[Notícia] Furiosos com demora, argentinos incendeiam trem
Enviado: 09 Set 2008, 23:21
04/09/2008
Reuters
BUENOS AIRES (Reuters) - Centenas de passageiros enfurecidos com a demora em um serviço de trens urbanos em Buenos Aires incendiaram os vagões de uma composição nesta quinta-feira. Em outras estações, as ferrovias foram bloqueadas, o que atrasou a normalização das viagens.
A empresa privada que opera o serviço é alvo frequente das reclamações dos usuários devido às más condições em que se viaja. Embora tenha admitido a demora e compreendido a irritação dos passageiros, a companhia se opôs veementemente ao ato.
"Entendemos a irritação que as pessoas podem ter porque o serviço foi interrompido ou está demorado, mas de maneira nenhuma podem atentar assim contra um serviço público", disse Gustavo Gago, porta-voz da empresa TBA, à televisão local.
A televisão argentina mostrou imagens das imensas labaredas que saíam de vários vagões na estação Merlo, da linha Sarmiento, na zona oeste de Buenos Aires, enquanto uma multidão enfurecida ocupava as ferrovias e os trens em Castelar.Usuários entrevistados pelos canais de TV argentinos disseram que queriam bloquear o serviço porque já haviam perdido o dia de trabalho.
"Queremos ir trabalhar e não podemos", disse uma jovem ao canal de notícias CSN.Os serviços ferroviários na Argentina estão, em sua maioria, nas mãos da iniciativa privada desde a década de 1990, mas são alvo constante de reclamações dos usuários, que se queixam das demoras e de viajar "como gado" dos arredores de Buenos Aires até a cidade.Em 2005, os passageiros incendiaram vagões da mesma linha ferroviária, também por causa da demora no serviço.
"O serviço está saturado. Não podemos aumentar a frequência dos trens pelo sistemas de barreiras e a verdade é que estamos em um beco. É difícil continuar a prestar o serviço nas atuais condições", anunciou o porta-voz da TBA.
05/09/2008 - 12h06
Ministro argentino acusa esquerda de orquestrar vandalismo em trens
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Folha Online
O governo argentino acusou militantes de esquerda de incendiar três vagões de trem da linha Sarmiento, em Merlo, e depredar a estação de Castelar, na Argentina, ontem (4), informou o jornal "La Nación" na edição desta sexta-feira. Ontem, o incidente tinha sido atribuído a um grupo de pessoas revoltado com o atraso no sistema.
De acordo com o ministro, os manifestantes carregavam panfletos que reivindicavam a reestatização do serviço de trem. "Foi uma situação premeditada para sabotar e com a intenção de provocar distúrbios." O chefe da polícia da Província de Buenos Aires, Daniel Salcedo, disse ontem que, no circuito interno de vigilância, era possível ver os vândalos usando capuzes e mochilas.
O ministro de Justiça e Segurança, Aníbal Fernández, acusou os manifestantes de serem filiados ao Partido Operário, Partido Projeto Sul e Movimento Socialista dos Trabalhadores (MST). Ele acusou nominalmente o líder José Mario Escobar de ter articulado o ataque às estações e ao trem. Escobar, porém, não estava entre os manifestantes presos pela polícia.
Nesta manhã, sete pessoas --sendo um adolescente-- permaneciam presas na cidade de Castelar por causa dos protestos.
Um dos líderes do Partido Projeto Sul, Fernando "Pino" Solanas, disse ao "La Nación" que o ministro acusa para se isentar da responsabilidade de garantir a segurança dos passageiros. Segundo ele, o ministro "tenta encobrir a conveniência entre a Secretaria de Transportes e a empresa [Trens de Buenos Aires, que administra a linha]".
Ontem, a empresa TBA reconheceu que o serviço está "saturado" pela quantidade de passageiros que utilizam a linha diariamente. Na linha de Sarmiento viajam mais de 10 milhões de pessoas mês, 350 mil por dia, justificou em nota.
Confusão
O protesto durou mais de uma hora e começou em Castelar, no horário de pico. O grupo jogou pedras na bilheteria da TBA e incendiou o trem, antes de enfrentar policiais armados com balas de borracha e gás lacrimejante.
Por causa do confronto, a linha Sarmiento de trem ficou fechada durante toda a manhã de quarta-feira (4). Ela já opera normalmente.
