Porto das Caixas
Enviado: 13 Dez 2010, 23:26
Nome: Porto das Caixas
Inauguração: 1860
Desativação: 1980
Histórico de concessões e ferrovias: E.F. de Cantagallo (1860-1889), The Leopoldina Railway Company Ltd. (1889-1950), E.F. Leopoldina (1950-1957) e RFFSA (1957-1980)
Plataformas: 2
Uso atual: Demolida
Olá para todos!
No sábado passado, dia 11 de dezembro de 2010, realizamos um grande encontro entre os membros do TGVBR e os da comunidade do orkut "RESGATE DOS TRENS E FERROVIAS". Estavam presentes: brunno, Brunoraraujo, Cleiton Pieruccini, DadoDJ, Guilherme Pinho, Julio C.Silva, NANDORJ, Nighto, Pablo ITT e eu. Partimos de ônibus da estação Central do Brasil em torno de 6h30 em direção a Manilha, no município de Itaboraí, onde encontramos o brunno e de lá pegamos outro ônibus até a localidade de Porto das Caixas, ponto de partida da nossa longa caminhada. O caminho até o nosso destino foi bastante complicado, já que após deixarmos a rodovia Magé-Manilha, o que encontramos foi uma estrada de terra bastante acidentada, muita poeira e um motorista louco que corria e cantava enquanto sacolejávamos muito. Antes de chegarmos, avistamos a Parada Amaral e a estação Visconde de Itaboraí e depois de passarmos pela ponte nova de Porto das Caixas – recém reformada - saltamos e caminhamos até o local da antiga estação. Lá encontramos uma caixa d’água de concreto para as vaporosas, a casa do agente, as ruínas da antiga plataforma e do outro lado, ruínas do que eu acredito ser a plataforma para os trens que seguiam para a Linha do Cantagalo. A estação em si, uma das mais antigas do Brasil, foi, infelizmente, demolida em 1980 por questões “operacionais” (os mais entendidos poderão explicar melhor). Após explorarmos bastante o local, fomos em busca do primeiro túnel ferroviário do Brasil, construído em 1860. Com informações colhidas com os moradores locais, descobrimos que a boca do mesmo fica localizada embaixo da rua principal de Porto das Caixas. O acesso se dá através de um terreno baldio, que acaba em uma trincheira construída pela ferrovia. Nós tentamos descer, mas o caminho era muito acidentado e nada estável, sem contar que o mato alto dominava tudo, por isso decidimos voltar e tentar a sorte pelo outro lado, por dentro do terreno da igreja. Chegando lá encontramos uma placa bem irônica que convidava a todos a visitar o túnel, mas como? O DadoDJ pulou o muro para tentar fotografá-lo, mas as condições por esse lado também eram péssimas, então não sei se ele teve algum sucesso. Contando mais uma vez com a ajuda dos moradores locais, descobrimos que a outra boca do túnel foi aterrada para se nivelar uma rua e que o mesmo sofre o risco de desabar, já que muitas casas foram construídas sobre ele, inclusive algumas delas já estão interditadas, cheias de rachaduras. Antes das fotos, um resumo histórico do local e algumas fotos antigas.
Histórico
Porto das Caixas foi uma das províncias mais importante do Rio de Janeiro na época do Império e devido à privilegiada localização, perto do rio Aldeia (uma das vertentes do Rio Macacu), foram criados um porto fluvial e armazéns destinados a recolher os produtos das regiões vizinhas. Isso fez com que crescesse depressa o número de habitantes e o comércio, tornando o local um centro comercial, político, cultural e religioso da região. O nome “Porto das Caixas” originou a partir do envio dessas mercadorias em “caixas”, embarcadas no porto. Porém, no século XIX, os antigos caminhos terrestres de acesso a localidade e adjacências começaram a ser criticados pelas suas más condições, com pontes destruídas, estradas alagadas e etc, causando prejuízos às tropas de mulas que faziam esse transporte. Da mesma forma que os rios, com diversos trechos obstruídos a navegação, causavam danos aos artigos e atraso nas entregas. Assim, iniciou-se um plano de se construir uma ferrovia que ligaria Porto das Caixas ao interior do Estado, principalmente a região de Nova Friburgo e Cantagalo. Os trabalhos então se iniciaram em 8 de novembro de 1859 e o primeiro trecho, entre Porto das Caixas e Cachoeiras de Macacu, foi inaugurado em 23 de abril de 1860. Portanto, Porto das Caixas funcionava como Guia de Pacobaíba: os passageiros e mercadorias vinham do Rio de Janeiro em chatas, entravam pelo rio e faziam baldeação para a ferrovia lá. Porto das Caixas continuou como estação inicial até 1866, quando a linha foi extendida até Itambí, antiga Vila Nova. Foi quando ela sofreu o seu primeiro baque, pois nesse local foi construído um porto com melhores condições. Em 1874, mais um baque com o prolongamento da linha até Niterói e em 1927 outro, com a inauguração da estação Visconde de Itaboraí e do contorno da Baía de Guanabara. A partir de então, Porto das Caixas passou a ser um mero entroncamento, função que permaneceu até o fim dos trilhos para Cachoeiras em 1973 (o trecho da serra até Portela foi erradicado em 1964). A estação sem qualquer função e já no osso foi demolida em 1980.
