melhorias

Dados inéditos mostram que, ao contrário do previsto, o número de passageiros que usa o metrô diminuiu depois que foi criada a conexão direta Pavuna-Botafogo

O metrô anunciou hoje (5) um novo prazo para inaugurar a sinalização que promete trazer melhores dias para os passageiros. O problema é que vai demorar um pouco mais do que disse a Secretaria de Transportes, na semana passada.

Dados inéditos mostram que, ao contrário do previsto, o número de passageiros que usa o metrô diminuiu depois que foi criada a conexão direta Pavuna-Botafogo.A equipe do RJTV acompanhou a chegada e a saída dos trens, na estação da Pavuna, às 6h. Na média, o intervalo fica em 6 minutos e 30 segundos. Mas há espera de até dez minutos.Depois, a reportagem embarcou com destino a Botafogo. Com uma câmera pequena, a viagem foi registrada.

O trajeto levou quase uma hora. O ar condicionado funcionava, mas não parecia suficiente para o vagão lotado. “Você tenta entrar e as pessoas te jogam para fora. Quando você fazia a baudiação pelo Estácio era bem mais tranquila. Era cheio, mas não essa bagunça que está agora”, disse uma passageira.

Não deveria ser assim. Desde a inauguração da Linha 1A, em 22 de dezembro, a expectativa era de redução de intervalos e aumento da capacidade de passageiros. Era o que anunciava, na época, o secretário de Transportes. “Nós esperamos que nós tenhamos ali 200 mil usuários a mais”, disse, na época, o secretário de Transportes, Júlio Lopes.Números do próprio metrô revelados agora mostram que isso não aconteceu. Na comparação com o início de 2009, janeiro deste ano teve redução no movimento. Dez mil passageiros a menos por dia na Linha 2. No total, somando linhas 1 e 2, a queda é de 20 mil usuários.

Os intervalos também pioraram. Antes, a demora entre um trem e outro era em média de 4 min. Agora, segundo o metrô, passou para seis.Na semana passada, o secretário Júlio Lopes admitiu que a melhora depende da instalação de um novo sistema de sinalização e comunicação entre os trens.Com tantos problemas, o cronograma de promessas foi sendo esticado. Assim que a linha foi inaugurada, o metrô pediu mais alguns dias para ajustes. Em seguida, mais algumas semanas.Depois, a previsão para as mudanças passou para o fim de fevereiro ou até início de março. Mas hoje (5), o metrô disse que o novo prazo pode não ser suficiente.

“Você tem um sistema que é novo e ele ainda está operando de maneira provisória, porque a gente depende de ter a sinalização definitiva, que só vai ser possível no final de março”, disse o diretor de relações institucionais do Metrô Rio, Joubert Flores.Diante de tantos problemas, promotores de justiça e deputados começaram a cobrar os estudos que teriam sido feitos para comprovar que a obra da Linha 1a traria realmente benefícios.A Secretaria de Transportes informou que mandou o estudo para o Ministério Público e a Assembleia Legislativa. O deputado Alessadro Molon encaminhou, esta semana, uma cópia para a análise do Conselho Regional de Engenharia.

“Este documento que está aqui não garante as promessas que a empresa concessionária fez. Não há estudos suficientes que garantam que isso poderá dar resultados”, disse o presidente do CRE, Agostinho Guerreiro. Enquanto isso, aos passageiros, resta esperar.

Segundo a Secretaria de Transportes, o estudo criticado pelo Conselho Regional de Engenharia E Arquitetura (CREA) foi aprovado pela Procuradoria Geral do estado.O Metrô diz que reconhece os problemas, mas que desde a inauguração da Linha 1ª, os intervalos entre os trens vêm sendo reduzidos gradativamente.

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