As cidades clamam por transporte público
Enviado: 21 Abr 2009, 12:40
As cidades clamam por transporte público -Jornal do Brasil 21/04/09
Marcus Quintella
engenheiro
As cidades brasileiras precisam urgentemente oferecer melhor qualidade de transporte público em suas regiões metropolitanas, pois a insatisfação com a péssima mobilidade das pessoas é quase uma unanimidade e atinge toda a população, desde quem usa o automóvel, até os pedestres e usuários dos ônibus, trens e metrôs.
Os recentes episódios de revolta ocorridos com os usuários das barcas Rio–Niterói e a greve dos ferroviários da SuperVia comprovam que os nervos da população carioca estão à flor da pele, especialmente em relação ao precário, insuficiente e negligenciado transporte público oferecido no Rio. O descontentamento não é diferente nas demais grandes cidades brasileiras, que também apresentam gravíssimos problemas em virtude da falta de transporte público de qualidade.
Para que haja uma inversão desse quadro, as cidades precisam investir na modernização e expansão de seus sistemas de trens urbanos e metrôs, na construção de novas linhas de metrôs e VLTs e na implantação de corredores exclusivos de ônibus, além de transformação das linhas de ônibus urbanos em sistemas alimentadores de terminais de integração modal. É imperativo que essas ações sejam apolíticas e tenham uma conotação social e humanística. As populações das grandes cidades brasileiras sofrem pela falta de um transporte público abrangente, integrado, econômico e competente, pois não suportam mais os congestionamentos diários e os seus malefícios consequentes, que trazem infelicidade, transtornos e baixa qualidade de vida a todos.
As grandes cidades brasileiras não podem fugir da opção ferroviária de passageiros para resolver seus problemas de mobilidade urbana. Engatinhamos no setor metroferroviário, cuja participação na matriz brasileira de transporte urbano é ridícula. Os investimentos nesse setor são irrisórios e levam anos para sair do papel. Enquanto isso, os congestionamentos aumentam significativamente e as pessoas perdem saúde e tempo de vida.
Atualmente, são transportados em todos os trens e metrôs brasileiros apenas cerca de 6 milhões de passageiros, diariamente, em média, distribuídos da seguinte forma: 2,4 milhões no Metrô-SP, 1,95 milhão nos trens da CPTM-SP, 550 mil no Metrô-Rio, 480 mil nos trens da SuperVia-RJ, 180 mil no Metrô de Recife, da CBTU, 170 mil no Metrô de BH, da CBTU, 160 mil no Metrô de Porto Alegre, 130 mil no Metrô de Brasília, 25 mil nos trens de Fortaleza, 12 mil nos trens de Salvador e 30 mil nos três sistemas da CBTU no Nordeste, Natal, João Pessoa e Maceió. Na realidade, esse total deveria ser a quantidade de passageiros transportados diariamente apenas na região metropolitana de São Paulo, que possui quase 18 milhões de habitantes e ostenta um dos trânsitos mais engarrafados do planeta, com velocidade média entre 7 e 15 km/h, dependendo do dia.
Volto a repetir que os benefícios sociais do transporte público baseado em sistemas metroferroviários são absurdamente grandes, tais como: economias de tempo de viagem, redução de poluição atmosférica e sonora, redução de acidentes de trânsito, economia com manutenção de vias urbanas, economia energética, maior conforto e segurança, valorização imobiliária, estruturação urbana, desenvolvimento econômico, entre outros.
Na prática, as populações das grandes cidades brasileiras precisam se mobilizar para convencer seus governantes e políticos sobre os lucros sociais, econômicos e ambientais de um transporte público de qualidade, que beneficiará democraticamente a todos. Outro apoio importante seria a grande mídia, que poderia apadrinhar o transporte público e passar a promover debates técnicos e políticos sobre o tema, exibir programas e documentários sobre os sistemas de transportes nacionais e internacionais e cobrar intensamente soluções definitivas e competentes.
Terça-feira, 21 de Abril de 2009 - 00:00
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A mobilidade (ou morbidade) urbana no Brasil continua enforcada tal qual Titadentes foi, só falta esquartejar e salgar o sistema, aliás salgar eles já fazem no preço das passagens e esquartejar já está feito pelo loteamento das áreas da cidade pelas companhias de ônibus (implantação de corredores exclusivos de ônibus, além de transformação das linhas de ônibus urbanos em sistemas alimentadores de terminais de integração modal).
