Fonte: http://www.cptm.sp.gov.br/E_NOTICIAS/WE ... DNews=5100RELAÇÕES INTERNAS - 21/10/2008 12:59
DIA DO MAQUINISTA
A profissão de maquinista surgiu com a invenção da primeira locomotiva a vapor, em 1804, pelo engenheiro inglês Richard Trevithick. O dia desses profissionais é comemorado em 17 de outubro. Na viagem de estréia, o maquinista conduziu a locomotiva com cinco vagões, com dez toneladas de carga e setenta passageiros, à velocidade de 8 km por hora.
No Brasil, a máquina chegou em 1854, com a implantação da primeira ferrovia do Brasil - a Estrada de Ferro Petrópolis. Batizada de Baronesa, a locomotiva a vapor fez sua primeira viagem num trecho de 14,5 km entre a Baía da Guanabara e a Raiz da Serra, no Rio de Janeiro.
Ao longo dos anos, a profissão acompanhou a evolução do setor ferroviário e, no lugar de alimentar os fornos com carvão, os maquinistas precisam conhecer a tecnologia dos modernos trens. Para ser maquinista na CPTM, o candidato tem que ser aprovado em concurso público. Depois, recebe cerca 1000 horas de treinamento, com aulas teóricas e práticas. A formação leva em média seis meses.
Esses profissionais são os responsáveis diretos pelo transporte de cerca de dois milhões de pessoas, em mais de 2.100 viagens diárias. A empresa conta com 786 maquinistas, sendo 42 mulheres.
Histórias de vida
Com experiência de 25 anos na profissão, o maquinista especializado Roque Jusson Rodrigues, que trabalha nas linhas 7- Rubi [Luz – Francisco Morato] e 10 - Turquesa [Luz – Rio Grande da Serra], disse que gosta muito da atividade e que acha sua profissão muito gratificante. "De uma certa maneira, você se torna o responsável pelo transporte da mão-de-obra da cidade de São Paulo. Nós pegamos a composição e vamos até Francisco Morato ou Jundiaí, no interior, e trazemos as pessoas para trabalharem na metrópole, para moverem a economia da capital. Saber que você é uma peça importante dessa engrenagem é muito bom", explicou.
De acordo com ele, muitos usuários reconhecem e valorizam o trabalho dos maquinistas. "Às vezes, ao término das viagens, eles nos cumprimentam e agradecem por terem chegado ao seu destino", lembrou.
Durante todos esses anos, enquanto conduzia o trem, Roque disse ter acompanhado o crescimento e a mudança de cenários da cidade. "Eu vi a construção de muitos viadutos e a formação de vários bairros, onde só havia mato", afirmou.
Na opinião de Jeremias Francisco Natal, que também é maquinista especializado e está há 16 anos na empresa trabalhando nas linhas 8 - Diamante [Júlio Prestes – Itapevi] e 9 – Esmeralda[Osasco – Grajaú], ingressar na carreira de maquinista foi uma das coisas que ele mais gostou de ter feito, em sua vida. "Gosto da profissão. Gosto daquilo que faço",resume.
De acordo com ele, ser maquinista é dividir os momentos de solidão, vividos na cabine do trem, e o contato com várias pessoas ao mesmo tempo. Jeremias garante que quando está no comando do trem, a vida e o dia passam muito rápido, fato que associa ao prazer pela profissão.
"Ao transportar os usuários que vão diariamente ao trabalho, ao médico, à escola e ao lazer, o maquinista acaba se tornando conhecido e participando indiretamente da vida das pessoas. Isso é muito interessante e muito gratificante", relata.
Em todos esses anos de condução e após presenciar vários casos, um fato inusitado aconteceu e ficou marcado para Jeremias. Ele relata que no final de 2003, ao terminar uma viagem, chegando à estação de Barueri, uma senhora bateu na porta da cabine do trem e lhe ofereceu uma caixinha de natal. O maquinista contou que não aceitou a gorjeta, mas agradeceu a generosidade da usuária.
Um dos momentos de maior satisfação é quando Jeremias está conduzindo um trem e encontra, na plataforma de uma estação, seu filho de sete anos, que é estudante e também utiliza o trem. "É muito bom ver a felicidade dele quando me vê no comando do trem. Ele fala para os amigos do colégio que quando crescer quer ser maquinista", afirmou.
Já a maquinista Luana Paula Breyer Mota, de 24 anos, que completou recentemente um ano na empresa, disse que gosta de ser maquinista porque se sente útil quando está no comando da composição, transportando milhares de pessoas para as mais diversas atividades.
Ela confessou nunca ter pensado em ser maquinista e que iniciou na carreira por acaso. "Estava desempregada, prestei o concurso para maquinista e passei. Só não esperava que fosse gostar da tanto profissão", disse.
Luana trabalha nas Linhas 11- Coral [Luz –Estudantes] e 12 – Safira [Brás Calmon Viana], ao lado de mais sete maquinistas mulheres. Ela disse que por estar há pouco tempo na profissão, não vivenciou muitas experiências; entretanto, explica que o fato de ser mulher e estar no comando do trem chama bastante a atenção dos usuários.
Ela contou que, por várias vezes, ouviu os seguintes comentários de usuários na plataforma: "Nossa. É uma menina que vai levar o trem... vou esperar o próximo" ou "Tinha mesmo que ser mulher...". A maquinista garante que nunca levou os comentários para o lado pessoal e interpreta como brincadeira. "Algumas pessoas que ainda não estão acostumadas acham diferente. Outras acham normal e acabam até nos elogiando. Os elogios são raros, mas acontecem", explicou.
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