SPTV mostra problemas na linha Mairinque Santos da ALL
Enviado: 06 Jun 2008, 09:49
Tópico original por HGP Filho
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Moradores de Embu-Guaçu vivem com medo
A cada trem que passa, o medo de um novo acidente. Essa é a angústia dos moradores de Embu-Guaçu, que vivem perto da ferrovia.
Eles viram de perto vários descarrilamentos de trens e hoje convivem com o que sobrou dos acidentes: vagões abandonados, água acumulada que virou criadouro de insetos e até o enxofre que estava sendo transportado – tudo ficou pelo caminho.
A reportagem do SPTV percorreu vários trechos da ferrovia que liga Mairinque a Santos e flagrou imagens do descaso.
É um cenário de abandono: dormentes velhos espalhados ao longo de toda a ferrovia, peças usadas e pedaços do trilho jogados nas laterais. Mas a estrada de ferro Mairinque-Santos está em plena atividade no transporte de carga para o porto.
Em Embu-Guaçu, município da Grande São Paulo, a dona-de-casa Fátima mora no Distrito do Cipó e vê as rachaduras na parede aumentarem a cada dia. Ela diz que isso é resultado do tráfego de trens.
“Quando o trem passa você ouve o barulho das rachaduras se abrindo”, reclama ela. ‘Fui passar o Natal fora e quando voltei as rachaduras haviam aumentado”, completa um outro morador, Cosme dos Santos Dias.
Em frente à casa de Fátima ficou a marca de um acidente. Há dois meses, sete vagões descarrilaram. Alguns estavam carregados com enxofre, um produto tóxico. “Dá dor de cabeça e náusea. Quando chove o fedor fica insuportável e, quando não chove, é o pó que atrapalha”, conta o morador Edílson Moreira dos Santos.
As composições só foram retiradas do local na última sexta-feira, um dia depois da equipe do SPTV fazer imagens dos vagões tombados.
Os trens que passam na região têm dezenas de vagões, alguns chegam a ter mais de 90. É fácil encontrar cargas derrubadas ao longo da ferrovia, como restos de soja - sinais de outros descarrilamentos.
Alguns dos vagões estão abandonados, destruídos e arrombados. O que sobrou do trem descarrilado foram restos de metal retorcido, entulhado. Também há acúmulo de água suja e cheia de bichos. O cheiro é terrível e as poças de água, dentro e fora das composições, são um enorme criadouro de larvas de insetos.
“O trem descarrila e fica por ali. Só depois de um tempão que ele é removido. Só que os restos de carga continuam jogados, como aconteceu com este vagão que tinha soja, e aí fica fedendo”, fala Fernando da Silva, metalúrgico.
A ferrovia cruza o rio Embu-Guaçu, que ajuda a abastecer a represa Guarapiranga. A 500 metros do cruzamento entre o a linha de trem e o rio, há restos da carga de enxofre. E a 150 metros o açúcar derramado, que virou azedume.
“Ficou um cheiro azedo forte e, quando o sol esquenta, o fedor fica ainda pior”, diz Jucélia Maria de Souza, faxineira. Nos córregos também há restos de material dos trens. No trecho da Serra do Mar os dormentes estão podres e vários parafusos no trilho se soltando.
A empresa concessionária da ferrovia, América Latina Logística, diz que eram 14 vagões tombados em Embu-Guaçu até sexta-feira. Deles oito já foram retirados e seis serão levados ainda esta semana. A empresa diz também que uma equipe vai recolher o enxofre que ficou dos acidentes ainda nesta semana.
A América Latina Logística afirma que controla a qualidade dos dormentes da ferrovia e faz a troca sempre que acha necessário. Diz que monitoras as linhas e que o número de acidentes diminuiu 60% no ano passado.
O caso da dona-de-casa Fátima, mostrado nesta reportagem, está sendo atendido no Fórum de Santo Amaro. Os peritos vão até a casa dela para vistoriar as rachaduras para saber se elas foram mesmo provocadas pela ferrovia. :?
