Bonde tomba e deixa ao menos 5 mortos em Santa Teresa
Enviado: 27 Ago 2011, 23:38
Acidente deixou pelo menos 57 pessoas feridas, várias delas em estado grave
Um bonde cheio de passageiros tombou na tarde deste sábado em Santa Teresa, bairro turístico do Rio de Janeiro. O acidente deixou pelo menos cinco mortos, sendo três homens e duas mulheres. Além disso, ao menos 57 pessoas ficaram feridas, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde e do Corpo de Bombeiros.
O motivo do acidente ainda é desconhecido e só deve ser confirmado após a realização da perícia, mas as primeiras conclusões apontam que o veículo estaria superlotado, de acordo com autoridades envolvidas na investigação. Familiares das vítimas também se queixaram do excesso de passageiros. Pela estrutura de que dispõe, o bonde teria capacidade para transportar 32 pessoas sentadas, 12 em pé, além de alguns passageiros acomodados no estribo lateral.
No momento do acidente, o bonde fazia uma curva perto do Largo do Curvelo, quando seguia em direção ao Centro do Rio. Entre os feridos, dez estão em estado grave. As vítimas foram levadas aos hospitais Souza Aguiar, Andaraí e Miguel Couto.
Após o acidente, o secretário de Transportes do Rio, Julio Lopes, compareceu ao local e foi hostilizado pelos moradores, sendo chamado de "assassino", "safado" e "ladrão". O secretário lamentou o acidente e afirmou que os motivos serão devidamente apurados. "Foi uma fatalidade, uma tragédia", afirmou.
Operação
Três quartéis foram mobilizados para realizar o atendimento às vítimas, numa operação que envolveu aproximadamente 40 bombeiros, segundo o comandante-geral Sérgio Simões. Embora pessoas presentes no local tenham alegado que o socorro demorou a chegar, o comandante afirmou que os bombeiros compareceram rapidamente ao ponto onde o acidente ocorreu.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/r ... 06842.html
O motorneiro Nelson Correia dos Santos começou a trabalhar no bonde número 10 às 14h deste sábado. Desceu com o veículo para o Centro e subiu de volta para Santa Teresa pelo menos uma vez antes da viagem em que sofreu o acidente fatal. Antes de começar o serviço, recebeu um telefonema de uma moradora conhecida, dona de uma lanchonete no bairro.
“Eu liguei lá para a estação e ele atendeu. Falei com ele: ‘Nelson, quando passar por aqui, toca o sino que te dou o lanche’”, contou Luciana Miranda.
Cerca de uma hora depois, Nelson parou em frente à lojinha e tocou o sino. Levou uma bolsa com sanduíches e maçãs do amor para ele e os outros motorneiros. “Ele parou, dei o lanche para ele e ele me agradeceu antes de ir. Ele era uma pessoa muito querida”, contou Luciana.
Bairro com jeito de cidade do interior, os moradores de Santa Teresa conhecem os motorneiros dos bondes, mais tradicional meio de transporte entre a localidade, em uma parte alta da cidade, e o Centro do Rio.
Nelson era o motorista que guiava quando caiu o francês, mas ninguém o culpava pelo acidente. Charles Damien Pierson, 24 anos, caiu do bondinho através da grade furada quando o veículo passava em cima dos Arcos da Lapa.
O colega de Nelson, Gilmar Silvério, contou ter dado carona de bonde ao amigo para subir para Santa Teresa neste sábado. Ele fez diversas viagens entre Santa Teresa e o Centro e não percebeu nada errado com o veículo.
“Eu ‘largo’ o trabalho às 14h. Subi e entreguei a ele o bonde”, disse o motorneiro, que passou a cuidar do boletim de ocorrência de um abalroamento de um ônibus com o bonde que conduzia.
Nesta tarde de sábado de temperatura amena e tempo encoberto, Santa Teresa estava cheia de cariocas turistas, que buscam o bairro como um recanto agradável e aconchegante para passar o fim de semana. Os bondes, modo mais charmoso de se conhecer o bairro, desciam cheios – a lotação máxima é de 32 passageiros sentados e 12 em pé. “No estribo vai quem quer”, explica Gilmar.
Depois de fazer a primeira viagem e pegar o lanche com Luciana, Nelson continuou no comando do bonde naquela que seria a última viagem de sua vida.
Em uma das últimas curvas do percurso até o Centro, já na parte baixa de Santa Teresa, o experiente motorneiro perdeu o controle do bonde lotado – há 57 feridos registrados oficialmente. O veículo saiu dos trilhos e seguiu sem rumo e em alta velocidade pela sinuosa pista de paralelepípedo da Rua Joaquim Murtinho.
A gritaria de desespero dos passageiros podia ser ouvida à distância. Sem conseguir manejar o bonde pela manivela nem conseguir acionar os freios, Nelson não conseguiu forçar o bonde número 10 a fazer uma curva fechada para a esquerda.
Cerca de 30 metros depois de descarrilar, o motorneiro viu o vagão tombar e bater fortemente contra um poste de luz. Nelson ficou esmagado entre o poste e o bonde. “Vi o motorneiro agonizando, imprensado no poste pelo bonde, preso às ferragens. Tinha muito sangue, ele sangrava muito pela boca, mexia um pouco os dedos, como se estivesse pedindo socorro. Tentamos, mas estava impossível de retirá-lo dali. Ele estava caído sobre uma mulher, com certeza já morta.”
