Codificação de veículos ferroviários no Brasil
Enviado: 14 Jun 2008, 03:05
Retirado do site da VFCO há dois anos. Era um ótimo site, nunca mais consegui acessar.
Enfim, vamos ao que interessa
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Codificação dos vagões no Brasil
Fonte: Informativo Frateschi n° 20 e 21 (1982) — Centro-Oeste n° 72 — 1°-nov-1992
A codificação dos vagões foi estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a partir das normas da Association of American Railroads (AAR).
Compõe-se de:
• 3 letras, onde as 2 primeiras identificam o tipo e o subtipo de vagão (Quadro 2); e a terceira indica seu peso máximo (tara + lotação), de acordo com a bitola (Quadro 3);
• 6 dígitos para a numeração, que é única para todo o Brasil — identifica a ferrovia (Quadro 1);
• 1 dígito verificador, que permite ao computador — através de uma rotina simples de cálculo — rejeitar erros por distração do digitador; e
• 1 letra opcional, que na RFFSA indica a Regional onde o vagão está lotado (Quadro 4).
Há 2 coisas que não sei, ou só posso deduzir — e peço a quem souber que entre em contato:
• Que faixa de numeração é utilizada pelas demais ferrovias — como a EF Jari, EF Amapá, EF Carajás e EF Mineração Rio do Norte?
• Além do "N" como segunda letra — observada sempre em vagões de serviço não-remunerado —, não existirão outras "novidades"?
Dígito Verificador
Freqüentemente, o modelista dispõe de informação apenas sobre a "faixa de numeração" de uma série de vagões — de tanto a tanto, "pulando" tais e tais números.
Ao aplicar os decais no modelo pronto — percebe que não dispõe de informação sobre o dígito verificador de cada vagão daquela série.
Para calcular o dígito verificador, siga estes passos:
1. Multiplique por 7 o primeiro dígito da numeração;
2. Multiplique por 6 o segundo dígito da numeração;
3. Multiplique por 5 o terceiro dígito da numeração;
4. Multiplique por 4 o quarto dígito da numeração;
5. Multiplique por 3 o quinto dígito da numeração;
6. Multiplique por 2 o sexto dígito da numeração;
7. Some estes 6 produtos;
8. Divida esta soma por 11 e guarde o "resto";
9. De 11, subtraia esse "resto";
10. O dígito verificador é o resultado dessa subtração.
11. Numa divisão por 11, o "resto" pode variar de 0 a 10.
12. Se o "resto" for 1, a subtração (11 menos 1) dará 10. Neste caso, o dígito verificador é 0;
13. Se o "resto" for 0, a subtração (11 menos 0) dará 11. Neste caso, o dígito verificador é 1;
14. Se o "resto" da divisão for 10, a subtração (11 menos 10) dará 1, e o dígito verificador será 1 de novo.
Vagões antigos
Esta codificação não se aplica aos vagões antigos, nem à "pintura antiga" dos vagões que ainda existem hoje. Em 1982, nenhum modelo da Frateschi representava protótipo — ou "pintura" — com esta codificação.
Em 1982, a RFFSA começa a estudar a implantação do Sistema de Gerenciamento Operacional (Sigo), através de computadores.
Em revistas de 1983, já se vê fotos de alguns vagões com esta codificação.
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Codificação de veículos ferroviários no Brasil
João Bosco Setti — Centro-Oeste n° 78 — 1°-Maio-1993
Este trabalho visa complementar as informações já publicadas no Informativo Frateschi n° 20 e 21 (1982), e pelo Centro-Oeste n° 72 (1992), considerando o estágio atual no âmbito da RFFSA.
Letra opcional
O Quadro 4 inclui a relação completa e atual das Letras de Propriedade, utilizadas opcionalmente pela RFFSA — logo após o dígito de controle — para identificar genericamente o proprietário e/ou a regional de origem.
Faixas numéricas
Estas faixas (Quadro 5) estão sujeitas a alterações, principalmente nas quantidades de reserva, em virtude da adesão de outras ferrovias.
Atualmente, está sendo estudada a inclusão das ferrovias do Uruguai (AFE) e da Argentina (FA).