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Moradores de Embu-Guaçu vivem com medo
A cada trem que passa, o medo de um novo acidente. Essa é a angústia dos moradores de Embu-Guaçu, que vivem perto da ferrovia.
Eles viram de perto vários descarrilamentos de trens e hoje convivem com o que sobrou dos acidentes: vagões abandonados, água acumulada que virou criadouro de insetos e até o enxofre que estava sendo transportado – tudo ficou pelo caminho.
A reportagem do SPTV percorreu vários trechos da ferrovia que liga Mairinque a Santos e flagrou imagens do descaso.
É um cenário de abandono: dormentes velhos espalhados ao longo de toda a ferrovia, peças usadas e pedaços do trilho jogados nas laterais. Mas a estrada de ferro Mairinque-Santos está em plena atividade no transporte de carga para o porto.
Em Embu-Guaçu, município da Grande São Paulo, a dona-de-casa Fátima mora no Distrito do Cipó e vê as rachaduras na parede aumentarem a cada dia. Ela diz que isso é resultado do tráfego de trens.
“Quando o trem passa você ouve o barulho das rachaduras se abrindo”, reclama ela. ‘Fui passar o Natal fora e quando voltei as rachaduras haviam aumentado”, completa um outro morador, Cosme dos Santos Dias.
Em frente à casa de Fátima ficou a marca de um acidente. Há dois meses, sete vagões descarrilaram. Alguns estavam carregados com enxofre, um produto tóxico. “Dá dor de cabeça e náusea. Quando chove o fedor fica insuportável e, quando não chove, é o pó que atrapalha”, conta o morador Edílson Moreira dos Santos.
As composições só foram retiradas do local na última sexta-feira, um dia depois da equipe do SPTV fazer imagens dos vagões tombados.
Os trens que passam na região têm dezenas de vagões, alguns chegam a ter mais de 90. É fácil encontrar cargas derrubadas ao longo da ferrovia, como restos de soja - sinais de outros descarrilamentos.
Alguns dos vagões estão abandonados, destruídos e arrombados. O que sobrou do trem descarrilado foram restos de metal retorcido, entulhado. Também há acúmulo de água suja e cheia de bichos. O cheiro é terrível e as poças de água, dentro e fora das composições, são um enorme criadouro de larvas de insetos.
“O trem descarrila e fica por ali. Só depois de um tempão que ele é removido. Só que os restos de carga continuam jogados, como aconteceu com este vagão que tinha soja, e aí fica fedendo”, fala Fernando da Silva, metalúrgico.
A ferrovia cruza o rio Embu-Guaçu, que ajuda a abastecer a represa Guarapiranga. A 500 metros do cruzamento entre o a linha de trem e o rio, há restos da carga de enxofre. E a 150 metros o açúcar derramado, que virou azedume.
“Ficou um cheiro azedo forte e, quando o sol esquenta, o fedor fica ainda pior”, diz Jucélia Maria de Souza, faxineira. Nos córregos também há restos de material dos trens. No trecho da Serra do Mar os dormentes estão podres e vários parafusos no trilho se soltando.
A empresa concessionária da ferrovia, América Latina Logística, diz que eram 14 vagões tombados em Embu-Guaçu até sexta-feira. Deles oito já foram retirados e seis serão levados ainda esta semana. A empresa diz também que uma equipe vai recolher o enxofre que ficou dos acidentes ainda nesta semana.
A América Latina Logística afirma que controla a qualidade dos dormentes da ferrovia e faz a troca sempre que acha necessário. Diz que monitoras as linhas e que o número de acidentes diminuiu 60% no ano passado.
O caso da dona-de-casa Fátima, mostrado nesta reportagem, está sendo atendido no Fórum de Santo Amaro. Os peritos vão até a casa dela para vistoriar as rachaduras para saber se elas foram mesmo provocadas pela ferrovia. :?