Fotos antigas
A estação na década de 50. Reparem que existia uma segunda via e plataforma na época
Foto da forista Nina.
A estação em 1962. A direita podemos ver o desvio da Linha do Cantagalo
Fotograma do filme Porto das Caixas, de Paulo César Saraceni.
Bem, vamos as fotos:
Localização via Google Earth
Fotos
1. A casa do agente e a caixa d'água ao lado
2.
3. Próximo ao antigo entroncamento com a Linha do Cantagalo, a CEDAE está construíndo algum tipo de construção
4.
5.
6. A caixa d'água das vaporosas
7.
8. Detalhe
9. Alguém sabe do que se trata essa construção
10. A irônica placa ao lado da igreja
11. Possíveis ruínas da plataforma da Linha do Cantagalo
12.
13. Ponte ferroviária original de Porto das Caixas
14. A ponte nova fica ao lado
15. Atualmente, ela foi adaptada para a passagem de uma tubulação da CEDAE
16.
Após ficarmos um bom tempo na busca pelo túnel, voltamos para o local da antiga estação e seguimos em direção a estação de Visconde de Itaboraí, que fica localizada não muito distante. Antes de chegarmos a mesma, passamos pelo início da ligação Itaboraí-Magé:
17. Nesse ponto, a antiga Linha do Litoral se bifurca: a direita, o início do contorno da Baía de Guanabara
Inauguração: 1860
Desativação: 1980
Histórico de concessões e ferrovias: E.F. de Cantagallo (1860-1889), The Leopoldina Railway Company Ltd. (1889-1950), E.F. Leopoldina (1950-1957) e RFFSA (1957-1980)
Plataformas: 2
Uso atual: Demolida
Olá para todos!
No sábado passado, dia 11 de dezembro de 2010, realizamos um grande encontro entre os membros do TGVBR e os da comunidade do orkut "RESGATE DOS TRENS E FERROVIAS". Estavam presentes: brunno, Brunoraraujo, Cleiton Pieruccini, DadoDJ, Guilherme Pinho, Julio C.Silva, NANDORJ, Nighto, Pablo ITT e eu. Partimos de ônibus da estação Central do Brasil em torno de 6h30 em direção a Manilha, no município de Itaboraí, onde encontramos o brunno e de lá pegamos outro ônibus até a localidade de Porto das Caixas, ponto de partida da nossa longa caminhada. O caminho até o nosso destino foi bastante complicado, já que após deixarmos a rodovia Magé-Manilha, o que encontramos foi uma estrada de terra bastante acidentada, muita poeira e um motorista louco que corria e cantava enquanto sacolejávamos muito. Antes de chegarmos, avistamos a Parada Amaral e a estação Visconde de Itaboraí e depois de passarmos pela ponte nova de Porto das Caixas – recém reformada - saltamos e caminhamos até o local da antiga estação. Lá encontramos uma caixa d’água de concreto para as vaporosas, a casa do agente, as ruínas da antiga plataforma e do outro lado, ruínas do que eu acredito ser a plataforma para os trens que seguiam para a Linha do Cantagalo. A estação em si, uma das mais antigas do Brasil, foi, infelizmente, demolida em 1980 por questões “operacionais” (os mais entendidos poderão explicar melhor). Após explorarmos bastante o local, fomos em busca do primeiro túnel ferroviário do Brasil, construído em 1860. Com informações colhidas com os moradores locais, descobrimos que a boca do mesmo fica localizada embaixo da rua principal de Porto das Caixas. O acesso se dá através de um terreno baldio, que acaba em uma trincheira construída pela ferrovia. Nós tentamos descer, mas o caminho era muito acidentado e nada estável, sem contar que o mato alto dominava tudo, por isso decidimos voltar e tentar a sorte pelo outro lado, por dentro do terreno da igreja. Chegando lá encontramos uma placa bem irônica que convidava a todos a visitar o túnel, mas como? O DadoDJ pulou o muro para tentar fotografá-lo, mas as condições por esse lado também eram péssimas, então não sei se ele teve algum sucesso. Contando mais uma vez com a ajuda dos moradores locais, descobrimos que a outra boca do túnel foi aterrada para se nivelar uma rua e que o mesmo sofre o risco de desabar, já que muitas casas foram construídas sobre ele, inclusive algumas delas já estão interditadas, cheias de rachaduras. Antes das fotos, um resumo histórico do local e algumas fotos antigas.
