[Notícia] Copa do Mundo deve otimizar metrô gaúcho
Enviado: 06 Mar 2009, 12:28
Copa do Mundo deve otimizar metrô gaúcho
06/03/2009 - Jornal do Comércio
A maioria dos gaúchos torcerá pela concretização de dois sonhos em 2014: a conquista do hexacampeonato mundial pela seleção brasileira de futebol e a possibilidade de usar um novo sistema de metrô em Porto Alegre.
Os dois assuntos estão tão interligados que a estrutura a ser construída se chamará: a Linha da Copa.
Para realizar esse projeto, a Trensurb prevê a implantação de 20,7 quilômetros de metrô na Capital do Rio Grande Sul, o que implicará um investimento de cerca de R$ 3 bilhões. Essa é a primeira fase do empreendimento, que deve ser finalizada antes da Copa do Mundo de futebol que será realizada no Brasil.
O traçado previsto sai do Mercado Público, pela avenida Borges de Medeiros, Praça Itália, avenida Praia de Belas, com duas alternativas de prosseguir até a Rótula do Papa, na Azenha (uma pela rua Marcílio Dias e outra pela avenida José de Alencar, que aumentaria a extensão em 1,5 quilômetro), seguindo pelas avenidas Azenha, Bento Gonçalves, Antonio de Carvalho, Campus da Ufrgs e avenida Manoel Elias. Próximo a esta última avenida também deverá ficar localizado o pátio dos trens. Cerca de 14 quilômetros dessa extensão do metrô serão percorridos de maneira subterrânea.
Se tudo se desenvolver de acordo com o previsto, a obra iniciará no próximo ano e até o final de 2013 deverá ser concluída a primeira etapa do metrô da Capital gaúcha. Posteriormente será fechado o "anel" da linha que permitirá a integração com o transporte público de toda a Região Metropolitana, com ligação do metrô com o Triângulo da avenida Assis Brasil e avenidas Sertório, Cairú e Farrapos.
Essa segunda fase deve ser finalizada até 2033 e deixará o metrô de Porto Alegre com uma extensão de 37,4 quilômetros. "Vai passar a Copa e as pessoas vão usufruir por cem anos deste sistema que será instalado agora", prevê o presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha.
O dirigente explica que a ampliação do metrô em Porto Alegre é fruto de um estudo compartilhado entre prefeitura, governo do Estado e União, que começou em 2003. A ideia é instalar uma rede integrada de transporte, apoiada por um ramal com alta capacidade de movimentação de passageiros que será o metrô. Os estudos evoluíram em função da Copa do Mundo e do projeto da prefeitura dos Portais da Cidade.
O vice-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, destaca a possibilidade do aproveitamento do metrô em combinação com os Portais da Cidade.
A iniciativa trata-se de um novo sistema de circulação de ônibus na Capital gaúcha. Os veículos que vêm dos bairros chegarão a três grandes portais, nas imediações do Centro do município, onde os passageiros farão uma transferência integrada para veículos modernos, mais rápidos, mais seguros e menos poluentes, que farão a circulação entre os portais e 18 pontos no Centro.
Fortunati argumenta que o metrô também será uma solução que se adianta ao problema de grandes congestionamentos que podem ocorrer na Capital gaúcha. O político calcula que, sem o metrô, em dez anos o trânsito de veículos em Porto Alegre poderá ficar caótico.
Trensurb projeta novos investimentos
Como a Linha da Copa será integrada à estrutura do Trensurb já existente, o projeto fará com que sejam necessários novos trens para operar na Linha 1 que liga Porto Alegre a municípios da Região Metropolitana. A meta é qualificar o serviço, com trens com ar-condicionado, maiores, de seis carros.
Hoje os veículos da Linha 1 possuem quatro carros, com capacidade para cerca de 1,15 mil pessoas. Seis vagões aumentariam a capacidade para em torno de 1,7 mil pessoas. Na Linha da Copa o metrô será menor, formado por um trem composto de quatro carros, com capacidade para 760 passageiros. A velocidade comercial do veículo será de 30 a 35 quilômetros por hora.
Outra ação de relevância conduzida pelo Trensurb é a expansão da Linha 1 para Novo Hamburgo, que foi iniciada neste ano. O presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, afirma que não há problemas com o Tribunal de Contas ou com licenciamentos ambientais para realizar a obra que terá uma extensão de 9,3 quilômetros.
A inauguração da primeira estação em Novo Hamburgo está prevista para até setembro do próximo ano. A conclusão da obra, que está dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve ocorrer em dezembro de 2011. O investimento, proveniente do governo federal, é de R$ 690 milhões.
