Trem de Prata (Rio-São Paulo) - Um hotel sobre trilhos
Breve histórico;
Em 16 de fevereiro de 1991, o Santa Cruz, serviço que fazia a ligação Rio - São Paulo, fez sua última viagem após mais de 40 anos de circulação. Com isso o serviço ferroviário de passageiros da RFFSA ficou comprometido, pois o Santa Cruz era um dos trens mais utilizados, apesar dos atrasos e problemas na conservação da via férrea.
O Santa Cruz era muito utilizado por agências de viagem que vendiam pacotes de viagens de trem entre o rio de Janeiro e Corumbá, sendo queo seu cancelamento causou prejuízos econômicos.
Após tentativas mal sucedidas de se retomar o serviço, ocorridas em 1992, a RFFSA resolveu retomar a operação dos trens em parceria com a iniciativa privada.
Em 13 de agosto de 1993 é lançado o edital de licitação 033/SR-3/93,ode a iniciatva privada ficaria responsável pela organização do serviço e venda de passagens e caberia a RFFSA a locação de 25 carros Budd além de locomotivas.
Em 15 de outubro,são abertos os envelopes das propostas e o Consórcio Trem de Prata (formado pelas empresas União Interestadual de Transportes de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis) foi declarado vencedor. Após ser apresentado à imprensa em 14 de novembro de 1994, as viagens são reiniciadas oficialmente em 8 de dezembro desse mesmo ano com uma composição fazendo partidas semanais , sendo que a segunda composição só rodaria em meados de 1995, garantindo dessa forma a circulação diária do Trem de Prata que partia do Rio às 23:00h e chegavam a São Paulo por volta de 08:30 h. No início suas passagens custavam R$ 85 (cabine simples) e R$ 120 (cabine dupla), apó algum tempo foram reajustadas para cabine simples, com cama de solteiro (R$ 120), cabine dupla, com beliches (R$ 240), e suíte, com cama de casal, banheiro amplo, frigobar, lavabo e armário (R$ 360).
Após alguns anos de funcionamento, o Consórcio Trem de Prata desiste da operação comercial do trem de prata, devido àos constantes atrasos provocados pela má conservação da via (que obrigava o trem circular em baixa velocidade), a concorrência com a ponte aérea (que se popularizou nessa época com a queda dos preços das passagens) além do fim da RFFSA, quando a malha ferroviária entre Rio e São Paulo foi concedida à empresa MRS Logística S/A.
O último Trem de Prata partiu na noite de 29 de novembro de 1998 da antiga estação Barra Funda (da EFSJ) chegao à estação Barão de Mauá (Leopoldina) na manhã de 30 de novembro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trem_de_Prata
Na antiga estação Barra Funda, uma das duas composições com a locomotiva GE U20C (III padrão de cores da RFFSA) batizada Rio de Janeiro.
http://vfco.brazilia.jor.br/Carros/budd/93prataNews.htm
No pátio Barra Funda, a composição tracionada pela locomotiva GE U20C batizada Lorena
http://ferrovias.sp.googlepages.com/barrafunda
Na antiga estação Barra Funda (da Estrada de Ferrro Santos à Jundiaí)utilizada como terminal em São Paulo. Uma das composições do Trem de Prata partia pontualmente ás 20:30 da estação Barra Funda e chegava às 6:30 do dia seguinte na estação Barão de Mauá no Rio de Janeiro. A outra fazia a viagem inversa, aprtindo do Rio de Janeiro à noite e chegacva à São Paulo no dia seguinte.
Atualmente a estação está semi demolida, já que foi desativada em 1998 junto com o Trem de Prata.
http://ferrovias.sp.googlepages.com/barrafunda
Doze carros foram reformados de forma luxuosa sendo batizados com o nome de algumas cidades turísricas entre São Paulo e Rio de Janeiro:Guarujá (foto), Ilha Bela, Campos do Jordão,Mauá,Itatiaia, Paraty, Angra dos Reis, Itaquaquecetuba, Búzios, Ubatuba, Macaé e Petrópolis.
http://vfco.brazilia.jor.br/Carros/budd/93prata.htm
O Trem de Prata utilizava a estação Barão de Mauá no Rio de Janeiro. Desde 2001 esta estação está desativada.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/ ... brmaua.htm
Trem de Prata na estação Barão de Mauá em 1998 - O Trem de Prata: mais caro e demorado que os aviões da ponte aérea, será desativado pela segunda vez.
http://veja.abril.com.br/181198/p_141.html
O último Trem de Prata, São Paulo-Rio de Janeiro chega á estação Barão de Mauá no Rio de Janeiro e o funcionário vai para não mais voltar. 30 de novembro de 1998. Foto: O Estado de S. Paulo
http://www.estacoesferroviarias.com.br/ ... 1-2002.htm
Atualmente seus carros foram recolhidos ao pátio de Juiz de Fora.
http://fotografiaferroviari.deviantart.com/gallery/
05/02/2006 - 10h18
Parado, Trem de Prata sofre ação do tempo
RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo
Fica atrás dos portões de ferro de uma estação da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), em Juiz de Fora (MG), um patrimônio esquecido que a ação do tempo e dos vândalos trata de consumir aos poucos. O nome, um pouco empoeirado, permanece o mesmo: abandonado, sem manutenção, ali está, há quase oito anos, o Trem de Prata.
Símbolo de glamour, a composição prateada, que fazia o trajeto São Paulo-Rio, circulou entre dezembro de 1994 e novembro de 1998. Na ocasião, os passageiros haviam rareado, muito pela concorrência de companhias rodoviárias e aéreas. Uma passagem de avião SP-Rio custava cerca de R$ 80 à época, por uma viagem de apenas 50 minutos.
De trem, o percurso levava oito horas por R$ 120, na cabine mais barata. Também contribuiu para abreviar a vida do Trem de Prata sucessivos atrasos, causados pela precariedade das linhas.
O trem, da década de 40, fabricado pela americana Budd, está sob a guarda da RFFSA, que, desde 1999, está em fase de liqüidação. A empresa informou apenas que nenhum trem será vendido.
Enquanto nenhuma parceria é feita, o trem permanece encostado no pátio da estação de Francisco Bernardino da RFFSA. A aparência externa está conservada, graças à estrutura de aço inoxidável. Dentro, porém, o requinte e a limpeza deram lugar à sujeira, ao mofo e ao aspecto de abandono.
O período sem uso fez do trem alvo de ladrões. Segundo relatos de quem o visitou, foram furtadas peças do sistema hidráulico, componentes dos freios, cadeiras de vime e parte dos colchões dos dormitórios. A RFFSA informou desconhecer os furtos.
"É um trem muito bonito para ficar assim", afirma Wilson Geraldo Rodrigues, 62, o Wilson Mineiro, maquinista do Trem de Prata por um ano e meio.
Passageiro da última viagem do trem, o aposentado Walter Dreguer, 62, conta que, ao deixar de rodar, as composições já haviam perdido o glamour de antes. Para Dreguer, paulistano da Penha, saber que o trem está abandonado causa tristeza.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 7992.shtml
Como já foi citado , um bom livro que fala sobre o Trem de Prata e outros trens é esse:
Carros Budd no Brasil - 1: os trens que marcaram época
Volume 1: "Santa Cruz", "Vera Cruz", "Trem de Prata", "Litorinas" de bitola larga da EFCB
http://www.trem.org.br/l03img.htm