Estrutura da codificação
A estrutura padrão para a identificação de cada veículo de qualquer tipo é apresentada no Quadro 1:
X1, X2, X3 caracterizam o tipo, subtipo, bitola, peso bruto, fabricante, etc, conforme a natureza do veículo;
N1 a N6 identificam o veículo, segundo as faixas numéricas do Quadro 5;
N7 é o dígito de controle, referente à parte numérica;
X4 é a letra de propriedade, opcional, somente utilizada pela RFFSA.
Quadro 1 – Estrutura de codificação
X1 – Tipo
X2 – Subtipo
X3 – Peso máximo/bitola
N1–N6 – Numeração do veículo
N7 – Digito verificador
X4 – Letra Opcional – Utilizada somente pela RFFSA
Codificação dos vagões
A codificação dos vagões utiliza a estrutura completa, com as 3 primeiras letras indicando o tipo (X1), o subtipo (X2) e o peso máximo e bitola (X3).
Os quadros indicativos das 3 primeiras letras têm sido amplamente publicados, como por exemplo no Centro Oeste n° 72.
Ao operar um terminal do Sistema Integrado de Gerenciamento Operacional (Sigo), em qualquer estação da RFFSA que o tenha instalado, o agente digita apenas a parte numérica — inclusive o dígito de controle —, e a seguir aparecem na tela as 3 letras iniciais e a letra final opcional, todas armazenadas na memória do sistema.
No entanto, para selecionar um ou vários tipos de vagões, o agente também pode fazer as opções digitando apenas as letras correspondentes, e o computador automaticamente segue os seus comandos.
Codificação das locomotivas
Para identificar as locomotivas, a RFFSA padronizou sua numeração, agrupando por fabricante, bitola e tipo, conforme o Quadro 6, tirado da norma IM-F7, de 1983.
Os dados desse quadro estão contidos na faixa numérica da RFFSA (Quadro 5).
Como nas locomotivas são pintados apenas os 4 últimos dígitos — mais o de controle —, na prática equivale a acrescentar "90", ou "900", ou "9000" (se for abaixo de mil) na frente do número da locomotiva, para digitação no Sigo e para cálculo do dígito de controle.
Para as locomotivas, não são utilizadas as 3 letras iniciais (X1, X2, X3), embora a RFFSA utilize — e pinte nas máquinas — a letra opcional (X4).
Também de acordo com o Quadro 5, para se digitar uma locomotiva da EFVM, da Fepasa ou da ENFE — isto é comum em estações que tenham intercâmbio com estas Ferrovias —, deve ser acrescentado "91" ou "910" (antes do número), mais o dígito de controle (no final).
Codificação dos carros
Assim como para os vagões, também os carros de passageiros têm uma codificação alfa-numérica. A única diferença é a utilização de apenas duas letras (X1 e X2).
A primeira letra indica o tipo básico de cada carro (X1),e a segunda (X2) define o subtipo, indicando o material de constituição da caixa do carro, de acordo com o Quadro 7
A RFFSA costuma pintar em alguns carros a identificação completa; e em outros omite os 2 primeiros números (N1 e N2).
Já a Fepasa pinta apenas as 2 letras e os 4 últimos números, também omitindo o dígito de controle.
Automotrizes e Trens-Unidades
A codificação na RFFSA neste caso é equivalente à dos carros, apenas variando as duas letras iniciais (X1 e X2), e seguindo sempre as faixas numéricas do Quadro 5.
O Quadro 8 indica X1 e X2.
Guindastes, Autos e Equipamentos de Manutenção
Também os veículos da RFFSA utilizados nos serviços de manutenção já têm sua codificação, obedecendo à estrutura alfa-numérica completa, com 3 letras iniciais (como para os vagões); e seguindo as faixas numéricas definidas no Quadro 5.
O Quadro 9 indica as letras X1, X2 e X3 para guindastes, autos e equipamentos de manutenção
Agradecimento
Agradeço aos funcionários da RFFSA pelos subsídios às codificações dos veículos e às informações referentes ao Sigo.
Glossário
Kershaw – Fabricante de equipamentos de via permanente (EUA)
Plasser – Fabricante de equipamentos de via permanente (Áustria)
Tamper – Fabricante de equipamentos de via permanente (EUA)
TUDH – Trem-Unidade Diesel-Hidráulico
TUE – Trem-Unidade Elétrico
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Nas próximas postagens: os quadros
(parece até blog )
Enfim, vamos ao que interessa
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Codificação dos vagões no Brasil
Fonte: Informativo Frateschi n° 20 e 21 (1982) — Centro-Oeste n° 72 — 1°-nov-1992
A codificação dos vagões foi estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a partir das normas da Association of American Railroads (AAR).
