[Notícia] Pesquisadores testam trem que levita sobre...
Enviado: 17 Set 2009, 10:50
07/09/09 - 10h00
Pesquisadores testam trem que levita sobre trilhos na UFRJ
Projeto ganha protótipo de vagão em tamanho real.
Objetivo é construir linha de testes na cidade universitária em 2010.
Um trem que levita sobre trilhos, movido a energia elétrica e capaz de ser instalado até sobre passarelas de pedestres. O que para muitos parece ficção científica vem se tornando realidade no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup), da Coppe.
O projeto, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi iniciado há dez anos e ganhou agora um protótipo do vagão em tamanho real. O próximo passo é a construção de uma linha de testes ligando dois prédios da cidade universitária, até o fim de 2010.
“Não existe no mundo nenhum sistema desse operando em escala real, com a nossa tecnologia. Nós seremos os primeiros”, explica o professor Richard Stephan, coordenador do projeto, para quem o futuro do transporte público será sem rodas.
“Ele tem um trilho de ímãs. Nós estamos substituindo as rodas por supercondutores de elevada temperatura crítica, que produzem um efeito magnético de repulsão, o que permite essa levitação que nós estamos vendo aqui”, explica.
'Não é mágica', diz pesquisador
De acordo com os pesquisadores, a partir de 1987, o desenvolvimento de novos materiais permitiu obter a levitação por meio de supercondutores, que são resfriados por nitrogênio líquido, a uma temperatura negativa de 196ºC, permitindo a levitação. Segundo o professor, o segredo foi transformar princípios físicos já bem conhecidos nos laboratórios em algo que trará benefícios concretos à população.
“Não é mágica, é tecnologia”, brinca o pesquisador Ocione Machado.
O trem foi batizado de MagLev Cobra, em alusão às suas curvas fechadas, que são possíveis devido ao tamanho dos vagões, de 1,5 m. Uma “palha” de como seria esse vagão em tamanho real já pode ser vista no Centro de Tecnologia do Fundão. Com o protótipo, os incrédulos podem constatar como o veículo levita.
“Essa é uma oportunidade que o Brasil tem para dar um salto tecnológico”, diz Richard.
À espera de verba do BNDES
Para passar do protótipo à linha de testes – que permitirá o transporte de professores, alunos e funcionários da UFRJ pelo MagLev – os pesquisadores dependem de um aporte de R$ 4,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que foi solicitado em 2008. Uma verba no mesmo montante já começou a ser liberada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O projeto tem como gerente executivo o pesquisador Eduardo David e envolve ao todo dez pessoas, entre doutores, professores e alunos de doutorado e mestrado.
A proposta prevê que, após o teste com uma linha experimental, de 228 metros, o MagLev seria implantado numa linha operacional de 4,5 quilômetros, ligando outros pontos da cidade universitária. A partir de então, essa linha seria expandida para conexão dos aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont, com extensão prevista para o metrô da Cinelândia, no Centro do Rio, numa obra de 25 quilômetros.
Objetivo é transporte urbano
Richard Stephan frisa que o objetivo da proposta é o transporte urbano e não a ligação entre cidades, com a vantagem de não poluir o meio ambiente. O trem que “voa” seria uma alternativa, por exemplo, ao metrô, com um terço do seu custo de implantação. Enquanto no Rio cada quilômetro do metrô custa R$ 100 milhões, no caso do MagLev seriam necessários R$ 30 milhões pelo mesmo trecho.
“As soluções com metrô estão cada vez mais caras e demoradas para implantação. O tempo e o custo de implantação dessa tecnologia inovadora é muito menor, é o custo de você levantar uma passarela de pedestre”, explica.
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Fonte: G1
Pesquisadores testam trem que levita sobre trilhos na UFRJ
Projeto ganha protótipo de vagão em tamanho real.
Objetivo é construir linha de testes na cidade universitária em 2010.
Um trem que levita sobre trilhos, movido a energia elétrica e capaz de ser instalado até sobre passarelas de pedestres. O que para muitos parece ficção científica vem se tornando realidade no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup), da Coppe.
O projeto, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi iniciado há dez anos e ganhou agora um protótipo do vagão em tamanho real. O próximo passo é a construção de uma linha de testes ligando dois prédios da cidade universitária, até o fim de 2010.
“Não existe no mundo nenhum sistema desse operando em escala real, com a nossa tecnologia. Nós seremos os primeiros”, explica o professor Richard Stephan, coordenador do projeto, para quem o futuro do transporte público será sem rodas.
“Ele tem um trilho de ímãs. Nós estamos substituindo as rodas por supercondutores de elevada temperatura crítica, que produzem um efeito magnético de repulsão, o que permite essa levitação que nós estamos vendo aqui”, explica.
'Não é mágica', diz pesquisador
De acordo com os pesquisadores, a partir de 1987, o desenvolvimento de novos materiais permitiu obter a levitação por meio de supercondutores, que são resfriados por nitrogênio líquido, a uma temperatura negativa de 196ºC, permitindo a levitação. Segundo o professor, o segredo foi transformar princípios físicos já bem conhecidos nos laboratórios em algo que trará benefícios concretos à população.
“Não é mágica, é tecnologia”, brinca o pesquisador Ocione Machado.
O trem foi batizado de MagLev Cobra, em alusão às suas curvas fechadas, que são possíveis devido ao tamanho dos vagões, de 1,5 m. Uma “palha” de como seria esse vagão em tamanho real já pode ser vista no Centro de Tecnologia do Fundão. Com o protótipo, os incrédulos podem constatar como o veículo levita.
“Essa é uma oportunidade que o Brasil tem para dar um salto tecnológico”, diz Richard.
À espera de verba do BNDES
Para passar do protótipo à linha de testes – que permitirá o transporte de professores, alunos e funcionários da UFRJ pelo MagLev – os pesquisadores dependem de um aporte de R$ 4,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que foi solicitado em 2008. Uma verba no mesmo montante já começou a ser liberada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O projeto tem como gerente executivo o pesquisador Eduardo David e envolve ao todo dez pessoas, entre doutores, professores e alunos de doutorado e mestrado.
A proposta prevê que, após o teste com uma linha experimental, de 228 metros, o MagLev seria implantado numa linha operacional de 4,5 quilômetros, ligando outros pontos da cidade universitária. A partir de então, essa linha seria expandida para conexão dos aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont, com extensão prevista para o metrô da Cinelândia, no Centro do Rio, numa obra de 25 quilômetros.
Objetivo é transporte urbano
Richard Stephan frisa que o objetivo da proposta é o transporte urbano e não a ligação entre cidades, com a vantagem de não poluir o meio ambiente. O trem que “voa” seria uma alternativa, por exemplo, ao metrô, com um terço do seu custo de implantação. Enquanto no Rio cada quilômetro do metrô custa R$ 100 milhões, no caso do MagLev seriam necessários R$ 30 milhões pelo mesmo trecho.
“As soluções com metrô estão cada vez mais caras e demoradas para implantação. O tempo e o custo de implantação dessa tecnologia inovadora é muito menor, é o custo de você levantar uma passarela de pedestre”, explica.
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Fonte: G1