Cunha acredita que após a conclusão das linhas de Novo Hamburgo e da Capital ainda há espaço para mais ações. "O transporte sobre trilhos tem se qualificado e ampliado diante dos outros modais", conclui o presidente do Trensurb.
PPP é uma das opções para realizar a obra
A proposta do metrô vem em um momento adequado, com o objetivo de atender às necessidades de transporte que surgirão durante a Copa do Mundo de futebol, em 2014. "Porém resta ainda uma indagação, de onde sairá o dinheiro para a obra", ressalta o vice-prefeito José Fortunati. Uma possível reposta para esta questão é a realização de uma Parceria Público-Privada (PPP).
"A minha preferência é pela PPP, eu tenho uma convicção, fazer a PPP sai mais barato para o governo", admite o presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha. O dirigente acredita que o desenvolvimento de PPPs pode dar um novo ânimo ao setor metroviário brasileiro. Se for feita uma PPP, a operação dos trens será de competência da iniciativa privada.
O planejamento prevê a compra dos trens pelo governo e a construção da estrutura e operação do sistema do metrô pela empresa interessada. Dois terços dos custos, cerca de R$ 2 bilhões, seriam de responsabilidade da iniciativa privada. A União adquiriria os trens, utilizando o corpo técnico da Trensurb para fazer a análise da transação, e repassaria os equipamentos para a operadora do metrô.
Deverão ser adquiridos 44 trens a um custo de cerca de R$ 1 bilhão.
Cunha sugere que incentivos fiscais dos governos federal, estadual e municipal poderão aumentar ainda mais a atratividade do projeto. Ele afirma que já há pretendentes ao empreendimento. O embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, esteve neste começo de ano visitando a Trensurb e informou que o governo japonês tem interesse na obra. Espanhóis ligados à empresa Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF) também manifestaram a intenção em realizar o empreendimento.
A outra hipótese para concretizar a Linha da Copa é de que o investimento seja exclusivo do governo federal. Neste cenário, a Trensurb será a operadora do novo metrô. Cunha relata que os trabalhos efetuados até o momento apontam que o metrô será superavitário, diferentemente do que ocorre com a linha operada atualmente pelo Trensurb. O novo metrô daria lucro mesmo usando a tarifa normal do Trensurb, que hoje é de R$ 1,70.
Cunha explica que essa situação se deve ao fato de que em Porto Alegre a movimentação de passageiros será maior do que na Linha 1 que atende a Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e pequena parte da Capital do Estado. Conforme o dirigente, a Trensurb transporta atualmente cerca de 170 mil passageiros, em dias úteis. Os levantamentos feitos indicam que a Linha da Copa movimentará em torno de 350 mil passageiros diariamente.
A perspectiva é de que os custos operacionais e administrativos do novo metrô somem algo em torno de R$ 115 milhões ao ano. Já a arrecadação tarifária ao ano, na primeira fase de implantação do metrô, deverá alcançar cerca de R$ 160 milhões.
A deputada federal Maria do Rosário (PT) confessa que prefere que o metrô seja implementado através de investimento do governo federal, entretanto acredita que o mais viável será a realização de uma PPP. "Mas, é fundamental que o poder público seja responsável pelo planejamento das rotas", defende a deputada.
Maria do Rosário enfatiza que os deputados gaúchos estão unidos na questão de assegurar a liberação de recursos para a construção do metrô. Ela acredita que caso haja algum contratempo que prejudique o cronograma das obras, o governo federal tomará providências para que o metrô seja concluído e opere durante a Copa do Mundo de 2014.
Maria do Rosário comenta que o metrô é um complexo fundamental para a economia e a qualidade de vida dos porto-alegrenses. "É importante que Porto Alegre garanta esse empreendimento para não ficar atrás de outras cidades do País", sustenta a deputada.
Especialista prevê necessidade de subsídios
Apesar dos estudos preverem que a Linha da Copa dará lucro, a projeção é contestada.O engenheiro civil e mestre em Transportes Mauri Panitz destaca que os metrôs normalmente são deficitários economicamente em sua operação e por isso precisam de subsídios do governo.
Ele salienta que pela concepção de transporte de massa, o metrô deveria implementar uma tarifa inferior ao patamar de US$ 1. Panitz, que também é ex-diretor técnico da Secretaria estadual dos Transportes, diz que o metrô trará um "alívio" ao trânsito de veículos em Porto Alegre. "Contudo, isso não significa que acabarão os congestionamentos na Capital", alerta o especialista. Ele argumenta que se houver uma integração inteligente com os outros modais, poderá ocorrer uma mudança da cultura dos porto-alegrenses e diminuir o uso dos automóveis.
