DEBATE: UNIFICAÇÃO CMSP-CPTM - POSSÍVEL?

[VHarlamov]

Pere ae, que eu saiba o TT vem desde os primórdios do Metrô Londrino e de Nva Iorque.

E é daquela época mesmo. Quando o Metrô estava sendo construído, o 3o trilho já estava amplamente difundido pelo mundo (inclusive em sistemas de média distância e de subúrbio ). Porém, aqui essa tecnologia foi implantada pela 1a vez.

[DNER]

Talvez daqui a uns 5 ou 10 anos, as operações podem ser unidas, ou então pode-se fazer assim: transforma-se a CPTM em Fepasa, para poder organizar a malha paulista, e o Metrô assume as operações em regiões metropolitanas.

Bingo, Ligeiro!
Seria isso mesmo o que pensei: a CPTM assumir o papel da antiga divisão de transporte de passageiros da FEPASA e o sistema metropolitano ficar a cargo da Companhia do Metropolitano de São Paulo.

Vamos lembrar que isso já foi ensaiado antigamente no transporte intermodal: o corredor ABD (RMSP, complementar ao sistema sobre trilhos) originalmente foi concebido para ser operado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Mas o Estado resolveu criar uma nova empresa, e dessa "divisão pneus" do metrô surgiu a EMTU como operadora - que ficou até a concessão à Metra.

Por falar em transporte intermodal e em "divisão pneus", lá vai algumas fotos do início da operação do corredor São Mateus-Jabaquara:

1. Terminal São Mateus

[visitante]

É a direção que define os rumos das empresas, e não os seus setores mais baixos. Portanto, comunicação visual não conta nesse processo. Ela que se adequa às mudanças que a diretoria da empresa define. No futuro, a tendência é que a CPTM mude seu escopo de atuação e deixe de operar as suas linhas atuais, pelo menos nos trechos principais (talvez ficando com as extensões). Uma única empresa para operar transporte metropolitano sobre trilhos é a forma mais ideal, pela integração e pela estrutura administrativa menor.

Mais aí vem um ponto em questão, que eu disse acima: se ambos operam com padrões totalmente diferentes de operação, gestão, organização e alcance, será que unificar os sistemas não daria mais problemas do que soluções?

Concordo, uma gestão única de trens metropolitanos em São Paulo seria até bacana, mas não seria um looooongo caminho a percorrer? A não ser que alguém lá nas cadeiras da Assembléia Legislativa de São Paulo tome vergonha na cara e comece a gerir legal os transportes em São Paulo, pois ainda temos uma gigantesca malha sucateada. Colocar o Ferroanel fora do papel, já é um bom começo, pois aí sim dá a liberdade para muitas linhas virarem Metrô.

Mas sinceramente, creio eu que não funde. As principais linhas metropolitanas de média distância são CPTM. O Metrô operando linhas de 40, 50km fora da capital acho meio que esquisito. Não querendo ser elitista. A não ser quer realmente se crie uma grande empresa gestora, e a CPTM e o Metrô sejam divisões internas dela. Aí sim, seremos supreendidos novamente.

Em tempos: Os políticos ficam falando "ah, blá blá blá Metrô de Superfície". Ao invés de falar, simplemente fundem CPTM e Metrô e pronto.

[Francis]

O texto abaixo é um trecho transcrito do link https://intranet.cptm.sp.gov.br/Comunic ... News=27803, que você não terão acesso, e do link http://www.cptm.sp.gov.br/e_noticias/we ... DNews=6780:

"Vale ressaltar que metrô é uma forma de operar trem seja subterrâneo, de superfície ou elevado, em qualquer lugar do mundo. São cinco os itens que caracterizam este serviço: intervalos iguais ou menores do que 6 minutos, confiabilidade de 95% [menos falhas técnicas e mais regularidade], segurança, qualidade das estações e dos trens. Portanto, metrô não é apenas o serviço de trens operado pela Companhia do Metropolitano"

Existem algumas outras coisas não ditas; este texto é mais político, mas sintetiza bem o que é metrô.