Compõe-se de:
• 3 letras, onde as 2 primeiras identificam o tipo e o subtipo de vagão (Quadro 2); e a terceira indica seu peso máximo (tara + lotação), de acordo com a bitola (Quadro 3);
• 6 dígitos para a numeração, que é única para todo o Brasil — identifica a ferrovia (Quadro 1);
• 1 dígito verificador, que permite ao computador — através de uma rotina simples de cálculo — rejeitar erros por distração do digitador; e
• 1 letra opcional, que na RFFSA indica a Regional onde o vagão está lotado (Quadro 4).
Há 2 coisas que não sei, ou só posso deduzir — e peço a quem souber que entre em contato:
• Que faixa de numeração é utilizada pelas demais ferrovias — como a EF Jari, EF Amapá, EF Carajás e EF Mineração Rio do Norte?
• Além do "N" como segunda letra — observada sempre em vagões de serviço não-remunerado —, não existirão outras "novidades"?
Dígito Verificador
Freqüentemente, o modelista dispõe de informação apenas sobre a "faixa de numeração" de uma série de vagões — de tanto a tanto, "pulando" tais e tais números.
Ao aplicar os decais no modelo pronto — percebe que não dispõe de informação sobre o dígito verificador de cada vagão daquela série.
Para calcular o dígito verificador, siga estes passos:
1. Multiplique por 7 o primeiro dígito da numeração;
2. Multiplique por 6 o segundo dígito da numeração;
3. Multiplique por 5 o terceiro dígito da numeração;
4. Multiplique por 4 o quarto dígito da numeração;
5. Multiplique por 3 o quinto dígito da numeração;
6. Multiplique por 2 o sexto dígito da numeração;
7. Some estes 6 produtos;
8. Divida esta soma por 11 e guarde o "resto";
9. De 11, subtraia esse "resto";
10. O dígito verificador é o resultado dessa subtração.
11. Numa divisão por 11, o "resto" pode variar de 0 a 10.
12. Se o "resto" for 1, a subtração (11 menos 1) dará 10. Neste caso, o dígito verificador é 0;
13. Se o "resto" for 0, a subtração (11 menos 0) dará 11. Neste caso, o dígito verificador é 1;
14. Se o "resto" da divisão for 10, a subtração (11 menos 10) dará 1, e o dígito verificador será 1 de novo.
Vagões antigos
Esta codificação não se aplica aos vagões antigos, nem à "pintura antiga" dos vagões que ainda existem hoje. Em 1982, nenhum modelo da Frateschi representava protótipo — ou "pintura" — com esta codificação.
Em 1982, a RFFSA começa a estudar a implantação do Sistema de Gerenciamento Operacional (Sigo), através de computadores.
Em revistas de 1983, já se vê fotos de alguns vagões com esta codificação.
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Codificação de veículos ferroviários no Brasil
João Bosco Setti — Centro-Oeste n° 78 — 1°-Maio-1993
Este trabalho visa complementar as informações já publicadas no Informativo Frateschi n° 20 e 21 (1982), e pelo Centro-Oeste n° 72 (1992), considerando o estágio atual no âmbito da RFFSA.
Letra opcional
O Quadro 4 inclui a relação completa e atual das Letras de Propriedade, utilizadas opcionalmente pela RFFSA — logo após o dígito de controle — para identificar genericamente o proprietário e/ou a regional de origem.
Faixas numéricas
Estas faixas (Quadro 5) estão sujeitas a alterações, principalmente nas quantidades de reserva, em virtude da adesão de outras ferrovias.
Atualmente, está sendo estudada a inclusão das ferrovias do Uruguai (AFE) e da Argentina (FA).
Estrutura da codificação
A estrutura padrão para a identificação de cada veículo de qualquer tipo é apresentada no Quadro 1:
X1, X2, X3 caracterizam o tipo, subtipo, bitola, peso bruto, fabricante, etc, conforme a natureza do veículo;
N1 a N6 identificam o veículo, segundo as faixas numéricas do Quadro 5;
N7 é o dígito de controle, referente à parte numérica;
X4 é a letra de propriedade, opcional, somente utilizada pela RFFSA.
