Tópico original por HGP Filho
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Moradores de Embu-Guaçu vivem com medo
A cada trem que passa, o medo de um novo acidente. Essa é a angústia dos moradores de Embu-Guaçu, que vivem perto da ferrovia.
Eles viram de perto vários descarrilamentos de trens e hoje convivem com o que sobrou dos acidentes: vagões abandonados, água acumulada que virou criadouro de insetos e até o enxofre que estava sendo transportado – tudo ficou pelo caminho.
A reportagem do SPTV percorreu vários trechos da ferrovia que liga Mairinque a Santos e flagrou imagens do descaso.
É um cenário de abandono: dormentes velhos espalhados ao longo de toda a ferrovia, peças usadas e pedaços do trilho jogados nas laterais. Mas a estrada de ferro Mairinque-Santos está em plena atividade no transporte de carga para o porto.
Em Embu-Guaçu, município da Grande São Paulo, a dona-de-casa Fátima mora no Distrito do Cipó e vê as rachaduras na parede aumentarem a cada dia. Ela diz que isso é resultado do tráfego de trens.
“Quando o trem passa você ouve o barulho das rachaduras se abrindo”, reclama ela. ‘Fui passar o Natal fora e quando voltei as rachaduras haviam aumentado”, completa um outro morador, Cosme dos Santos Dias.
Em frente à casa de Fátima ficou a marca de um acidente. Há dois meses, sete vagões descarrilaram. Alguns estavam carregados com enxofre, um produto tóxico. “Dá dor de cabeça e náusea. Quando chove o fedor fica insuportável e, quando não chove, é o pó que atrapalha”, conta o morador Edílson Moreira dos Santos.
As composições só foram retiradas do local na última sexta-feira, um dia depois da equipe do SPTV fazer imagens dos vagões tombados.
Os trens que passam na região têm dezenas de vagões, alguns chegam a ter mais de 90. É fácil encontrar cargas derrubadas ao longo da ferrovia, como restos de soja - sinais de outros descarrilamentos.
Alguns dos vagões estão abandonados, destruídos e arrombados. O que sobrou do trem descarrilado foram restos de metal retorcido, entulhado. Também há acúmulo de água suja e cheia de bichos. O cheiro é terrível e as poças de água, dentro e fora das composições, são um enorme criadouro de larvas de insetos.
“O trem descarrila e fica por ali. Só depois de um tempão que ele é removido. Só que os restos de carga continuam jogados, como aconteceu com este vagão que tinha soja, e aí fica fedendo”, fala Fernando da Silva, metalúrgico.
A ferrovia cruza o rio Embu-Guaçu, que ajuda a abastecer a represa Guarapiranga. A 500 metros do cruzamento entre o a linha de trem e o rio, há restos da carga de enxofre. E a 150 metros o açúcar derramado, que virou azedume.
“Ficou um cheiro azedo forte e, quando o sol esquenta, o fedor fica ainda pior”, diz Jucélia Maria de Souza, faxineira. Nos córregos também há restos de material dos trens. No trecho da Serra do Mar os dormentes estão podres e vários parafusos no trilho se soltando.
A empresa concessionária da ferrovia, América Latina Logística, diz que eram 14 vagões tombados em Embu-Guaçu até sexta-feira. Deles oito já foram retirados e seis serão levados ainda esta semana. A empresa diz também que uma equipe vai recolher o enxofre que ficou dos acidentes ainda nesta semana.
A América Latina Logística afirma que controla a qualidade dos dormentes da ferrovia e faz a troca sempre que acha necessário. Diz que monitoras as linhas e que o número de acidentes diminuiu 60% no ano passado.
O caso da dona-de-casa Fátima, mostrado nesta reportagem, está sendo atendido no Fórum de Santo Amaro. Os peritos vão até a casa dela para vistoriar as rachaduras para saber se elas foram mesmo provocadas pela ferrovia. :?
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SPTV mostra problemas na linha Mairinque Santos da ALL
Moderador: cataclism2
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Autor do tópico - MODERADOR - CARGAS
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TGVBR escreveu:É, eu vi.
A moradora só faltou implorar para removerem a Mairinque-Santos dali.........
Quer dizer, vão morar em local, que duvido que seja apropriado, e depois "a ferrovia que saia."
Como se já não tivéssemos quase nenhuma no país...
Por mais que a reportagem tivesse mostrado erros da empresa concessionária, a reportagem foi abordada como se a ferrovia fosse "intrusa" ali.
Êta povinho...
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- MEMBRO PLENO 2.0
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Infelizmente essa é uma atitude "normal" em nosso país...
Veja o caso do Aeroporto de congonhas, por ecemplo. Quando ele foi construído, não havia nada em volta dele. Hoje, o mesmo foi sufocado pela cidade. E a população exige a mudanác de endereço do aeroporto. Mas pô, quem chegou primeiro? As casas ou o aeroporto!!!
O mesmo acontece com as ferrovias... De repente, um mundo de gente se muda para eprto da ferrovia, e depois de um tempo esse mesmo povo reclama e exige sua retirada? :brv:
É uma palhaçada mesmo... Não que a concessionária não tenha sua parcela de culpa (caso da ALL na reportagem citada), mas o povo também não colabora!!!!