Minutos depois, os bombeiros chegaram e removeram Nelson dali. Mas, muito ferido, o motorneiro não resistiu e morreu pouco depois.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/r ... 51333.html
Um bonde cheio de passageiros tombou na tarde deste sábado em Santa Teresa, bairro turístico do Rio de Janeiro. O acidente deixou pelo menos cinco mortos, sendo três homens e duas mulheres. Além disso, ao menos 57 pessoas ficaram feridas, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde e do Corpo de Bombeiros.
O motivo do acidente ainda é desconhecido e só deve ser confirmado após a realização da perícia, mas as primeiras conclusões apontam que o veículo estaria superlotado, de acordo com autoridades envolvidas na investigação. Familiares das vítimas também se queixaram do excesso de passageiros. Pela estrutura de que dispõe, o bonde teria capacidade para transportar 32 pessoas sentadas, 12 em pé, além de alguns passageiros acomodados no estribo lateral.
No momento do acidente, o bonde fazia uma curva perto do Largo do Curvelo, quando seguia em direção ao Centro do Rio. Entre os feridos, dez estão em estado grave. As vítimas foram levadas aos hospitais Souza Aguiar, Andaraí e Miguel Couto.
Após o acidente, o secretário de Transportes do Rio, Julio Lopes, compareceu ao local e foi hostilizado pelos moradores, sendo chamado de "assassino", "safado" e "ladrão". O secretário lamentou o acidente e afirmou que os motivos serão devidamente apurados. "Foi uma fatalidade, uma tragédia", afirmou.
Operação
Três quartéis foram mobilizados para realizar o atendimento às vítimas, numa operação que envolveu aproximadamente 40 bombeiros, segundo o comandante-geral Sérgio Simões. Embora pessoas presentes no local tenham alegado que o socorro demorou a chegar, o comandante afirmou que os bombeiros compareceram rapidamente ao ponto onde o acidente ocorreu.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/r ... 06842.html
O motorneiro Nelson Correia dos Santos começou a trabalhar no bonde número 10 às 14h deste sábado. Desceu com o veículo para o Centro e subiu de volta para Santa Teresa pelo menos uma vez antes da viagem em que sofreu o acidente fatal. Antes de começar o serviço, recebeu um telefonema de uma moradora conhecida, dona de uma lanchonete no bairro.
“Eu liguei lá para a estação e ele atendeu. Falei com ele: ‘Nelson, quando passar por aqui, toca o sino que te dou o lanche’”, contou Luciana Miranda.
Cerca de uma hora depois, Nelson parou em frente à lojinha e tocou o sino. Levou uma bolsa com sanduíches e maçãs do amor para ele e os outros motorneiros. “Ele parou, dei o lanche para ele e ele me agradeceu antes de ir. Ele era uma pessoa muito querida”, contou Luciana.
Bairro com jeito de cidade do interior, os moradores de Santa Teresa conhecem os motorneiros dos bondes, mais tradicional meio de transporte entre a localidade, em uma parte alta da cidade, e o Centro do Rio.
Nelson era o motorista que guiava quando caiu o francês, mas ninguém o culpava pelo acidente. Charles Damien Pierson, 24 anos, caiu do bondinho através da grade furada quando o veículo passava em cima dos Arcos da Lapa.
O colega de Nelson, Gilmar Silvério, contou ter dado carona de bonde ao amigo para subir para Santa Teresa neste sábado. Ele fez diversas viagens entre Santa Teresa e o Centro e não percebeu nada errado com o veículo.
“Eu ‘largo’ o trabalho às 14h. Subi e entreguei a ele o bonde”, disse o motorneiro, que passou a cuidar do boletim de ocorrência de um abalroamento de um ônibus com o bonde que conduzia.
Nesta tarde de sábado de temperatura amena e tempo encoberto, Santa Teresa estava cheia de cariocas turistas, que buscam o bairro como um recanto agradável e aconchegante para passar o fim de semana. Os bondes, modo mais charmoso de se conhecer o bairro, desciam cheios – a lotação máxima é de 32 passageiros sentados e 12 em pé. “No estribo vai quem quer”, explica Gilmar.
Depois de fazer a primeira viagem e pegar o lanche com Luciana, Nelson continuou no comando do bonde naquela que seria a última viagem de sua vida.
Em uma das últimas curvas do percurso até o Centro, já na parte baixa de Santa Teresa, o experiente motorneiro perdeu o controle do bonde lotado – há 57 feridos registrados oficialmente. O veículo saiu dos trilhos e seguiu sem rumo e em alta velocidade pela sinuosa pista de paralelepípedo da Rua Joaquim Murtinho.
A gritaria de desespero dos passageiros podia ser ouvida à distância. Sem conseguir manejar o bonde pela manivela nem conseguir acionar os freios, Nelson não conseguiu forçar o bonde número 10 a fazer uma curva fechada para a esquerda.
Cerca de 30 metros depois de descarrilar, o motorneiro viu o vagão tombar e bater fortemente contra um poste de luz. Nelson ficou esmagado entre o poste e o bonde. “Vi o motorneiro agonizando, imprensado no poste pelo bonde, preso às ferragens. Tinha muito sangue, ele sangrava muito pela boca, mexia um pouco os dedos, como se estivesse pedindo socorro. Tentamos, mas estava impossível de retirá-lo dali. Ele estava caído sobre uma mulher, com certeza já morta.”
Minutos depois, os bombeiros chegaram e removeram Nelson dali. Mas, muito ferido, o motorneiro não resistiu e morreu pouco depois.
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