Guia de Pacobaíba: onde a nossa ferrovia nasceu
Enviado: 05 Dez 2008, 23:58
"Esta estrada deve ser para os brasileiros uma empresa venerada; ela simboliza o alfa de nossa via-férrea; aí sentiu pela primeira vez o solo da pátria o rodar da locomotiva" (Do livro As Estradas de Ferro no Brasil, do Eng. F. P. Passos, 1879).
Hoje, eu fui até Guia de Pacobaíba, Distrito de Magé (município localizado na R.M. do Rio de Janeiro), para conhecer o que restou da antiga Estrada de Ferro Mauá, a primeira ferrovia construída no Brasil. Infelizmente, o que eu encontrei não foi nada animador: a estação e a casa do agente estão em bom estado de conservação, porém os demais monumentos e o próprio entorno se encontram em situação lamentável. Invasões, mato alto, a total falta de conservação e até mesmo uma obra da Petrobras completam o cenário desolador de um patrimônio nacional. Existem planos de recuperar o local e a própria estrada de ferro, mas, para variar, ainda não há nada de concreto. Por enquanto, tudo está jogado a própria sorte.
Antes das fotos, um resumo da história da E.F. Mauá:
Em 1854, Irineu Evangelista de Souza, o futuro Barão/Visconde de Mauá, inaugurou a primeira ferrovia do Brasil, com bitola de 1,676 m, ligando o Porto de Mauá, no "fundo" da Baía de Guanabara, a Fragoso, estação situada a cerca de 14 km, e ali rodou a Baroneza, a primeira locomotiva a percorrer uma linha no Brasil. A E. F. Mauá foi estendida em 1856 até Raiz da Serra (Vila Inhomirim) e dali pretendia subir a serra de Petrópolis para alcançar essa cidade, fato que ocorreu apenas 30 anos mais tarde, mas por outra empresa, a E. F. Príncipe do Grão Pará, que acabou por comprar a E. F. Mauá em 1888 e reduzir sua bitola para métrica para acabar com a baldeação em Raiz da Serra. Em 1890, tudo passou a ser propriedade da E. F. Leopoldina. A partir do momento em que esta chegou a Piabetá com sua linha vinda da estação de Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, o trecho entre Piabetá e Mauá passou a ser apenas um ramal. Em meados dos anos 60, o tráfego entre essas duas estações foi suprimido e a ferrovia desde então está abandonada. Entretanto, ainda resta um pequeno trecho da primeira ferrovia do Brasil com tráfego de trens (trens de subúrbio operados pela SuperVia, em uma extensão de sua linha que termina em Saracuruna) entre Piabetá e Vila Inhomirim.
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4. Daqui em diante não existem mais trilhos. Pedaços da antiga estrada de ferro ainda resistem fora do perímetro urbano de Magé.
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7. A casa do agente, construção de 1916.
8. Um antigo sinaleiro.
9.
10. Estrutura da antiga caixa d'água.
A Estação
O prédio da estação não é o mesmo da inauguração da E.F. Mauá, em 1854; segundo Eugênio Sciammarella, o prédio atual foi construído em 1896, quando se substituiu o porto de madeira pelo de ferro.
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13. Eu tive que arrancar toda a vegetação que cobria esse mecanismo (parece um antigo AMV), para poder tirar essa foto.
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O Cais de Mauá
O Cais de Mauá, situado na Praia de Mauá, avança 250 metros na Baía de Guanabara e é composto de tubos de aço cheios de concreto e um vigamento em forma de treliça. Foi inaugurado em 1896, em substituição ao anterior, que era feito de madeira, e era o local onde se fazia baldeação das barcas para o trem. Esse serviço foi mantido até 1926, quando a ligação direta entre o Rio de Janeiro e Magé foi inaugurada.
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29. Parecem pequenos, mas esses pilares possuem quase dois metros de altura.
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44. Ao fundo, o Pão de Acúçar e o Corcovado.
45.
Eu espero que tenham gostado.
Hoje, eu fui até Guia de Pacobaíba, Distrito de Magé (município localizado na R.M. do Rio de Janeiro), para conhecer o que restou da antiga Estrada de Ferro Mauá, a primeira ferrovia construída no Brasil. Infelizmente, o que eu encontrei não foi nada animador: a estação e a casa do agente estão em bom estado de conservação, porém os demais monumentos e o próprio entorno se encontram em situação lamentável. Invasões, mato alto, a total falta de conservação e até mesmo uma obra da Petrobras completam o cenário desolador de um patrimônio nacional. Existem planos de recuperar o local e a própria estrada de ferro, mas, para variar, ainda não há nada de concreto. Por enquanto, tudo está jogado a própria sorte.
Antes das fotos, um resumo da história da E.F. Mauá:
Em 1854, Irineu Evangelista de Souza, o futuro Barão/Visconde de Mauá, inaugurou a primeira ferrovia do Brasil, com bitola de 1,676 m, ligando o Porto de Mauá, no "fundo" da Baía de Guanabara, a Fragoso, estação situada a cerca de 14 km, e ali rodou a Baroneza, a primeira locomotiva a percorrer uma linha no Brasil. A E. F. Mauá foi estendida em 1856 até Raiz da Serra (Vila Inhomirim) e dali pretendia subir a serra de Petrópolis para alcançar essa cidade, fato que ocorreu apenas 30 anos mais tarde, mas por outra empresa, a E. F. Príncipe do Grão Pará, que acabou por comprar a E. F. Mauá em 1888 e reduzir sua bitola para métrica para acabar com a baldeação em Raiz da Serra. Em 1890, tudo passou a ser propriedade da E. F. Leopoldina. A partir do momento em que esta chegou a Piabetá com sua linha vinda da estação de Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, o trecho entre Piabetá e Mauá passou a ser apenas um ramal. Em meados dos anos 60, o tráfego entre essas duas estações foi suprimido e a ferrovia desde então está abandonada. Entretanto, ainda resta um pequeno trecho da primeira ferrovia do Brasil com tráfego de trens (trens de subúrbio operados pela SuperVia, em uma extensão de sua linha que termina em Saracuruna) entre Piabetá e Vila Inhomirim.
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7. A casa do agente, construção de 1916.
8. Um antigo sinaleiro.
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10. Estrutura da antiga caixa d'água.
A Estação
O prédio da estação não é o mesmo da inauguração da E.F. Mauá, em 1854; segundo Eugênio Sciammarella, o prédio atual foi construído em 1896, quando se substituiu o porto de madeira pelo de ferro.
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13. Eu tive que arrancar toda a vegetação que cobria esse mecanismo (parece um antigo AMV), para poder tirar essa foto.
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O Cais de Mauá
O Cais de Mauá, situado na Praia de Mauá, avança 250 metros na Baía de Guanabara e é composto de tubos de aço cheios de concreto e um vigamento em forma de treliça. Foi inaugurado em 1896, em substituição ao anterior, que era feito de madeira, e era o local onde se fazia baldeação das barcas para o trem. Esse serviço foi mantido até 1926, quando a ligação direta entre o Rio de Janeiro e Magé foi inaugurada.
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Eu espero que tenham gostado.