Re: Trem Série 5000 - CCTU (Cobrasma/Francorail/MTE)
Enviado: 08 Out 2010, 13:55
Eu sei disso Vicente... Não é pra mim que você tem que falar isso!Vicente escreveu:Ué, para sistemas de tração diferentes, cursos pra manutenção...
Vou citar como exemplo a SuperVIA: quando em 1997 a CBTU contratou o consórcio ADtranz / T'Trans para modernizar os trens da Série 900, transformando-os em Série 9000, o consórcio sugeriu à CBTU a troca do sistema de tração (do original eixo de cames para um sistema moderno tipo chopper). Para imcrementar ainda mais, o chopper fabricado pela ADtranz permitia inclusive a comutação DC/AC (ou seja, se a CBTU quisesse, poderia ter trocado os motores de tração do trem). Entretanto, a CBTU decidiu utilizar os mesmos motores TCO da Série 900. Todos nós (ou a grande maioria) sabemos que os trens da Série 9000 sofrem de alguns problemas, sejam eles referentes à má manutenção proporcionada pela Flumitrens / SuperVIA, seja como dificuldade de manutenção da frota (pela baixa quantidade de carros), seja pelo fato de ser a única frota da SuperVIA que opera com chopper (os Rotem Série 2005 operam com inversor de tração).
O sistema de controle de tração por eixo de cames é o sistema mais básico que existe, pois nele nào há eletrônica. Trata-se de um sistema eletro-mecânico, apreciado por empresas que preferem ter pouco gasto com a manutenção do subsistema. Porém, há algumas características negativas do sistema, a saber:Vicente escreveu:O eixo de cames é o básico, o sistema feijão com arroz de controle, não? (Algo como o velho estrela-triângulo, que funciona de maneira simples, mas funciona)
1°) A variação da tensão nos bornes do motor se dá na forma de "degraus" de corrente, ou seja, com picos de tensão e corrente nos motores. Isso ocasiona um maior desgaste do enrolamento do motor;
2°) Por causa dessa característica, ocorrerá no trem trancos, a medida que vai se eliminando as resistências de partida e aumentando a tensão e a corrente nos motores. Com isso, quem perde são os passageiros, principalmente no item conforto;
3°) Devido aos trancos a estrutura primária do trem (assim como suportes de equipamentos) soferá impactos pontuais, o que com o tempo ocasionará o aparecimento de trincas nesses elementos.
Com o sistema chopper isso não ocorre, pois a regulagem da tensão e da corrente nos bornes do motor de tração se dá linearmente. Entretanto, esse sistema requer um maior aperfeiçoamento do profissional para a sua manutenção, pois trata-se de um equipamento eletrônico.
Devido à esse fato a RFFSA escolheu o sistema com eixo de cames. Já a Companhia do Metropolitano de São Paulo e a #FEPASA foram audazes em escolher um sistema mais "complicado" e mais caro de se manter pensando em custos (apesar do custo inicial mais alto, o sistema chopper tende a reduzir gastos em outra áreas da manutenção e operação) e também no conforto do passageiro.
Não se esqueça que uma parte do pessoal da manutenção da CPTM veio da #FEPASA. Pergunta se o pessoal de Engenheiro São Paulo gostavam dos trens da Série 160 (atual 5500)? Reclamavam que era um trem complicado e muito sofisticado... Os caras gostavam mesmo era de consertar o "básico" 4400.Vicente escreveu:Aqui em SP não temos trens com todos os sistemas, e o pessoal consegue? Porquê em outra parte não conseguiria?
Não sei dizer se é bom uso de dinheiro público... Os trens da Série 5000 já pagaram o custo de sua aquisição.Vicente escreveu:Se dá pra modernizar os 5000 e destiná-los a um bom uso em algum lugar (e creio que estruturalmente, eles aguentem), por quê não fazê-lo? É bom uso do dinheiro público...