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Cidades lutam para mudar traçado do TAV

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HGP
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Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por HGP » 17 Ago 2009, 09:55

Cidades se mobilizam para mudar traçado do trem-bala

ALENCAR IZIDORO e MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo
in http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 0059.shtml



Na vizinhança, a promessa de um trem-bala monopoliza as atenções. Alguns ansiosos para viajar a São Paulo ou ao Rio numa velocidade de 350 km/h. Outros com medo de ter suas casas isoladas pelo muro ou cercas do empreendimento, e longe de qualquer estação.

Com tanto bafafá, José Carlos Cescon resolveu vasculhar sozinho, na internet. "Você não imagina meu susto. A obra passa bem em cima do clube", afirma ele, gerente do Thermas do Vale, ponto de lazer com 8.000 associados em São José dos Campos (a 97 km de SP) e que está lá há mais de uma década.

A divulgação on-line nas últimas semanas (no site oficial: www.tavbrasil.gov.br) do traçado de referência do trem-bala para interligar Campinas, SP e Rio já mobiliza moradores e donos de terra que temem ser afetados no trajeto de 511 km.

Os questionamentos vão das desapropriações aos impactos ambientais e urbanísticos.

O projeto do governo federal é estimado em R$ 34,6 bilhões e prometido para 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil.

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Um dos principais focos de resistência é São José dos Campos, onde políticos adversários (do PSDB ao PT) se uniram num mesmo lobby: fazem questão da presença do TAV (Trem de Alta Velocidade, nome técnico do trem-bala) por lá, mas num traçado diferente.

Na última sexta (14), encaminharam um pedido oficial de mudança ao governo Lula (PT), cujos técnicos ressalvam que a proposta divulgada não é a final, mas só uma referência.

A ressalva de maior apelo é a ambiental: a obra passa em cima de um cartão-postal conhecido como Concha do Banhado, uma área de proteção. "O pulmão de São José dos Campos", diz Marcelo Guedes, dirigente da Associação de Engenheiros e Arquitetos do município.

Mas a pressão popular é mais forte ainda devido às interferências urbanas. Além de atingir imóveis de classe média no bairro do Vale dos Pinheiros, a rota do trem-bala passa ao lado de condomínios de alto padrão, que temem ficar isolados, como uma barreira paisagística, afirma Carlinhos de Almeida, deputado estadual (PT-SP).

No Rio, a maior reação partiu da UFRJ (Universidade Federal do Rio). Motivo: pela proposta, os trilhos passariam entre o Centro de Letras e Arte e o Centro de Tecnologia Mineral, no campus da ilha do Fundão, na zona norte da cidade.

O reitor Aloísio Teixeira afirma que o trem comprometeria os projetos de expansão previstos no Plano Diretor 2020, homologado pelo MEC. "As áreas pretendidas para a passagem do trem são terrenos que vamos ocupar com salas de aula."

No último dia 6, o Conselho Universitário aprovou uma moção desautorizando qualquer intervenção no campus.

O reitor se encontrará nesta semana, no Rio, com o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo. Ele diz que técnicos da universidade podem ajudar a mudar o traçado, se necessário.

Teixeira considerou exíguo o período de consulta popular (de 24 de julho até 17 de agosto de 2009). "A impressão que dá é que não se quis fazer uma discussão verdadeira."

O estudo do trem-bala (preparado por uma consultoria britânica antes do lançamento da licitação, previsto para este semestre) estima que 90% do trajeto de superfície, de 312 km, seja bloqueado por cercas e arame farpado. O restante, com muro dentro da área urbana.

Os gastos para adquirir terras, indenizar construções e reassentar 618 famílias ultrapassam R$ 2,26 bilhões --suficiente para construir 10 km de metrô (tamanho do ramal Paulista, a linha 2-verde em SP).

Estações

A proposta estabeleceu oito estações obrigatórias (Campinas, Viracopos, Campo de Marte, Guarulhos, São José dos Campos, Volta Redonda/ Barra Mansa, Galeão e Rio) e três paradas opcionais (Resende, Aparecida e Jundiaí).

A previsão é que 18% do traçado total seja de túneis --que somam 31% do custo da obra, maior percentual na relação de todos os itens de despesa.

E a solicitação em lugares que são alvo do trajeto é justamente para que a circulação seja subterrânea --o que deve encarecer os custos.

"O que estamos pedindo não extrapola o que está previsto para outras cidades, como Guarulhos e São Paulo", diz Felicio Ramuth, assessor da gestão Eduardo Cury (PSDB) em São José dos Campos. A proposta feita ao governo é a construção de um túnel de 5 km.

