Ramal Matadouro
Infelizmente eu não posso postar imagens daqui do trabalho. Mais tarde vou tentar postar um mapinha que eu fiz do Ramal.
Antes de tudo é preciso definir os limites do antigo matadouro. A linha passava por dentro dele, rente ao seu limite, que era razoavelmente paralelo a atual Rua Prof. Plinio Bastos porém entre os quarteirões entre esta e a Rua Bariri.
Por exemplo, o estádio do Olaria co-existiu com o Matadouro pois foi inaugurado em 1947 e o terreno do matadouro foi loteado em 1966 (data do PAA da área). Porém o campo ficava no sentido transversal ao atual. Ao invés de paralelo a Rua Lucena, ficava paralelo a Rua Bariri entrando por onde atualmente ficam as piscinas. Quando do loteamento do matadouro, o Olaria recebeu a aprte do terreno que fechava o quarteirão até a nova Rua Prof. Plínio Bastos e inverteu o sentido do seu campo construindo novas instalações sociais na outra parte do terreno.
A Praça Marechal Maurício Cardoso e seu triângulo não existiam. Eles foram resultado do loteamento do matadouro já que outro limite era a Rua Leopoldina Rego.
Os limites, pelo menos na sua última configuração eram: Paralela no quarteirão entre Rua Bariri e Rua Prof. Plinio Bastos, Rua Leopoldina Rego, IAPI da Penha e Praia de Maria Angu, posteriormente Av. Brasil.
Foto do local com o estádio invertido:
http://fotolog.terra.com.br/znorte:133
Quanto ao ramal, ele saía da linha da Leopoldina. Ele não vinha da Rio d'Ouro pela Democráticos como proposto pelo Dado. Porém o Ramal saía exatamente do local onde o Dado colocou como cruzamento com a Leopoldina (no local onde a antiga Estrada da Penha cruzava com ela). A única diferença é que o raio da curva era um pouco maior. O Ramal entrava por dentro do atual Supermercado Extra (antiga Sendas) ao lado de uma antiga casa de 1929 (conforme dístico) que até hoje está no local na Rua Leopoldina Rego(
Google Street View)
Após cruzar por dentro do terreno do supermercado ele cruzava a atual Rua Eng Edmundo Regis Bittencourt e cortava o atual terreno do Olaria um pouco acima da linha do meio de campo atual, indo par ao lado da Plinio Bastos. Notem como parte da arquibancada atual é diferente (a parte mais nova, após 66) está bem mais escura na imagem -
Link Google Map) Por baixo, pela Rua Lucena, vê-se ainda melhor a diferença entre as estruturas dos trechos de arquibancada.
Do outro lado da Lucena, passando por trás do fórum, hoje em dia existem casas. Porém a uns 25 anos atrás (quando eu tinha uns 4, 5 anos) eu lembro de aqueles terrenos serem baldios! O atual fórum era uma pracinha onde eu brincava e atrás os terrenos estavam sendo invadidos por uma família de pedreiros que faziam obras na área e que construíram casas para toda a família naquele terreno (pelo menos ali, não ficou com cara de favela). Ou seja, aquele era o antigo leito do Ramal. Seguindo, por trás da Escola Miguel Couto existe hoje e sempre existiu desde que me lembro, um ferro velho, que segundo meu pai era por onde passava a linha (
FerroVelho). Como detalhe, ao lado desse ferro velho, existia um terreno também vazio que foi invadido e que seria utilizado para a extensão da Rua Nair até a Rua Lucena (esse infelizmente tem cara de favela). Cruzando a Nair, existe hoje uma escola particular infantil e um portão em um muro amarelo. Exatamente muro, segundo meu pai, entrava a linha do ramal que seguia naquela direção até a Rua Prof. Luis Rondelli (
Muro Amarelo).
Ali é o ponto onde tenho dúvidas. Seguindo em frente, na mesma direção, chega-se nos fundos de onde ficava o antigo prédio do matadouro, na metade do quarteirão entre a Av. Brasil, a Rua Cmte Vergueiro da Cruz, a rua Nair e a Rua Prof. Plinio Bastos, do lado da Rua Nair (
Local do antigo prédio do matadouro), onde foi depois construído o depósito do Discão (depois Paes Mendonça, atual Zona Sul). Detalhe que esse trecho da Plinio Bastos não foi aberto antes de 1975/1980.
Porém, meu avô, já falecido, dizia e chegou a me mostrar um antigo pedaço de muro que ficava (não sei se ainda está lá) numa pequena comunidade junto a Rua Cmte Vergueiro da Cruz que seria o antigo portão por onde entravam os trens para descarregar os bois (
Pequena "favelinha". E há dois fatos que corroboram com isso. O primeiro é que naquele ponto realmente existia algo que foi aproveitado, provavelmente por ex-funcionários do matadouro, como moradia, como mostra uma atiga foto do início do loteamneto da área que pode ser visto na terceira foto deste link do site
http://www.rioquepassou.com.br/2006/02/ ... -da-penha/ do grande conhecedor de história do Rio, Andre Decourt. Ou seja, aquela pequena comunidade já existia antes do loteamento da área. O segundo fato é puxado pela minha memória.
Rente a Cmte Vergueiro da Cruz passava e ainda passa um pequeno canal (de uns 5m) que deságua naquele grande canal da Av. Brasil. Ele "surgia" logo após o IAPI e "sumia" após a Plínio Bastos. Hoje em dia este canal está canalizado e coberto. Mas até o final dos anos 90 ele era aberto e aí é que aparece a minha suspeita. Haviam 3 pontes sobre este canal. Um, mais próximo ao IAPI, era o acesso ao Discão para clientes. Outro era o acesso ao Discão para cargas, mais próximo à Plinio Bastos. E entre os 2 havia um terceiro, que ficava exatamente em frente a esta favelinha. Naquela época não teriam construído uma ponte naquele local apenas para acesso a uma favelinha onde moravam bem menos de 50 pessoas. A minha suspeita é que de essa ponte fosse uma antiga ponte ferroviária que acessava aquele ponto para descarga da boiada.
Portanto a partir da Rua Luis Rondelli acredito que hajam 3 possibilidades: uma é a de que o ramal seguia reto até o prédio do matadouro. Outra é de o ramal fizesse uma leve curva à esquerda e terminasse numa espécie de terminal de descarga para os bois. E uma terceira é de que, como no matadouro de Santa Cruz, houve um ramal circular que ligasse as duas possibilidades anteriores para que o trem pudesse manobrar.
Para fechar, uma curiosidade. Existe até hoje, próximo ao local, uma vila residencial construída para os funcionários do matadouro. Nos últimos anos as casas tiveram suas fachadas bastante modificadas (algumas inclusive ganharam novos pavimentos), mas até 20 anos atrás eram todas iguaizinhas e com um telhado único para todas. Ficam neste ponto onde o Dado achava que passava o ramal num trecho fechado a carros entre as Rus Prof. Luis Rondelli e Noêmia Nunes
Google.
A vila por onde você achava que passava o ramal e que se inicia nessa vila para funcionários do matadouro até a Cmte Vergueiro da Cruz, não é uma rua de depósitos. É uma vila residencial, razoavelmente antiga (contemporânea ao matadouro) onde inclusive eu já morei.
Como eu escrevi.. hehe
Agora vem a parte boa. Discutir as informações. Vamos lá.