MP estuda ação contra Metrô Rio por panes no sistema

[André Vasconcellos]

O Ministério Público do Rio de Janeiro estuda mover ação contra o Metrô Rio. A promotoria investiga as panes que têm levado a recorrentes reclamações de usuários. O objetivo é avaliar se elas violam os direitos dos passageiros. Na manhã dessa segunda-feira, nova queda de energia na subestação que abastece trens entre as estações Presidente Vargas e Uruguaiana irritou quem depende do serviço para se deslocar.
A doméstica Ivanete Rodrigues dos Santos, 38 anos, contou que o problema afetou também quem estava longe das estações atingidas diretamente pelo problema. Antes de chegar à Cidade Nova, a composição em que ela estava ficou parada por alguns minutos, o que se repetiu na estação São Francisco Xavier. "Fiquei muito nervosa", disse Ivanete, que chegou atrasada para o trabalho, na Saens Peña. "Minha patroa foi compreensiva, mas e as que não são?", afirma.

"Recebemos muitas reclamações, e já foi aberto um procedimento para apuração formal", afirmou o promotor Rodrigo Terra. "Se for constatada a violação dos direitos dos usuários, o Ministério Público pode processar a empresa para que seja reparado o dano causado", explicou.

Além da pane de ontem, as reclamações de passageiros são principalmente de superlotação e de falha no sistema de ar refrigerado, problemas que, segundo a própria concessionária, devem continuar até 2011, quando chega a primeira das 19 composições adquiridas pelo Estado, conforme noticiou o jornal O Dia no sábado. Segundo o Metrô Rio, os atuais 182 carros, fabricados há quase 40 anos, estão defasados.

"Na hora do rush é impossível entrar nos trens da linha 2", reclamou a agente administrativa Mariane Alves, 27 anos. A estudante Juliana Rodrigues, 22 anos, faz coro: "o número de usuários do metrô aumentou muito, e dependendo da hora, você não consegue entrar".

Em nota, o Metrô Rio afirmou que a paralisação de ontem ocorreu às 8h15 por queda de energia, restabelecida às 8h34. Segundo a concessionária, durante os 19 minutos, as estações Presidente Vargas e Uruguaiana foram fechadas e os passageiros tiveram bilhete ou dinheiro devolvido.
Não faltou luz nem ventilação nas estações, e o problema teria atingido apenas os trens, que estavam na plataforma e ficaram com portas abertas e luzes e ventilação de emergência funcionando, até que todos os passageiros desembarcassem. Neste período, a Linha 1 operou da Saens Peña à Central e da Carioca a Cantagalo. Após a energia ter sido restabelecida, às 8h34min, os intervalos entre trens chegaram a até 6 minutos, dois além do normal.

Agência sem funcionar há um mês
A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transportes (Agetransp), responsável por fiscalizar a qualidade do serviço das concessionárias, está há um mês sem Conselho Diretor, o que impossibilita o funcionamento pleno do órgão.
A agência informou que, só após a escolha do novo conselho, poderá falar sobre qualidade do transporte metroviário no Rio. A votação em plenário dos cinco conselheiros está marcada para amanhã na Alerj. Nos últimos 25 dias, pelo menos oito panes causaram atrasos no metrô. A empresa alega que, em governos passados, o Estado não investiu em novas composições.

http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... stema.html

[Nighto]

O MP bem que podia mover uma ação contra o Governo do Estado (e porque não ao casal Garotinho, que têm a sua parcela de culpa) por todos estes anos sem comprar novos trens...

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