Panitz salienta que o metrô é um meio de transporte rápido e confiável. "Além de não estar sujeito a engarrafamentos e não verificar as emissões atmosféricas ocasionadas pela circulação de ônibus e automóveis", acrescenta Panitz. O ex-diretor técnico da Secretaria estadual dos Transportes supõe que o metrô, no futuro, também poderá atender a cidades vizinhas de Porto Alegre como: Viamão, Cachoeirinha e Alvorada.
O especialista aponta que outra particularidade do metrô é ser um sistema de transporte público que atrai mais as classes A e B da sociedade do que o ônibus. Todavia, Panitz argumenta que para otimizar o uso do metrô é preciso construir estruturas paralelas de apoio. Por exemplo, garagens e bicicletários para que as pessoas possam utilizar seus veículos para chegar mais facilmente até as estações.
O vice-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, concorda com Panitz que é preciso criar uma infraestrutura no entorno do metrô para potencializar o transporte de passageiros. Uma medida que pode contribuir com essa ideia é a instalação de uma ciclovia na avenida Ipiranga, algo que deve ser feito ainda neste ano.
Também deverá ser realizado um projeto para ligar o Trensurb ao aeroporto Salgado Filho, através do aeromóvel. O presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, prevê que o aeromóvel será a grande novidade a ser apresentada aos turistas que virão para o Estado durante a Copa.
Ele lembra que se trata de um veículo construído no Rio Grande do Sul e que poderá ser exportado posteriormente. Para ligar o aeroporto à estação do Trensurb, o aeromóvel percorreria uma distância de cerca de um quilômetro.
O investimento para realizar o empreendimento, segundo estudo feito há quatro anos, é de cerca de R$ 25 milhões. A intenção é de não cobrar uma tarifa separada à do Trensurb para o deslocamento entre a estação e o aeroporto, feito pelo aeromóvel. Cunha adianta que o mesmo sistema pode ser adotado para ligar o Trensurb à Arena do Grêmio, que será construída no bairro Humaitá.
Fonte: Revista Ferroviária - Clipping
Link: http://www.revistaferroviaria.com.br/in ... teria=7844
06/03/2009 - Jornal do Comércio
A maioria dos gaúchos torcerá pela concretização de dois sonhos em 2014: a conquista do hexacampeonato mundial pela seleção brasileira de futebol e a possibilidade de usar um novo sistema de metrô em Porto Alegre.
Os dois assuntos estão tão interligados que a estrutura a ser construída se chamará: a Linha da Copa.
Para realizar esse projeto, a Trensurb prevê a implantação de 20,7 quilômetros de metrô na Capital do Rio Grande Sul, o que implicará um investimento de cerca de R$ 3 bilhões. Essa é a primeira fase do empreendimento, que deve ser finalizada antes da Copa do Mundo de futebol que será realizada no Brasil.
O traçado previsto sai do Mercado Público, pela avenida Borges de Medeiros, Praça Itália, avenida Praia de Belas, com duas alternativas de prosseguir até a Rótula do Papa, na Azenha (uma pela rua Marcílio Dias e outra pela avenida José de Alencar, que aumentaria a extensão em 1,5 quilômetro), seguindo pelas avenidas Azenha, Bento Gonçalves, Antonio de Carvalho, Campus da Ufrgs e avenida Manoel Elias. Próximo a esta última avenida também deverá ficar localizado o pátio dos trens. Cerca de 14 quilômetros dessa extensão do metrô serão percorridos de maneira subterrânea.
Se tudo se desenvolver de acordo com o previsto, a obra iniciará no próximo ano e até o final de 2013 deverá ser concluída a primeira etapa do metrô da Capital gaúcha. Posteriormente será fechado o "anel" da linha que permitirá a integração com o transporte público de toda a Região Metropolitana, com ligação do metrô com o Triângulo da avenida Assis Brasil e avenidas Sertório, Cairú e Farrapos.
Essa segunda fase deve ser finalizada até 2033 e deixará o metrô de Porto Alegre com uma extensão de 37,4 quilômetros. "Vai passar a Copa e as pessoas vão usufruir por cem anos deste sistema que será instalado agora", prevê o presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha.