Isso responde uma parte da pergunta sobre diferenças de operação - elas não são nenhum impeditivo. Trabalhei nos dois "extremos" tecnológicos: linha 1 e linha 5. A diferença entre equipamentos técnicos é brutal, até mesmo pela data de implantação. E isso acontece entre todas as linhas do Metrô, mesmo sendo uma só empresa; a linha ou estação mais nova sempre será mais moderna que as antigas. E até mesmo por isso, a diferença entre Metrô e CPTM é bem menor do que alguns estão falando aqui. Os equipamentos de controle de tráfego da linha 2 são similares aos da linha 5, que são similares aos da... 9. Todos da Alstom. Obviamente, antes de qualquer mudança, temos de considerar a modernização do que é antigo na CPTM - e o antigo na CPTM está com os dias contados.
A segunda parte, que eu não consigo entender, é que a "divisão" que existe no imaginário popular coloca metrô de um lado e trem metropolitano/regional/longo percurso como se fosse uma coisa só. É o contrário! Metrô e trem metropolitano são uma coisa só; longo percurso e regional é que são diferentes! O futuro é a uma empresa operando metropolitano e outra operando longo percurso e regionais. É essa divisão correta. No mais, endosso tudo o que o Tiago disse. Falou como um técnico, com pensamento de técnico.

[Francis]

Continuando...

Outra questão que vira e mexe levantam aqui e eu queria saber de onde tiraram é "Metrô é dentro do município". Isso não existe, não está escrito em lugar nenhum. O projeto do VLT/Monotrilho de São Bernardo é tocado pelo Metrô.

Estar fora do município de São Paulo não quer dizer estar mais ou menos distante, já que o território do município não é um quadrado. Eu moro em São Caetano do Sul, outro município, e estou a 12 km da Praça da Sé. Quem mora no Itaim Paulista está no mesmo município e está a 30km.

As linhas do Metrô serem projetadas até hoje dentro do município devem-se ao fato de a capital ter a maior concentração de empregos e serviços e, consequentemente, concentrar a maior parte dos deslocamentos. Não faz sentido levar o Metrô para Pirapora do Bom Jesus em detrimento das áreas mais centrais do município, que tem relevância macrometropolitana muito maior. Os outros municípios já são servidos por trilhos, então o Metrô não vai projetar linhas novas mesmo - excluo disso São Bernardo e Guarulhos, que já tem projetos.

[ExtremeX]

Mas o estranho é que os projetos das linhas 4 e 17 margeiam Taboão da Serra mas não adentram no município, assim como a linha 2 com São Caetano, ou seja, é só msm no Municipio de Sao Paulo.
Acho que a linha 17 poderia passar por Taboão, ou a linha 4 poderia ser prolongada por mais uma estação, é estranho ela morrer na Vila Sonia sendo que ainda há demanda na sequencia (nesse caso fica nitido a limitaçao pelas divisas de SP).

[Francis]

Mas o estranho é que os projetos das linhas 4 e 17 margeiam Taboão da Serra mas não adentram no município, assim como a linha 2 com São Caetano, ou seja, é só msm no Municipio de Sao Paulo.
Acho que a linha 17 poderia passar por Taboão, ou a linha 4 poderia ser prolongada por mais uma estação, é estranho ela morrer na Vila Sonia sendo que ainda há demanda na sequencia (nesse caso fica nitido a limitaçao pelas divisas de SP).

A linha 4 iria ter seu terminal em Taboão sim, mas o projeto foi alterado.
Nesse caso realmente concordo que há demanda, mas se o Metrô tivesse essa limitação, não teria feito o primeiro projeto até Taboão, já que ele "não pode operar fora da capital", certo? É só pesquisar na internet que você acha o projeto até Taboão.

Um dos inúmeros projetos da linha 2 previa que ela terminasse em São Caetano. Só que se a linha parasse em São Caetano, deixaria de atender Vila Prudente e a região da Vila Formosa e Tatuapé - que agora virou linha 15 por questões contratuais, mas é a extensão da linha 2. Não há necessidade alguma da linha 2 entrar em São Caetano, que já é atendida pela linha 10 e dará acesso à linha 2 da mesma maneira e, como disse, ela deixaria de atender locais importantes se tivesse que ir mais ao sul.

Portanto, continuo afirmando que a questão é técnica.

[Gustavodc]

Só um adendo, com CBTC o intervalo vai ser absrudamente pequeno, a quantidade de trens injetados no Expresso, por exemplo, pode ser bem ampliada, não?

[Vicente]

Eu vejo que pela sinalização, sim, Gustavo. CBTC permite intervalos curtos.
O problema da CPTM vai ser alimentação. Creio que assim que tiverem a frota mais completa, será a vez de investir mais rápido em subestações, contratação de energia, e, se possível, sistemas de regeneração (se os trens novos não estiverem equipados com o sistema, já).

[Francis]

O problema não será de alimentação, ele já é. Mas o investimento na modernização inclui energia também Vicente, só não é tão divulgado como a questão da sinalização - até porque se o povo não entende direito o que é sinalização, imagina se ia entender sobre potência elétrica...

