[Notícia] Começam em Março as Obras de Expansão no Metrô

[Renanfsouza]

Começam em Março as Obras de Expansão e Melhorias no Metrô

21/01/2008 - 17h31

Pela primeira vez na história dos contratos de concessão do metrô, as obras de expansão e melhorias nas linhas 1 e 2, previstas para começar em março, serão inteiramente financiadas pela atual operadora do serviço, Metrô-Rio. O programa de investimentos e expansão anunciados, nesta segunda-feira, no Palácio Guanabara, pelo governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, o secretário de Transportes, Julio Lopes e o presidente da concessionária do serviço, José Gustavo de Souza Costa, vai permitir ao estado economizar R$ 1,2 bilhão, que poderão ser investidos na implantação das linhas 3 e 4 do metrô.
- Apenas dez sistemas de metrô no mundo são privados e com esta medida talvez sejamos o único país em que a operadora do sistema fará investimentos na sua via e assumirá os passivos judiciários que tanto oneram as contas públicas do estado. Mas o grande símbolo dessas obras será o benefício para os passageiros da linha 2, que há muito tempo sofrem com falta de conforto e rapidez em suas viagens – analisou Julio Lopes.

Em dezembro do ano passado o governo do estado e a Metrô-Rio fecharam um acordo prorrogando por mais 20 anos o contrato de concessão, que terminaria em 2018, passando agora para 2038. Em contrapartida, a concessionária fará investimentos de melhorias no serviço.

Segundo Sérgio Cabral, uma das principais obras será a construção da nova estação Cidade Nova na linha 2, que trará uma economia de 13 minutos na viagem do passageiro que vem do ramal da Pavuna para chegar ao Centro do Rio. Isso porque, hoje, este passageiro precisa fazer uma baldeação na estação Estácio para acessar a linha 1 e, com isso, gera um gargalo, principalmente nas horas de pico, das 7h às 9h e das 18h às 19hs.

De acordo com o presidente da concessionária, será criada uma espécie de desvio em Y, levando os trens da linha 2, a partir da estação São Cristóvão, até a Central do Brasil, construindo no meio do trajeto uma estação na Cidade Nova. Da Central os trens seguem pela linha 1 até Botafogo. Essa solução foi baseada em um estudo de demanda no qual 75% dos passageiros da linha 2 desembarcam nas estações da Central até Botafogo. A nova ligação está prevista para ser entregue até março de 2010.

Segundo a Metrô-Rio, os trens que virão da linha 2 vão parar em Botafogo por motivos operacionais, já que é preciso manter o tempo de dois minutos de intervalo. Além disso, o passageiro que vier da linha 2 e quiser acessar a linha 1 em direção à Tijuca, terá que desembarcar na estação Central.

Os investimentos, orçados em R$ 1,2 bilhão, incluem também a aquisição de 114 novos carros para a linha 2 com novo layout – hoje o sistema opera nas duas linhas com 182 composições - aumentando o total da frota em 66%. Além disso, serão feitas melhorias no sistema de sinalização, ventilação, aumento da capacidade de três subestações de energia e a construção da estação Uruguai, entre as esquinas das ruas Conde de Bonfim e Uruguai, na Tijuca. Com todas essas melhorias, a Metrô-Rio espera dobrar o número de passageiros/dia dos 550 mil atuais para 1,1 milhão.

Cabral avaliou que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) são uma política importante para gerar melhorias nos serviços à população.

- Quando fui presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, aprovei o Programa Estadual de Desestatização (PED) que permite a entrada dos investimentos privados nos serviços públicos. Proponho que façamos o mesmo agora com os contratos de concessão da Supervia e da construção pelas Barcas S.A de uma linha entre São Gonçalo até o Rio de Janeiro – sugeriu.

O governador aproveitou também para propor a construção de uma estação de metrô até o Shopping Rio Sul, em Botafogo, e cobrou agilidade nos estudos do projeto executivo para a construção da linha 3 (Itaboraí-Niterói) e linha 4 (Barra da Tijuca-Centro do Rio) do metrô.

Uma das fontes de financiamento para a construção dessas linhas pode vir, segundo Julio Lopes, da venda de imóveis abandonados do metrô, gerando um fundo de investimento de R$ 800 milhões. Além disso, o governo do estado impôs no novo contrato de concessão, o repasse do pagamento dos passivos jurídicos para a Metrô-Rio, gerando uma economia de R$ 173 milhões aos cofres públicos.

Julio Lopes sugeriu ao presidente da Metrô-Rio que coloque maquetes do projeto em algumas estações, para que a população saiba detalhes da nova ligação das linhas 1 e 2.

Participaram da solenidade o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernado Pezão, o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, e o presidente da Agetransp (Agência Reguladora de Transportes), Antônio de Carvalho.

Fonte: SETRANS/RJ