Marcus Quintella
engenheiro
As cidades brasileiras precisam urgentemente oferecer melhor qualidade de transporte público em suas regiões metropolitanas, pois a insatisfação com a péssima mobilidade das pessoas é quase uma unanimidade e atinge toda a população, desde quem usa o automóvel, até os pedestres e usuários dos ônibus, trens e metrôs.
Os recentes episódios de revolta ocorridos com os usuários das barcas Rio–Niterói e a greve dos ferroviários da SuperVia comprovam que os nervos da população carioca estão à flor da pele, especialmente em relação ao precário, insuficiente e negligenciado transporte público oferecido no Rio. O descontentamento não é diferente nas demais grandes cidades brasileiras, que também apresentam gravíssimos problemas em virtude da falta de transporte público de qualidade.
Para que haja uma inversão desse quadro, as cidades precisam investir na modernização e expansão de seus sistemas de trens urbanos e metrôs, na construção de novas linhas de metrôs e VLTs e na implantação de corredores exclusivos de ônibus, além de transformação das linhas de ônibus urbanos em sistemas alimentadores de terminais de integração modal. É imperativo que essas ações sejam apolíticas e tenham uma conotação social e humanística. As populações das grandes cidades brasileiras sofrem pela falta de um transporte público abrangente, integrado, econômico e competente, pois não suportam mais os congestionamentos diários e os seus malefícios consequentes, que trazem infelicidade, transtornos e baixa qualidade de vida a todos.
As grandes cidades brasileiras não podem fugir da opção ferroviária de passageiros para resolver seus problemas de mobilidade urbana. Engatinhamos no setor metroferroviário, cuja participação na matriz brasileira de transporte urbano é ridícula. Os investimentos nesse setor são irrisórios e levam anos para sair do papel. Enquanto isso, os congestionamentos aumentam significativamente e as pessoas perdem saúde e tempo de vida.
Atualmente, são transportados em todos os trens e metrôs brasileiros apenas cerca de 6 milhões de passageiros, diariamente, em média, distribuídos da seguinte forma: 2,4 milhões no Metrô-SP, 1,95 milhão nos trens da CPTM-SP, 550 mil no Metrô-Rio, 480 mil nos trens da SuperVia-RJ, 180 mil no Metrô de Recife, da CBTU, 170 mil no Metrô de BH, da CBTU, 160 mil no Metrô de Porto Alegre, 130 mil no Metrô de Brasília, 25 mil nos trens de Fortaleza, 12 mil nos trens de Salvador e 30 mil nos três sistemas da CBTU no Nordeste, Natal, João Pessoa e Maceió. Na realidade, esse total deveria ser a quantidade de passageiros transportados diariamente apenas na região metropolitana de São Paulo, que possui quase 18 milhões de habitantes e ostenta um dos trânsitos mais engarrafados do planeta, com velocidade média entre 7 e 15 km/h, dependendo do dia.
Volto a repetir que os benefícios sociais do transporte público baseado em sistemas metroferroviários são absurdamente grandes, tais como: economias de tempo de viagem, redução de poluição atmosférica e sonora, redução de acidentes de trânsito, economia com manutenção de vias urbanas, economia energética, maior conforto e segurança, valorização imobiliária, estruturação urbana, desenvolvimento econômico, entre outros.
Na prática, as populações das grandes cidades brasileiras precisam se mobilizar para convencer seus governantes e políticos sobre os lucros sociais, econômicos e ambientais de um transporte público de qualidade, que beneficiará democraticamente a todos. Outro apoio importante seria a grande mídia, que poderia apadrinhar o transporte público e passar a promover debates técnicos e políticos sobre o tema, exibir programas e documentários sobre os sistemas de transportes nacionais e internacionais e cobrar intensamente soluções definitivas e competentes.
Terça-feira, 21 de Abril de 2009 - 00:00
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A mobilidade (ou morbidade) urbana no Brasil continua enforcada tal qual Titadentes foi, só falta esquartejar e salgar o sistema, aliás salgar eles já fazem no preço das passagens e esquartejar já está feito pelo loteamento das áreas da cidade pelas companhias de ônibus (implantação de corredores exclusivos de ônibus, além de transformação das linhas de ônibus urbanos em sistemas alimentadores de terminais de integração modal).