Histórico
Porto das Caixas foi uma das províncias mais importante do Rio de Janeiro na época do Império e devido à privilegiada localização, perto do rio Aldeia (uma das vertentes do Rio Macacu), foram criados um porto fluvial e armazéns destinados a recolher os produtos das regiões vizinhas. Isso fez com que crescesse depressa o número de habitantes e o comércio, tornando o local um centro comercial, político, cultural e religioso da região. O nome “Porto das Caixas” originou a partir do envio dessas mercadorias em “caixas”, embarcadas no porto. Porém, no século XIX, os antigos caminhos terrestres de acesso a localidade e adjacências começaram a ser criticados pelas suas más condições, com pontes destruídas, estradas alagadas e etc, causando prejuízos às tropas de mulas que faziam esse transporte. Da mesma forma que os rios, com diversos trechos obstruídos a navegação, causavam danos aos artigos e atraso nas entregas. Assim, iniciou-se um plano de se construir uma ferrovia que ligaria Porto das Caixas ao interior do Estado, principalmente a região de Nova Friburgo e Cantagalo. Os trabalhos então se iniciaram em 8 de novembro de 1859 e o primeiro trecho, entre Porto das Caixas e Cachoeiras de Macacu, foi inaugurado em 23 de abril de 1860. Portanto, Porto das Caixas funcionava como Guia de Pacobaíba: os passageiros e mercadorias vinham do Rio de Janeiro em chatas, entravam pelo rio e faziam baldeação para a ferrovia lá. Porto das Caixas continuou como estação inicial até 1866, quando a linha foi extendida até Itambí, antiga Vila Nova. Foi quando ela sofreu o seu primeiro baque, pois nesse local foi construído um porto com melhores condições. Em 1874, mais um baque com o prolongamento da linha até Niterói e em 1927 outro, com a inauguração da estação Visconde de Itaboraí e do contorno da Baía de Guanabara. A partir de então, Porto das Caixas passou a ser um mero entroncamento, função que permaneceu até o fim dos trilhos para Cachoeiras em 1973 (o trecho da serra até Portela foi erradicado em 1964). A estação sem qualquer função e já no osso foi demolida em 1980.
Fotos antigas
A estação na década de 50. Reparem que existia uma segunda via e plataforma na época
Foto da forista Nina.
A estação em 1962. A direita podemos ver o desvio da Linha do Cantagalo
Fotograma do filme Porto das Caixas, de Paulo César Saraceni.
Bem, vamos as fotos:
Localização via Google Earth
Fotos
1. A casa do agente e a caixa d'água ao lado
2.
3. Próximo ao antigo entroncamento com a Linha do Cantagalo, a CEDAE está construíndo algum tipo de construção
4.
5.
6. A caixa d'água das vaporosas
7.
8. Detalhe
9. Alguém sabe do que se trata essa construção
10. A irônica placa ao lado da igreja
11. Possíveis ruínas da plataforma da Linha do Cantagalo
12.
13. Ponte ferroviária original de Porto das Caixas
14. A ponte nova fica ao lado
15. Atualmente, ela foi adaptada para a passagem de uma tubulação da CEDAE
16.
Após ficarmos um bom tempo na busca pelo túnel, voltamos para o local da antiga estação e seguimos em direção a estação de Visconde de Itaboraí, que fica localizada não muito distante. Antes de chegarmos a mesma, passamos pelo início da ligação Itaboraí-Magé:
17. Nesse ponto, a antiga Linha do Litoral se bifurca: a direita, o início do contorno da Baía de Guanabara