Veja o caso do Aeroporto de congonhas, por ecemplo. Quando ele foi construído, não havia nada em volta dele. Hoje, o mesmo foi sufocado pela cidade. E a população exige a mudanác de endereço do aeroporto. Mas pô, quem chegou primeiro? As casas ou o aeroporto!!!
O mesmo acontece com as ferrovias... De repente, um mundo de gente se muda para eprto da ferrovia, e depois de um tempo esse mesmo povo reclama e exige sua retirada? :brv:
É uma palhaçada mesmo... Não que a concessionária não tenha sua parcela de culpa (caso da ALL na reportagem citada), mas o povo também não colabora!!!!
Avatar: Trem Cobrasma/Francorail/Société MTE da Companhia do Metropolitano de São Paulo, composição C-311 no PIT (Páteo Itaquera).
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- MEMBRO PLENO 2.0
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Re: SPTV mostra problemas na linha Mairinque Santos da ALL
Ontem 5/10/09, saiu uma reportagem no SPTV do meio dia,sobre vagoes da ALL jogado num corrego do Capivari Monos,na Mairinque /Santos, se alguem tem como postar esta reportagem seria muito interessante.
O mesmo passageiro que entra no trem, é o mesmos que desçe nas proximas estaçoes
Re: SPTV mostra problemas na linha Mairinque Santos da ALL
Uma baita propaganda negativa para a empresa.
http://sptv.globo.com/Jornalismo/SPTV/0 ... RREGO.html
E ontem o âncora do jornal dovulgou bem claramente o nome da empresa.O SPTV ficou sabendo do caso depois da denúncia de um morador. A reportagem comprovou que os vagões tinham virado sucata e estavam abandonados na reserva Capivari Monos, localizada no distrito de Engenheiro Marsilac, na região de Parelheiros.
O riozinho, muito limpo, corre ao lado da linha de trem, que liga a cidade de Mairinque ao porto de Santos. A empresa América Latina Logística (ALL), dona dos vagões, começou dizendo que o problema ambiental não era significativo, mas acabou tendo que limpar tudo.
Um guindaste retirou os dois vagões e um carro queimado, que estavam dentro do córrego. A ALL também mandou dois caminhões para retirar a sucata deixada ao longo da ferrovia, como pedaços de ferro e de trilho.
Com a retirada dos vagões, o córrego das Dúvidas corre livremente, mas os danos ambientais foram grandes. Muitas árvores caíram e se tornaram um obstáculo para a passagem da água. O barranco, que era coberto com mata ciliar, foi totalmente desmatado. Há também o problema da contaminação que ocorreu durante os sete meses em que os vagões ficaram em contato direto com a água.
Funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente foram ao local fazer fotos para incluir em um laudo, para futuras cobranças à ALL. A multa que a empresa pode pagar pode chegar a R$ 50 milhões. Isso porque a ALL é reincidente: no ano passado, ela foi multada várias vezes por problemas semelhantes na mesma área de proteção ambiental, inclusive com derramamento de enxofre.
Quando a reportagem do SPTV chegou ao local, nesta terça-feira de manhã, as cerca de 40 toneladas de sucata que sufocavam o córrego já estavam à beira da rodovia, o que sugere que o trabalho de retirada deve ter sido feito durante a madrugada. Como não havia funcionários no local, ainda não se sabe quando os vagões e o carro queimado serão levados do local.
As carcaças foram retiradas menos de 24 horas depois de o SPTV flagrar a presença delas no córrego das Dúvidas, que fica na área de proteção ambiental Capivari Monos, zona sul de São Paulo. Em nota, a ALL, dona dos vagões, admitiu que eles já estavam há sete meses dentro do rio e atribuiu o descaso a um erro operacional.
Moradores indicaram o local onde os dois vagões tombaram, sete meses atrás. Foi de um lado da estrada de ferro. Ao fundo, é possível ver as rodas e muitas pedras misturadas a um resto de soja em decomposição. Essa era a mercadoria transportada e, hoje, exala um cheiro forte no local. O que os moradores não souberam dizer é como os dois vagões foram parar do outro lado da estrada de ferro, dentro do rio.
Um morador que diz conhecer funcionários da ALL afirma que é comum a empresa descartar vagões descarrilados.
“Ficaram mais ou menos um mês aqui e depois eles jogaram para dentro do rio”, conta.
Imagens feitas pelo Globocop nessa segunda-feira, na mesma região, mostram outros dois vagões abandonados à beira da ferrovia. Em nota, a empresa ALL informou que aguarda a chegada de equipamentos que vão levar esses vagões até um pátio ferroviário.
A empresa, que fica em Curitiba, no Paraná, disse que o gerente de meio ambiente viajou para São Paulo para verificar os impactos ambientais. O trabalho de retirada dos dois vagões destruídos deve terminar no final do desta terça-feira ou, no máximo, na quarta-feira pela manhã.
A Fundação Florestal, ligada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, disse que mandou um relatório para o Ministério Público e informou sobre os danos ambientais e os acidentes que já ocorreram na estrada de ferro Mairinque-Santos. Um promotor do meio ambiente da Baixada Santista já tinha começado uma investigação em julho para saber o que está acontecendo. O Ministério Público também pediu que a Delegacia Especial de Meio Ambiente e a Polícia Militar Ambiental participem da investigação.
Ficou chato, infelizmente.
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