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FALTA TAV, MAS FALTA EDUCAÇÃO E CÉREBRO...

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AGV
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FALTA TAV, MAS FALTA EDUCAÇÃO E CÉREBRO...

Mensagem não lida por AGV » 26 Nov 2013, 12:32

Somos um país com grande potencial para Trens de Alta Velocidade (TAV). Sim, somos.

No entanto, não temos TAV, ferrovias eficientes, aeroportos de qualidade e tantas outras coisas porque nos falta algo essencial: educação e mentes preparadas. É uma questão de prioridades lógicas. E, por essa razão, não somos a potência que gostaríamos de ser.

Vivemos em um país onde muitos se preocupam em vestir roupas de grife e ter os últimos eletrônicos, melhorar a vida apenas no âmbito pessoal ou de seu círculo de convivência, mas faltam as bases estruturais e culturais que realmente sustentam o desenvolvimento. Seguimos, assim, vivendo de aparências.

Queremos nos comparar com a Europa, mas ignoramos o caminho que eles percorreram. Foram séculos, até milênios, de esforço, aprendizado e conquistas para chegarem onde estão. Por isso, toda essa "modernidade" que tentamos exibir aqui não tem um impacto real. O comportamento da sociedade expõe nossas lacunas, e o progresso que precisamos não pode ser alcançado sem antes resolver o essencial.

Com isso em mente, tive a ideia de criar um fórum para discutir transporte ferroviário – algo tão necessário em um país continental como o nosso. Mas percebi que é difícil exigir aquilo que muitos sequer conseguem compreender ou oferecer.

Nossos aeroportos, telecomunicações, internet e tantas outras infraestruturas não operam com o desempenho competitivo e produtivo com a eficiência que deveriam pois nos falta visão, consciência e, sobretudo, mentes capacitadas para exigir e implementar padrões de primeiro mundo. É a falta de educação e preparo que perpetua esse ciclo.

Na Europa, o sucesso vem porque pensaram e planejaram. Aqui, queremos os resultados sem trilhar o caminho necessário para conquistá-los. E isso reflete em tudo: de infraestrutura a esportes. Somos os "campeões morais" que voltam de competições sem medalhas, mas com caras e bocas para sustentar o ego.

Infelizmente, cheguei à conclusão de que não faz sentido discutir a implantação de algo de primeiro mundo em um país que sequer faz o básico. Tomemos como exemplo a Copa do Mundo: um evento que, apesar de suas prioridades questionáveis, exige infraestrutura. O que vemos, no entanto, são "arranjos", com força-tarefa improvisada para esconder problemas ao invés de resolvê-los.

Como um dos fundadores do TGVBR, sinto-me na obrigação de dizer que não consigo mais levar a sério a discussão sobre algo tão valioso como o transporte ferroviário de alta velocidade em um país que ainda carece do essencial.

Se quiserem debater o tema "TAV no Brasil", sintam-se à vontade. Mas, acima de tudo, reflitam sobre as verdadeiras mudanças que precisamos fazer para que sonhos como esses deixem de ser apenas ideias distantes e se tornem uma realidade possível.

Uma delas, básica, é a de antes de se construir algo com custo elevadíssimo de projeto, construção e operação, o que tem de ser feito é recuperar a malha existente, de cargas e passageiros, construir e disponibilizar linhas convencionais e de média velocidade, até porque dentro deste contexto, construir um TAV com esta malha que temos hoje é como pretender construir uma casa pelo telhado: Sem sentido..

Sem falar em outros aspectos, como o econômico e de (real) demanda e, citando um fato em específico: A fuga de negócios da cidade do Rio de Janeiro em função da grave crise de Segurança pública em que a cidade está mergulhada, há décadas, fazendo com que até a movimentação do aeroporto internacional local (Galeão) caia drasticamente e seja grandemente afetada porque as empresas de logística simplesmente se mudaram para outras cidades mais viáveis para se trabalhar.

E considerando mais este fator, é bem difícil não se considear que já se estaria construíndo uma linha deficitária desde o projeto ou, como dito, pelo menos se optar por uma de média velocidade, como um governador na época disse, "um trem meio bala" :P , seja pelo custo amplamente mais baixo, ou pelo patamar atual das ferrovias no país, o sensato é começar pelo mais básico, até para se ganhar know-how, ter as linhas mais convencionais prestando serviço, para aí sim se poder fazer o mais sofisticado.

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