Quadro 1 – Estrutura de codificação
Código: Selecionar todos
Letras | Dígitos | Letras
1ª 2ª 3ª | 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º | 4ª
X1 X2 X3 - N1 N2 N3 N4 N5 N6 - N7 X4
X2 – Subtipo
X3 – Peso máximo/bitola
N1–N6 – Numeração do veículo
N7 – Digito verificador
X4 – Letra Opcional – Utilizada somente pela RFFSA
Codificação dos vagões
A codificação dos vagões utiliza a estrutura completa, com as 3 primeiras letras indicando o tipo (X1), o subtipo (X2) e o peso máximo e bitola (X3).
Os quadros indicativos das 3 primeiras letras têm sido amplamente publicados, como por exemplo no Centro Oeste n° 72.
Ao operar um terminal do Sistema Integrado de Gerenciamento Operacional (Sigo), em qualquer estação da RFFSA que o tenha instalado, o agente digita apenas a parte numérica — inclusive o dígito de controle —, e a seguir aparecem na tela as 3 letras iniciais e a letra final opcional, todas armazenadas na memória do sistema.
No entanto, para selecionar um ou vários tipos de vagões, o agente também pode fazer as opções digitando apenas as letras correspondentes, e o computador automaticamente segue os seus comandos.
Codificação das locomotivas
Para identificar as locomotivas, a RFFSA padronizou sua numeração, agrupando por fabricante, bitola e tipo, conforme o Quadro 6, tirado da norma IM-F7, de 1983.
Os dados desse quadro estão contidos na faixa numérica da RFFSA (Quadro 5).
Como nas locomotivas são pintados apenas os 4 últimos dígitos — mais o de controle —, na prática equivale a acrescentar "90", ou "900", ou "9000" (se for abaixo de mil) na frente do número da locomotiva, para digitação no Sigo e para cálculo do dígito de controle.
Para as locomotivas, não são utilizadas as 3 letras iniciais (X1, X2, X3), embora a RFFSA utilize — e pinte nas máquinas — a letra opcional (X4).
Também de acordo com o Quadro 5, para se digitar uma locomotiva da EFVM, da Fepasa ou da ENFE — isto é comum em estações que tenham intercâmbio com estas Ferrovias —, deve ser acrescentado "91" ou "910" (antes do número), mais o dígito de controle (no final).
Codificação dos carros
Assim como para os vagões, também os carros de passageiros têm uma codificação alfa-numérica. A única diferença é a utilização de apenas duas letras (X1 e X2).
A primeira letra indica o tipo básico de cada carro (X1),e a segunda (X2) define o subtipo, indicando o material de constituição da caixa do carro, de acordo com o Quadro 7
A RFFSA costuma pintar em alguns carros a identificação completa; e em outros omite os 2 primeiros números (N1 e N2).
Já a Fepasa pinta apenas as 2 letras e os 4 últimos números, também omitindo o dígito de controle.
Automotrizes e Trens-Unidades
A codificação na RFFSA neste caso é equivalente à dos carros, apenas variando as duas letras iniciais (X1 e X2), e seguindo sempre as faixas numéricas do Quadro 5.
O Quadro 8 indica X1 e X2.
Guindastes, Autos e Equipamentos de Manutenção
Também os veículos da RFFSA utilizados nos serviços de manutenção já têm sua codificação, obedecendo à estrutura alfa-numérica completa, com 3 letras iniciais (como para os vagões); e seguindo as faixas numéricas definidas no Quadro 5.
O Quadro 9 indica as letras X1, X2 e X3 para guindastes, autos e equipamentos de manutenção
Agradecimento
Agradeço aos funcionários da RFFSA pelos subsídios às codificações dos veículos e às informações referentes ao Sigo.
Glossário
Kershaw – Fabricante de equipamentos de via permanente (EUA)
Plasser – Fabricante de equipamentos de via permanente (Áustria)
Tamper – Fabricante de equipamentos de via permanente (EUA)
TUDH – Trem-Unidade Diesel-Hidráulico
TUE – Trem-Unidade Elétrico
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Nas próximas postagens: os quadros
(parece até blog )