Segundo a polícia, os suspeitos presos devem comparecer ainda hoje a um juizado federal para prestar depoimentos.
Reuters
BUENOS AIRES (Reuters) - Centenas de passageiros enfurecidos com a demora em um serviço de trens urbanos em Buenos Aires incendiaram os vagões de uma composição nesta quinta-feira. Em outras estações, as ferrovias foram bloqueadas, o que atrasou a normalização das viagens.
A empresa privada que opera o serviço é alvo frequente das reclamações dos usuários devido às más condições em que se viaja. Embora tenha admitido a demora e compreendido a irritação dos passageiros, a companhia se opôs veementemente ao ato.
"Entendemos a irritação que as pessoas podem ter porque o serviço foi interrompido ou está demorado, mas de maneira nenhuma podem atentar assim contra um serviço público", disse Gustavo Gago, porta-voz da empresa TBA, à televisão local.
A televisão argentina mostrou imagens das imensas labaredas que saíam de vários vagões na estação Merlo, da linha Sarmiento, na zona oeste de Buenos Aires, enquanto uma multidão enfurecida ocupava as ferrovias e os trens em Castelar.Usuários entrevistados pelos canais de TV argentinos disseram que queriam bloquear o serviço porque já haviam perdido o dia de trabalho.
"Queremos ir trabalhar e não podemos", disse uma jovem ao canal de notícias CSN.Os serviços ferroviários na Argentina estão, em sua maioria, nas mãos da iniciativa privada desde a década de 1990, mas são alvo constante de reclamações dos usuários, que se queixam das demoras e de viajar "como gado" dos arredores de Buenos Aires até a cidade.Em 2005, os passageiros incendiaram vagões da mesma linha ferroviária, também por causa da demora no serviço.
"O serviço está saturado. Não podemos aumentar a frequência dos trens pelo sistemas de barreiras e a verdade é que estamos em um beco. É difícil continuar a prestar o serviço nas atuais condições", anunciou o porta-voz da TBA.
05/09/2008 - 12h06
Ministro argentino acusa esquerda de orquestrar vandalismo em trens
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O governo argentino acusou militantes de esquerda de incendiar três vagões de trem da linha Sarmiento, em Merlo, e depredar a estação de Castelar, na Argentina, ontem (4), informou o jornal "La Nación" na edição desta sexta-feira. Ontem, o incidente tinha sido atribuído a um grupo de pessoas revoltado com o atraso no sistema.
De acordo com o ministro, os manifestantes carregavam panfletos que reivindicavam a reestatização do serviço de trem. "Foi uma situação premeditada para sabotar e com a intenção de provocar distúrbios." O chefe da polícia da Província de Buenos Aires, Daniel Salcedo, disse ontem que, no circuito interno de vigilância, era possível ver os vândalos usando capuzes e mochilas.
O ministro de Justiça e Segurança, Aníbal Fernández, acusou os manifestantes de serem filiados ao Partido Operário, Partido Projeto Sul e Movimento Socialista dos Trabalhadores (MST). Ele acusou nominalmente o líder José Mario Escobar de ter articulado o ataque às estações e ao trem. Escobar, porém, não estava entre os manifestantes presos pela polícia.
Nesta manhã, sete pessoas --sendo um adolescente-- permaneciam presas na cidade de Castelar por causa dos protestos.
Um dos líderes do Partido Projeto Sul, Fernando "Pino" Solanas, disse ao "La Nación" que o ministro acusa para se isentar da responsabilidade de garantir a segurança dos passageiros. Segundo ele, o ministro "tenta encobrir a conveniência entre a Secretaria de Transportes e a empresa [Trens de Buenos Aires, que administra a linha]".
Ontem, a empresa TBA reconheceu que o serviço está "saturado" pela quantidade de passageiros que utilizam a linha diariamente. Na linha de Sarmiento viajam mais de 10 milhões de pessoas mês, 350 mil por dia, justificou em nota.
Confusão
O protesto durou mais de uma hora e começou em Castelar, no horário de pico. O grupo jogou pedras na bilheteria da TBA e incendiou o trem, antes de enfrentar policiais armados com balas de borracha e gás lacrimejante.
Por causa do confronto, a linha Sarmiento de trem ficou fechada durante toda a manhã de quarta-feira (4). Ela já opera normalmente.
Segundo a polícia, os suspeitos presos devem comparecer ainda hoje a um juizado federal para prestar depoimentos.