O dirigente explica que a ampliação do metrô em Porto Alegre é fruto de um estudo compartilhado entre prefeitura, governo do Estado e União, que começou em 2003. A ideia é instalar uma rede integrada de transporte, apoiada por um ramal com alta capacidade de movimentação de passageiros que será o metrô. Os estudos evoluíram em função da Copa do Mundo e do projeto da prefeitura dos Portais da Cidade.
O vice-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, destaca a possibilidade do aproveitamento do metrô em combinação com os Portais da Cidade.
A iniciativa trata-se de um novo sistema de circulação de ônibus na Capital gaúcha. Os veículos que vêm dos bairros chegarão a três grandes portais, nas imediações do Centro do município, onde os passageiros farão uma transferência integrada para veículos modernos, mais rápidos, mais seguros e menos poluentes, que farão a circulação entre os portais e 18 pontos no Centro.
Fortunati argumenta que o metrô também será uma solução que se adianta ao problema de grandes congestionamentos que podem ocorrer na Capital gaúcha. O político calcula que, sem o metrô, em dez anos o trânsito de veículos em Porto Alegre poderá ficar caótico.
Trensurb projeta novos investimentos
Como a Linha da Copa será integrada à estrutura do Trensurb já existente, o projeto fará com que sejam necessários novos trens para operar na Linha 1 que liga Porto Alegre a municípios da Região Metropolitana. A meta é qualificar o serviço, com trens com ar-condicionado, maiores, de seis carros.
Hoje os veículos da Linha 1 possuem quatro carros, com capacidade para cerca de 1,15 mil pessoas. Seis vagões aumentariam a capacidade para em torno de 1,7 mil pessoas. Na Linha da Copa o metrô será menor, formado por um trem composto de quatro carros, com capacidade para 760 passageiros. A velocidade comercial do veículo será de 30 a 35 quilômetros por hora.
Outra ação de relevância conduzida pelo Trensurb é a expansão da Linha 1 para Novo Hamburgo, que foi iniciada neste ano. O presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, afirma que não há problemas com o Tribunal de Contas ou com licenciamentos ambientais para realizar a obra que terá uma extensão de 9,3 quilômetros.
A inauguração da primeira estação em Novo Hamburgo está prevista para até setembro do próximo ano. A conclusão da obra, que está dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve ocorrer em dezembro de 2011. O investimento, proveniente do governo federal, é de R$ 690 milhões.
Cunha acredita que após a conclusão das linhas de Novo Hamburgo e da Capital ainda há espaço para mais ações. "O transporte sobre trilhos tem se qualificado e ampliado diante dos outros modais", conclui o presidente do Trensurb.
PPP é uma das opções para realizar a obra
A proposta do metrô vem em um momento adequado, com o objetivo de atender às necessidades de transporte que surgirão durante a Copa do Mundo de futebol, em 2014. "Porém resta ainda uma indagação, de onde sairá o dinheiro para a obra", ressalta o vice-prefeito José Fortunati. Uma possível reposta para esta questão é a realização de uma Parceria Público-Privada (PPP).
"A minha preferência é pela PPP, eu tenho uma convicção, fazer a PPP sai mais barato para o governo", admite o presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha. O dirigente acredita que o desenvolvimento de PPPs pode dar um novo ânimo ao setor metroviário brasileiro. Se for feita uma PPP, a operação dos trens será de competência da iniciativa privada.
O planejamento prevê a compra dos trens pelo governo e a construção da estrutura e operação do sistema do metrô pela empresa interessada. Dois terços dos custos, cerca de R$ 2 bilhões, seriam de responsabilidade da iniciativa privada. A União adquiriria os trens, utilizando o corpo técnico da Trensurb para fazer a análise da transação, e repassaria os equipamentos para a operadora do metrô.
Deverão ser adquiridos 44 trens a um custo de cerca de R$ 1 bilhão.
Cunha sugere que incentivos fiscais dos governos federal, estadual e municipal poderão aumentar ainda mais a atratividade do projeto. Ele afirma que já há pretendentes ao empreendimento. O embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, esteve neste começo de ano visitando a Trensurb e informou que o governo japonês tem interesse na obra. Espanhóis ligados à empresa Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF) também manifestaram a intenção em realizar o empreendimento.
A outra hipótese para concretizar a Linha da Copa é de que o investimento seja exclusivo do governo federal. Neste cenário, a Trensurb será a operadora do novo metrô. Cunha relata que os trabalhos efetuados até o momento apontam que o metrô será superavitário, diferentemente do que ocorre com a linha operada atualmente pelo Trensurb. O novo metrô daria lucro mesmo usando a tarifa normal do Trensurb, que hoje é de R$ 1,70.
