Inglaterra aprimora rota de trem-bala para reduzir a viagem

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Inglaterra aprimora rota de trem-bala para reduzir a viagem até Paris
Da redação
Em São Paulo*

*Atualizada às 19h10

Percorrer o trajeto de 495 quilômetros entre o centro de Londres e a estação Gare du Nord em Paris, que inclui a passagem por um túnel sob as águas do canal da Mancha, em duas horas e 15 minutos. Esta será mais uma possibilidade de transporte para moradores, turistas e executivos das duas capitais, que a partir desta quarta-feira (14) poderão embarcar no novo trecho do trem-bala da operadora Eurostar —expresso que também liga as duas cidades ao complexo da Eurodisney e à cidade de Bruxelas, na Bélgica (este trecho será feito em 1h51)— que poderá operar comercialmente a velocidades próximas aos 320 km/h também em território inglês.





O novo trajeto será aberto aos passageiros ingleses às 11h01 (9h01 de Brasília) desta quarta, dia em que o sistema de trens de alta velocidade entre os três países, inaugurado em 1994, completará 13 anos e será focalizado na inauguração de duas estações —o terminal Saint Pancras International (popularmente conhecido como St Pancras), na região central de Londres, em substituição à atual parada de Waterloo; e a estação Ebbsfleet, na região metropolitana.

Com as duas novas estações e a possibilidade de se operar a velocidades superiores a 300 km/h, como já ocorria em território francês, o tempo de viagem diminuirá cerca de 20 minutos, informa a operadora.

O viajante do trecho Londres-Paris terá de desembolsar entre 29,50 euros (quase R$ 75) para viajar na classe Standard (a mais básica) e 189,50 euros (cerca de R$ 430) por um bilhete da classe Premier executiva (a mais luxuosa). As passagens da classe básica para o primeiro dia de funcionamento do novo terminal estão esgotadas.

Espera-se ainda que o novo terminal atraia mais passageiros —mais de 80 milhões de pessoas já foram transportadas pelo sistema— por ser mais bem localizado e estar próximo a conexões de trem e ônibus londrinas e de importantes rodovias inglesas. Todo o projeto, que custou 8,6 bilhões de euros (algo próximo a R$ 22 bilhões) está incluído na iniciativa britânica de reduzir em 25% a taxa de emissão do gás dióxido de carbono, poluente proveniente da queima de combustíveis utilizados em automóveis, até a realização das Olimpíadas em Londres, em 2012.

Uma curiosidade sobre o terminal St Pancras tem sido muito explorada pela operadora. Ele foi construído ao lado da estação de trem King's Cross e todo o conjunto foi utilizado nas gravações da versão cinematográfica de Harry Potter —era o local de embarque para o expresso mágico que leva o pequeno bruxo e seus amigos ao castelo de Hogwarts.

Trem-bala europeu começou na França
O consórcio que serve a londrinos, franceses e belgas com o serviço de trens de alta velocidade movidos a energia elétrica faz parte de uma iniciativa européia de 1981 (o trem-bala foi primeiramente utilizado no Japão, em 1964, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Tóquio).

O consórcio pioneiro na Europa foi o francês TGV, que interliga diferentes regiões do país e já transportou mais de 1 bilhão de passageiros. Em expansão rumo à Alemanha, o sistema está recebendo investimentos da ordem de 5,3 bilhões de euros (cerca de R$ 13 bilhões) e deve transportar 11 milhões de passageiros no trecho Paris-Frankfurt até 2010.

O fato interessante é que a tecnologia empregada pela francesa TGV na construção das vias e das composições foi repassada a diferentes operadoras de diversos países, que puderam desenvolvê-la sem ter de partir do zero, dando origem aos sistemas Eurostar (junto com Inglaterra e Bélgica), Thalys (entre os três países, mais Holanda, Luxemburgo e Suíça), ICE (Alemanha, Suíça e Áustria), AVE (na Espanha), Trenitália (Eurostar da Itália) e à futura RAVE, ainda em projeto em Portugal.

O atual recorde de velocidade para estes trens é de 574,8 km/h, alcançado pela TGV em 3 de abril último, mas esta velocidade é apenas experimental, não sendo utilizada durante o serviço comercial.

Outro país a investir pesado no sistema de trens de alta velocidade é a Alemanha. O sistema alemão começou a funcionar em 1991, mas investimentos pesados do governo em parceria com a iniciativa privada foram feitos nos últimos cinco anos, principalmente durante a preparação da Copa do Mundo de 2006, com a injeção de cerca de 6 bilhões de euros (mais de R$ 15 bilhões).

O objetivo do país foi interligar os principais centros e oferecer opções às auto-estradas e aeroportos no transporte de até 12 milhões de pessoas a cada ano, situação que começa a ser cogitada pelo Brasil.

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LEGAL também?
http://noticias.uol.com.br/ultnot/infog ... 24u48.jhtm