Homem obcecado por trens é preso, de novo
Enviado: 19 Jun 2008, 10:58
16/06/2008
Homem obcecado por trens é preso, de novo
Christine Hauser e Sharon Otterman
Em Nova York
Darius McCollum conhece bem o sistema de trânsito da cidade de Nova York. Talvez bem demais.
Durante cerca de um quarto de século, ele se apossou de trens e ônibus para uso próprio e passou-se por um trabalhador da Autoridade Metropolitana de Transportes, acumulando 23 prisões relacionadas a delitos no trânsito. A primeira foi em 1981, depois que ele conduziu o trem da linha E do metrô até o World Trade Center. Ele foi notícia pela última vez em 2006, ao ser acusado criminalmente de passar-se por outra pessoa.
McCollum, de 43 anos, de East Elmhurst, Queens, foi preso novamente no sábado, depois de tentar se disfarçar de funcionário do metrô, informou a polícia.
Quando foi preso, logo depois das 2 da madrugada, na plataforma da estação do metrô da rua 59 em Columbus Circle, usava roupas azul-marinho, semelhantes ao uniforme dos funcionários do trânsito e um capacete, luvas com o logotipo do departamento de trânsito, uma mochila e tinha em seu poder documentos relativos ao sistema de tráfego.
Ele pode ser acusado criminalmente por invasão, usurpação de identidade e posse de ferramentas para arrombamento.
Sua última viagem em direção às algemas começou no Queens, quando ele embarcou na linha 7, na estação da rua 103 e viajou - como um passageiro normal - para Manhattan, desembarcando na estação de Times Square.
Lá, sua história o acompanhou. Os policiais o localizaram quando se passava por um empregado e perceberam que, apesar do uniforme azul, não era um verdadeiro funcionário do trânsito.
Eles o seguiram, quando entrou num trem da linha 1, em direção ao norte. Quando ele desembarcou na estação de Columbus Circle e entrou em uma área fechada para o público, a polícia o levou preso.
Falando da estação, o oficial Martin Brown, porta-voz da polícia, disse que ele estava usando roupas de um funcionário do departamento de trânsito para que as pessoas pensassem que era um empregado.
McCollum não falou com os repórteres, ao ser levado para um carro negro por detetives. Corpulento, calvo, manteve baixa a cabeça e avançou desajeitadamente, com as mãos algemadas para trás.
A mãe de McCollum, Elizabeth, de 82 anos, disse que o filho tem síndrome de Asperger e teve obsessão por trens a vida toda.
Ela afirmou que soubera dele pela última vez três dias antes, quando ele disse que chegaria à sua casa em Winston-Salem, Carolina do Norte, na quinta-feira, pegando um ônibus da Greyhound de Nova York. Mas não apareceu.
Segundo disse, ele está morando em Queens com sua sobrinha e havia dito a ela que trabalhava em um depósito.
“Eles o prendem toda vez que usa qualquer coisa que se pareça com roupas de funcionário do trânsito,” disse pelo telefone.
Ela contou que com o marido, Samuel, já havia tentado muitas vezes no decorrer dos anos, impedir que McCollum, seu único filho, fosse preso de novo, ao tentar persuadi-lo a ficar com eles na Carolina do Norte. Mas sem sucesso. Ele escapa e regressa a Nova York.
“Ele simplesmente adora Nova York,” ela disse. “Ele conhece as pessoas no setor de Transportes. E vai para lá para ficar perto delas.”
Sua mãe contou que tem falado a ele que “ele precisa aprender” e acrescentou que se endividou nesses anos todos, ao contratar advogados para ele.
Segundo afirma, ele precisa de ajuda.
“Com todas essas crianças que são autistas, eles escapam por onde dá, mas ninguém está fazendo nada para ajudá-lo. Eu tentei quando morava em Nova York. Ele nunca fez nada a ninguém, em todas as vezes que foi preso, e ninguém consegue descobrir qual é o problema dele.”
Ela contou que às vezes, quando ele era mais jovem e eles viviam em Jamaica, no Queens, ela não sabia onde ele estava e as pessoas diziam que estava no metrô. “Eu pedia a essas pessoas que fossem até lá e cuidassem dele,” contou.
Ela disse que ele montava miniaturas de trens e outros brinquedos com facilidade: “Tínhamos todo tipo de brinquedos, como trens e monotrilhos e tipos diferentes de coisas quando ele estava crescendo. E ele passou para coisas maiores e melhores.”
