Bilhete Único é tema de debate no Rio

[Renanfsouza]

Bilhete Único é tema de debate no Rio

25/06/2009 - 18h56

A implantação do Bilhete Único no sistema de transportes urbanos na Região Metropolitana do Rio foi um dos temas do VII Rio de Transportes - seminário promovido pela Coppe/UFRJ, nesta quinta-feira (25/06) no Clube de Engenharia, no Centro. Por mais de quatro horas, representantes das secretarias estadual e municipal de Transportes e das concessionárias Supervia, Metrô Rio e da Fetranspor discutiram os cálculos e os ajustes necessários que as empresas terão que fazer nas tarifas para viabilizar a bilhetagem integrada. Também foram apresentados painéis para diferentes cenários de integração tarifária, como a ligação Nova Iguaçu-Rio, Duque de Caxias-Rio e Japeri-Rio.

O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, apresentou um resumo do estudo que está sendo feito pela mesma consultoria que implantou o Bilhete Único de São Paulo, a Oficina dos Consultores/Trends Engenharia. O secretário destacou que, no caso do Rio, a implantação do sistema é muito mais complexa porque não envolve subsídios por parte do governo. No entanto, ele ressaltou que os entendimentos e a equação final para o programa está cada vez mais próximos. E garantiu que até o final do ano os testes com o bilhete integrado vão começar em pelo menos dois corredores de transportes: Saracuruna-Rio e Japeri-Rio, envolvendo ônibus e trens.

- Esse é um sistema altamente complexo. Temos uma enorme quantidade de linhas circulando e competindo entre si e com os trens. Temos que chegar a uma equação que não seja prejudique o setor. Mas os empresários também terão que fazer a parte deles, para o bem de toda a sociedade. E estamos cada vez mais perto deste entendimento. Fato é que não há como implantar o Bilhete Único sem que haja uma reorganização, uma racionalização do sistema de transporte nos municípios da Região Metropolitana – disse Julio Lopes.

As empresas dos serviços de transportes do Rio se mostraram favoráveis ao processo de implantação do Bilhete Único, mas salientaram a importância da criação de um programa que pudesse favorecer os usuários sem trazer prejuízos fatais à receita delas. A Supervia, o Metrô Rio e a Fetranspor citaram a política tarifária de São Paulo que fornece subsídios para manutenção do Bilhete Único na cidade, que chega a R$ 700 milhões por ano.

O presidente da Fetranspor citou uma pesquisa feita pelo setor que mostra que somente 18,8% utilizam mais de um tipo de modal. Mas o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, esclareceu que, embora esse número pareça pequeno, ele representa a fatia mais pobre da população, a que mora em regiões mais afastadas do Centro e precisa mais de um modal para chegar ao trabalho.

- O Bilhete Único vai beneficiar quem mais precisa. Na prefeitura, estamos trabalhando para iniciar o projeto piloto ainda este ano pela Zona Oeste. Os testes são importantes para avaliar questões como impacto tarifário, o desenho das linhas e o sistema de validação dos cartões, comentou Sansão.

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Fonte: Site da SETRANS/RJ