Na linha 11, está em obras uma nova subestação em Guaianazes, recapacitação das antigas subestações e cabines seccionadoras e em implantação o telecomando de energia.

[Tiago Costa]

Só acrescentando que já hoje, com um tempo de viagem de aproximadamente 70 minutos, seria possível operar com 23-24 trens no trecho Luz-Guaianazes com a atual sinalização (só teria que ver se o trecho Brás-Luz já tem capacidade para 3 minutos, mas imagino que sim, embora não com muita agilidade).

E no trecho Luz-Suzano, caso fosse sinalização para 3 minutos, a quantidade de trens seria mais ou menos de 30-31. Já com o CBTC operando a 120 segundos, seriam cerca de 45 trens, e com 90 segundos (algo impensável atualmente e no futuro próximo), poderiam operar 60 trens. Isso, obviamente, já contando com capacidade de fornecer energia para esse mundaréu de trens. Só daí já percebe-se que a Linha 11 pode aumentar muito ainda sua oferta de trens, e notem que a oferta dela só é menor, atualmente, que a da Linha 8 (na programação de oferta, porque na prática a oferta da Linha 11 tem sido maior e mais constante).

[visitante]

Continuando...
(...)

Mas é justamente por isso Francis que eu penso que "Metrô é apenas na Capital". Discordando de ti, hoje faz sentido sim não levar um Metrô para Pirapora do Bom Jesus, mas sim para Santana do Parnaíba e Barueri, por serem polos econômicos fortes. O motivo não é tecnico, mas político.

Sei que o Metrô atua fora da capital, mas digo que para mim aparenta sempre está operando na capital. No dia que eu ver uma linha do Metrô cujo destino seja Taboão da Serra ou Guarulhos por exemplo, aí quebra um pouco este estigma.

[Francis]

É esse o ponto, ligeiro; imagem.
A prioridade em se projetar e construir uma linha está em atender os locais com mais deslocamentos, dentre outras variáveis. Portanto, a prioridade são essas localidades. E essas localidades estão na capital.

Quanto a Barueri, e a linha 8? Não entendi a necessidade de outra linha lá...

Não vejo necessidade de outra linha, e sim de modernização da que já tem. Está em projeto VLT ligando Alphaville e Tamboré a linha 8, que também é necessário. Mas Santana não tem demanda prá trilhos, pneus supre.

[visitante]

Alphaville é centro financeiro e logístico. Uma linha que ligue a linha 8 a Santana do Parnaíba (que engloba um pouco de Alphaville, juntamente com Barueri) é uma boa.

E eu não disse sobre criar outra linha, mas sim de se for para unir Metrô e CPTM em um nome só, que se faça isso com a inteligência de que ambos tem certas diferenças, e antes devem se trabalhar estas mesmas.

[ExtremeX]

A linha 4 iria ter seu terminal em Taboão sim, mas o projeto foi alterado.

Sabe me dizer pq? O prefeito embaçou?

Sei que não está previsto, mas alguma chance dessa linha chegar lá?

[Francis]

Hoje não, porque o planejamento de rede mudou. Taboão foi realmente tirada do projeto. Mas o planejamento costuma mudar a cada gestão; vamos esperar a mudança de governo.

[Jorge Luis]

Durante muito tempo trabalhei no Metro e o que eu sempre soube la é que extençoes de metro para Jaçana e Taboão nunca foram cogitado o projeto ate então no governo Covas era continuação com Trolebus nos dois sistema, semelhante ao corredor JAB / São Mateus mas em politica tudo é possivel, mas as coisas se resolvem mesmo é no departamento de planejamento da Cia.

[Francis]

Você está enganado, Jorge. Para o Jaçanã realmente nunca vi um projeto de extensão, mas a linha 4 já "chegou" a Guarulhos (a linha 5 também) e a Taboão. Abaixo o traçado que estava sendo trabalhado para a linha 4 antes desse atual. Em breve, com mais tempo, postarei aqui o projeto inteiro, que possuo em meus arquivos.



Imagem by Tiago Costa.

[ExtremeX]

Legal, gostei. Sabe me dizer de quando é esse projeto?


Agora linha 4 e 5 em Guarulhos? Que loucura hein...

[Erick_UT440R]

Tenho um livro editado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo na época do governo Fleury, mostrando a rede metroviária básica.

Neste mapa, mostra claramente a Linha 5 - Lilás indo de Capão Redondo até o Aeroporto de Cumbica.