Tradução Claudia Dall’Antonia
Homem obcecado por trens é preso, de novo
Christine Hauser e Sharon Otterman
Em Nova York
Darius McCollum conhece bem o sistema de trânsito da cidade de Nova York. Talvez bem demais.
Durante cerca de um quarto de século, ele se apossou de trens e ônibus para uso próprio e passou-se por um trabalhador da Autoridade Metropolitana de Transportes, acumulando 23 prisões relacionadas a delitos no trânsito. A primeira foi em 1981, depois que ele conduziu o trem da linha E do metrô até o World Trade Center. Ele foi notícia pela última vez em 2006, ao ser acusado criminalmente de passar-se por outra pessoa.
McCollum, de 43 anos, de East Elmhurst, Queens, foi preso novamente no sábado, depois de tentar se disfarçar de funcionário do metrô, informou a polícia.
Quando foi preso, logo depois das 2 da madrugada, na plataforma da estação do metrô da rua 59 em Columbus Circle, usava roupas azul-marinho, semelhantes ao uniforme dos funcionários do trânsito e um capacete, luvas com o logotipo do departamento de trânsito, uma mochila e tinha em seu poder documentos relativos ao sistema de tráfego.
Ele pode ser acusado criminalmente por invasão, usurpação de identidade e posse de ferramentas para arrombamento.
Sua última viagem em direção às algemas começou no Queens, quando ele embarcou na linha 7, na estação da rua 103 e viajou - como um passageiro normal - para Manhattan, desembarcando na estação de Times Square.
Lá, sua história o acompanhou. Os policiais o localizaram quando se passava por um empregado e perceberam que, apesar do uniforme azul, não era um verdadeiro funcionário do trânsito.
Eles o seguiram, quando entrou num trem da linha 1, em direção ao norte. Quando ele desembarcou na estação de Columbus Circle e entrou em uma área fechada para o público, a polícia o levou preso.
Falando da estação, o oficial Martin Brown, porta-voz da polícia, disse que ele estava usando roupas de um funcionário do departamento de trânsito para que as pessoas pensassem que era um empregado.
McCollum não falou com os repórteres, ao ser levado para um carro negro por detetives. Corpulento, calvo, manteve baixa a cabeça e avançou desajeitadamente, com as mãos algemadas para trás.
A mãe de McCollum, Elizabeth, de 82 anos, disse que o filho tem síndrome de Asperger e teve obsessão por trens a vida toda.
Ela afirmou que soubera dele pela última vez três dias antes, quando ele disse que chegaria à sua casa em Winston-Salem, Carolina do Norte, na quinta-feira, pegando um ônibus da Greyhound de Nova York. Mas não apareceu.
Segundo disse, ele está morando em Queens com sua sobrinha e havia dito a ela que trabalhava em um depósito.
“Eles o prendem toda vez que usa qualquer coisa que se pareça com roupas de funcionário do trânsito,” disse pelo telefone.
Ela contou que com o marido, Samuel, já havia tentado muitas vezes no decorrer dos anos, impedir que McCollum, seu único filho, fosse preso de novo, ao tentar persuadi-lo a ficar com eles na Carolina do Norte. Mas sem sucesso. Ele escapa e regressa a Nova York.
“Ele simplesmente adora Nova York,” ela disse. “Ele conhece as pessoas no setor de Transportes. E vai para lá para ficar perto delas.”
Sua mãe contou que tem falado a ele que “ele precisa aprender” e acrescentou que se endividou nesses anos todos, ao contratar advogados para ele.
Segundo afirma, ele precisa de ajuda.
“Com todas essas crianças que são autistas, eles escapam por onde dá, mas ninguém está fazendo nada para ajudá-lo. Eu tentei quando morava em Nova York. Ele nunca fez nada a ninguém, em todas as vezes que foi preso, e ninguém consegue descobrir qual é o problema dele.”
Ela contou que às vezes, quando ele era mais jovem e eles viviam em Jamaica, no Queens, ela não sabia onde ele estava e as pessoas diziam que estava no metrô. “Eu pedia a essas pessoas que fossem até lá e cuidassem dele,” contou.
Ela disse que ele montava miniaturas de trens e outros brinquedos com facilidade: “Tínhamos todo tipo de brinquedos, como trens e monotrilhos e tipos diferentes de coisas quando ele estava crescendo. E ele passou para coisas maiores e melhores.”
Tradução Claudia Dall’Antonia