Aumento no intervalo para obras aumenta superlotação

[André Vasconcellos]

O aumento no intervalo entre os trens para obras causa mais superlotação na Linha 2

RIO - A teoria de que dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar no espaço é testada ao extremo nos vagões da Linha 2 do metrô. Quando se pensa que o carro está no limite da capacidade, com as pessoas sem conseguir mover os braços, a composição para em outra estação, e mais gente insiste em entrar. O aumento de 20 segundos no intervalo entre os trens da Linha 2 para as obras de construção da Linha 1A - que permitirá a ligação direta entre Pavuna e Botafogo, sem necessidade de baldeação no Estácio - agravou ainda mais o problema. Segundo o diretor de Relações Institucionais da concessionária Metrô Rio, Joubert Flores, a superlotação não deve diminuir antes de 2011, quando começam a chegar os novos trens:

- Nós, da concessionária, estamos operando o Metrô desde 1998. De lá para cá, o percurso cresceu, estações foram inauguradas, e a frota ficou do mesmo tamanho porque os governos anteriores não cumpriram com os investimentos que eram de sua responsabilidade. Passamos a usar os 182 carros, e só não colocamos mais trens porque não temos. Em 2007, renovamos o contrato e passamos a ter o direito de investir. Então, foram compradas 19 composições, que começarão a chegar em 2011, aumentando a frota em 63% - afirmou Joubert.
Na última sexta-feira, O GLOBO acompanhou a rotina da contadora Marisa Rocha, de 35 anos, que, pelo menos quatro vezes por semana, sai da Estação Thomaz Coelho, onde 4.500 pessoas circulam por dia, em direção à Carioca. Vaidosa, Marisa sai de casa de vestido, sandálias e cabelo arrumado. Mas a produção vai por água abaixo assim que ela entra no trem. O carro já chega cheio, e a contadora se espreme para entrar, pois já está atrasada e não pode esperar outra composição. Nos 35 minutos do trajeto, Marisa sofre com pisões, empurra-empurra, gente brigando por espaço - que não existe -, suor e aperto, muito aperto:

- Só mesmo no trabalho para a gente se ajeitar. Aqui (no metrô), a sensação térmica é muito alta, e olha que este carro está com ar condicionado. Mas, com essa quantidade de gente, não dá vazão - reclama.

Passageiros passam mal por causa do calor e do excesso de pessoas

Somente no carro em que Marisa estava duas pessoas passaram mal entre as estações Thomaz Coelho e Estácio. Para o doutor na área de engenharia de transportes Fernando MacDowell, a superlotação na Linha 2 pode gerar problemas ainda mais graves no caso de um incidente:
- Não se tem como evacuar a população. Os passageiros estão sendo transportados muito acima dos limites fisiológicos do homem. Isso faz com que as pessoas passem mal e aumenta os casos de pânico. É como aconteceu na SuperVia, ao menor sinal de um problema, as pessoas vão quebrar os vidros para sair. Se sem problema já é um corre-corre nas descidas dos vagões, imagina com algo acontecendo? As pessoas serão pisoteadas.

Segundo MacDowell, levantamentos mostram que o ideal é que no metrô estejam quatro pessoas por m² em um trajeto de até 25 minutos - limite acima do qual uma situação emergencial causaria pânico. No Rio, em geral, são transportados nos horários de pico entre seis e sete passageiros por m². De acordo com MacDowell, nessas condições, a pessoa aguentaria no máximo até 2 minutos.
Para o professor de Engenharia de Transportes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) José de Oliveira Guerra são três as causas da superlotação na Linha 2: o acréscimo nos intervalos entre as composições por força das obras, a necessidade de aumento no número de composições circulando, e as integrações, principalmente ônibus-metrô - que foram fomentadas sem levar em conta que a capacidade instalada do meio ferroviário:

- Se eu contrato um bufê para 300 pessoas e convido 400, o que vai acontecer? Vai ficar gente com fome, mal-humorada, e vão dizer que não organizei a festa direito. É isto o que está acontecendo na Linha 2 - afirmou Guerra.

Marisa afirma que só continua usando o metrô porque este ainda é o meio de transporte mais rápido para chegar ao trabalho. Segundo Guerra, a situação do transporte rodoviário nas horas de pico nos principais eixos viários da cidade é caótica principalmente pela falta de uma política de transportes que priorize os ônibus na divisão dos espaços com os carros.

- Se eu tivesse opção, não passaria por esse sufoco. E olha que essa foi a ida, a primeira parte da disputa. Mais tarde, às 18h, quando volto para casa, começa outra batalha para conseguir embarcar na Carioca - afirma Marisa.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/11 ... 665785.asp

Enfim,colapso na Linha 2 está pra acontecer David???Já está acontecendo,o problema é q agora está ficando no seu ápice,com as obras da Linha 1A q vão sacramentar de vez os problemas.A situação vai ficando pior e o MetrôRio não conseguindo absorver,imagino quando a Supervia aumentar a sua capacidade de passageiros e a galera da Central ficar sem Metrô pq os mesmo já estarão vindo cheios da Linha 2...Acho q nem intervalo de 90 segundos resolveria o problema totalmente,tampouco esse pífio aumento de frota com somente 19 carros.Daqui a pouco recorrem aos pré-metrôs como aumento de frota,só pode!!!!

[[D.S.R] David SR]

André, isso está me parecendo uma estratégia da concessionária pra dizer que com a Linha 1A tudo melhorou, tá parecendo que retiraram de propósito 2 Trens da Linha 2, é, retiraram 2. para quando inaugurarem dia 17 de dezembro os problemas acabem como num passe de mágica e eles falarem "Viu, só precisava disso daqui para o metrô funcionar direito" e o povo mais uma vez aplaude.
PRa mim eles não tem direito de reclamar de nada, pois aceitam qualquer esmola que é dada a eles.