Cunha explica que essa situação se deve ao fato de que em Porto Alegre a movimentação de passageiros será maior do que na Linha 1 que atende a Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e pequena parte da Capital do Estado. Conforme o dirigente, a Trensurb transporta atualmente cerca de 170 mil passageiros, em dias úteis. Os levantamentos feitos indicam que a Linha da Copa movimentará em torno de 350 mil passageiros diariamente.
A perspectiva é de que os custos operacionais e administrativos do novo metrô somem algo em torno de R$ 115 milhões ao ano. Já a arrecadação tarifária ao ano, na primeira fase de implantação do metrô, deverá alcançar cerca de R$ 160 milhões.
A deputada federal Maria do Rosário (PT) confessa que prefere que o metrô seja implementado através de investimento do governo federal, entretanto acredita que o mais viável será a realização de uma PPP. "Mas, é fundamental que o poder público seja responsável pelo planejamento das rotas", defende a deputada.
Maria do Rosário enfatiza que os deputados gaúchos estão unidos na questão de assegurar a liberação de recursos para a construção do metrô. Ela acredita que caso haja algum contratempo que prejudique o cronograma das obras, o governo federal tomará providências para que o metrô seja concluído e opere durante a Copa do Mundo de 2014.
Maria do Rosário comenta que o metrô é um complexo fundamental para a economia e a qualidade de vida dos porto-alegrenses. "É importante que Porto Alegre garanta esse empreendimento para não ficar atrás de outras cidades do País", sustenta a deputada.
Especialista prevê necessidade de subsídios
Apesar dos estudos preverem que a Linha da Copa dará lucro, a projeção é contestada.O engenheiro civil e mestre em Transportes Mauri Panitz destaca que os metrôs normalmente são deficitários economicamente em sua operação e por isso precisam de subsídios do governo.
Ele salienta que pela concepção de transporte de massa, o metrô deveria implementar uma tarifa inferior ao patamar de US$ 1. Panitz, que também é ex-diretor técnico da Secretaria estadual dos Transportes, diz que o metrô trará um "alívio" ao trânsito de veículos em Porto Alegre. "Contudo, isso não significa que acabarão os congestionamentos na Capital", alerta o especialista. Ele argumenta que se houver uma integração inteligente com os outros modais, poderá ocorrer uma mudança da cultura dos porto-alegrenses e diminuir o uso dos automóveis.
Panitz salienta que o metrô é um meio de transporte rápido e confiável. "Além de não estar sujeito a engarrafamentos e não verificar as emissões atmosféricas ocasionadas pela circulação de ônibus e automóveis", acrescenta Panitz. O ex-diretor técnico da Secretaria estadual dos Transportes supõe que o metrô, no futuro, também poderá atender a cidades vizinhas de Porto Alegre como: Viamão, Cachoeirinha e Alvorada.
O especialista aponta que outra particularidade do metrô é ser um sistema de transporte público que atrai mais as classes A e B da sociedade do que o ônibus. Todavia, Panitz argumenta que para otimizar o uso do metrô é preciso construir estruturas paralelas de apoio. Por exemplo, garagens e bicicletários para que as pessoas possam utilizar seus veículos para chegar mais facilmente até as estações.
O vice-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, concorda com Panitz que é preciso criar uma infraestrutura no entorno do metrô para potencializar o transporte de passageiros. Uma medida que pode contribuir com essa ideia é a instalação de uma ciclovia na avenida Ipiranga, algo que deve ser feito ainda neste ano.
Também deverá ser realizado um projeto para ligar o Trensurb ao aeroporto Salgado Filho, através do aeromóvel. O presidente do Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, prevê que o aeromóvel será a grande novidade a ser apresentada aos turistas que virão para o Estado durante a Copa.
Ele lembra que se trata de um veículo construído no Rio Grande do Sul e que poderá ser exportado posteriormente. Para ligar o aeroporto à estação do Trensurb, o aeromóvel percorreria uma distância de cerca de um quilômetro.
O investimento para realizar o empreendimento, segundo estudo feito há quatro anos, é de cerca de R$ 25 milhões. A intenção é de não cobrar uma tarifa separada à do Trensurb para o deslocamento entre a estação e o aeroporto, feito pelo aeromóvel. Cunha adianta que o mesmo sistema pode ser adotado para ligar o Trensurb à Arena do Grêmio, que será construída no bairro Humaitá.
Fonte: Revista Ferroviária - Clipping
Link: http://www.revistaferroviaria.com.br/in ... teria=7844