Campinas também reivindica que parte do trajeto, cortando dois bairros, seja subterrânea. "Queremos evitar a criação de uma barreira geográfica", diz Hélio de Oliveira Santos (PDT), prefeito da cidade.


Pablo ITT
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por Pablo ITT » 17 Ago 2009, 13:02

O mais badalado aeroporto internacional da França, o de Lyon, por onde passa o TGV está a pouco mais de 25 km de distância do centro da cidade foi planejado em conjunto para receber a estação de trem.
O aeroporto JFK um dos maiores do mundo, senão o maior, não tem TAV mas tem trem para facilitar o acesso e dezenas de outras opções (ver em Ferrovias - mundo / NY de trem para o aeroporto percurso de mais de 23 km).
Até entendo que o TAV passe por Guarulhos está praticamente no caminho.
Mas no Rio o GIG fica a menos de 9 km do centro acessível pelos projetos a serem implantados do Metrô, Supervia, Maglev (até o SDU) e até se quiserem por via marítima. Nas demais cidades existe necessidade de passar pelo centro? Será que não poderia ser um pouco fora? Evitaria estes gastos com desapropriação, o que é um grande negócio especulativo para alguns.
Vi a alternativa do traçado do prof. Eduardo David que seria passar por cima do leito ferroviário existente, como uma solução que poderia resolver dois problemas, o do TAV e o da modernização do trecho até Deodoro.
Só discordo dêle no ponto em que passa através de túnel pela Serra do Mendanha, que também é conhecida como Serra do Vulcão pois existiu um que está extinto há milhares de anos e é bom não ressucitá-lo. Para corrigir este ponto bastaria, quando chegar em Madureira, o leito virar à direita pelo caminho da torres da Light e continuaria até a subida da serra no ponto onde está projetado. Por baixo seria a Via Light e por cima o TAV.
Não atrapalharia os planos da UFRJ, não teria desapropriação na Baixada e seria um túnel a menos.
Alguém já disse em outro forum que a intenção é apenas visando a privatização do GIG e agregar mais valor a ele do que beneficiar a população e o usuário.
nnoo


Pablo ITT
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por Pablo ITT » 17 Ago 2009, 17:01

http://www.ufrj.br/mostraNoticia.php?cod_noticia=8140

A UFRJ E O TREM BALA
Aloisio Teixeira*

A Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu, surpresa, a notícia da Consulta Pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), destinada a “divulgar a documentação pertinente e colher sugestões sobre o projeto de implantação do Trem de Alta Velocidade – TAV, para o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.”

A surpresa se deve ao fato de que um projeto de tal magnitude, com custos elevados e grandes impactos sobre as áreas direta e indiretamente afetadas, do ponto de vista ambiental, econômico e social, seja colocado em discussão com um prazo tão curto (24 de julho a 17 de agosto), informações insuficientes e sem que instituições, grupos sociais, comunidades e demais agentes públicos e privados interessados tenham possibilidade de tomar adequado conhecimento da questão.

Ainda mais surpreendente é saber que o traçado pretendido atravessa a Cidade Universitária da UFRJ, território onde se exerce a autonomia universitária assegurada pela Constituição Federal. A autonomia, expressão contemporânea da tradição que, desde os primórdios da instituição, é um requisito fundamental para o desenvolvimento da educação superior, consiste em direito ao autogoverno, inclusive em questões relacionadas à ocupação, uso e acesso ao território universitário.

Tal fato ganha maior gravidade por se dar em um momento em que a Universidade está elaborando seu Plano Diretor UFRJ 2020 — na verdade um ambicioso projeto de desenvolvimento da Cidade Universitária, que enfatiza sua integração à Cidade do Rio de Janeiro e aponta para a necessidade de uma ampliação expressiva das redes de transporte público para atender a uma população estimada em mais de 120.000 pessoas que circularão por essa região até 2020. O Plano Diretor é parte de um conjunto mais amplo de projetos que integram o Plano de Reestruturação e Expansão da UFRJ, aprovado pelo Conselho Universitário em outubro de 2007 e homologado pelo Ministério da Educação.

Vale destacar que uma das recomendações ali contidas diz respeito exatamente à garantia da integridade e inalienabilidade do patrimônio fundiário da Universidade. A razão para essa recomendação é que a finalidade primordial do patrimônio da Universidade Federal do Rio de Janeiro é a de servir única e exclusivamente ao fim para o qual foi destinado, isto é, ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária.
Há uma razão adicional que aumenta nossa preocupação: o Edital desconhece a importância e a qualidade dos conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos no país, omitindo inteiramente qualquer requisito que venha a associar o projeto ao desenvolvimento nacional.

Por essas razões, o Conselho Universitário da UFRJ aprovou em recente reunião uma moção de protesto contra os procedimentos adotados, a ausência de informação qualificada e os prazos irrisórios da Consulta Pública. Manifestou ademais sua oposição à utilização da Cidade Universitária, que não foi sequer consultada, como via de passagem para o trem de alta velocidade, através de terrenos de propriedade da UFRJ e nos quais a Universidade exerce sua plena autonomia constitucional.

A UFRJ está plenamente consciente de que a questão do transporte público integra o painel de problemas que exigem soluções eficientes e modernas. A UFRJ está capacitada a ajudar na busca das soluções. Exatamente por isso, e em defesa de sua função social e de seu estatuto, desautoriza qualquer intervenção no território da Cidade Universitária, à sua revelia, e apela à sociedade em geral e às autoridades governamentais direta ou indiretamente envolvidas com o processo decisório referente ao Projeto do TAV que ampliem os prazos de discussão pública e permitam que as decisões sejam tomadas não em gabinetes fechados mas com ampla consulta aos interesses da sociedade e da população.

* Reitor da UFRJ.

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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por HGP » 18 Ago 2009, 10:36

Isso vai dar uma briga para desapropriar...


Pablo ITT
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por Pablo ITT » 18 Ago 2009, 13:05

HGPFILHO escreveu:Isso vai dar uma briga para desapropriar...
Desde a linha Vermelha a indústria da desapropriação é, infelizmente, uma das que mais cerescem aqui no Rio. Muitas vezes até fomentada por interesses eleitoreiros e escusos.
wll wll


Pablo ITT
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por Pablo ITT » 19 Ago 2009, 10:50

Acho pretenção da minha parte achar que eles leram no TGVBR as reclamações e dicas que todos nós fizemos aqui. A verdade é que os planejadores do TAV descobriram a pólvora.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/08 ... 464659.asp
______________________________________________________________________________

RIO - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou nesta terça-feira que o trem-bala será subterrâneo nas zonas urbanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O órgão decidiu fazer a exigência, que será incluída no projeto de referência para investidores interessados na concessão, por causa dos inúmeros obstáculos para realizar a obra na superfície. Serão, ao todo, 80 quilômetros de túneis. A decisão da ANTT encerra a polêmica em torno da passagem não autorizada do trem pelo campus da Cidade Universitária da UFRJ, na Ilha do Fundão.
O diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, diz que a decisão foi tomada por questões de segurança, economia e facilidade de execução da obra.
- O cálculo de quanto economizaremos ainda não foi feito, até porque o valor final da obra, de R$ 34,6 bilhões, é de referência. Mas, sem os túneis, haveria interferência séria em viadutos como a Linha Vermelha. Além disso, decidimos por questão de segurança de transporte e do passageiro.
_______________________________________________________________________________

:Y:
Já que chegaram a esta conclusão, só falta levar estes túneis até as proximidades do centro de Sampa, e não no Campo de Marte. Não sou paulistano e posso até estar falando besteira mas a impressão que me causa a notícia é esta.
Aqui no Rio a questão é de segurança para os passageiros pois a rota proposta passa em áreas de risco, e acima de tudo muito degradada.
Ainda penso neste roteiro:
Galeão - Leopoldina - leito do ramal de Deodoro em túneis até Madureira/Mercadão ( aproveitando para colocar este trecho das linhas da Supervia todo subterrâneo, não necessariamente ao mesmo tempo), daí em diante via Light em elevado.
:^:
Sou muito chato com este traçado né pessoal?
:brrb:

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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por HGP » 19 Ago 2009, 14:10

Relaxa Pablo, você está expondo suas idéias... Mas que teremos briga pois uma obra de porte dessa não vai ser fácil. Se ao menos tivesse o leito da antiga EFCB inteira entre Rio e SP para fazer o "up grade", mas o traçado deverá levar em consideração todos os pormenores, devendo levar desenvolvimento e nao tolhendo desenvolvimento de outras areas.


Pablo ITT
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV

Mensagem não lida por Pablo ITT » 19 Ago 2009, 23:09

Talvez em São Paulo tenha acontecido o mesmo caso. É que a ferrovia divide os bairros ao meio e nunca há uma integração de transportes, tipo assim não há um veículo que faça os dois lados da via. Comercialmente então é um estrago só, um lado sempre fica abandonado, a exceção de Madureira que tem movimento comercial dos dois lados e Cascadura que tem um comércio muito fraco dos dois lados. O que vejo é que a região do centro está se expandindo em direção oeste ao longo da via férrea e agora, enquanto não está valorizado e saturado, é a melhor época para se fazer algo que realmente melhore e valorize a região fazendo com que a PMRJ e o Estado ganhem mais na arrecadação. Chama se planejamento de longo prazo, só que político é imediatista né? Melhor gastar dinheiro com obra do que com desapropriação.
okk

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