A linha 5 tem sua pré-história nos estudos da FEPASA nos anos 70 e 80 para a criação da linha de trem de subúrbio de Campo Limpo, como nos esquemas abaixo. A passagem das linhas B e C para a CPTM e o acordo posterior de operação da linha Campo Limpo , agora linha G para a definitiva linha 5 operada pelo Metrô finalizam essa história em 2002.
HGPFILHO escreveu:Os 30 anos de Metrô em São Paulo - parte III ( até achar a II)
A história da linha 5
Linha 5 - Lilás
Distâncias mais curtas, Sorrisos mais largos
A mais nova linha de metrô do Brasil foi inaugurada em 20 de outubro de 2002 em São Paulo, com 9,4 km de extensão e 6 estações. Conhecida como Linha 5 – Lilás, trata-se na realidade da quarta linha do metrô paulistano, tendo sido a quinta a ser planejada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Sendo praticamente toda em via elevada (7 km), a primeira fase da linha (Capão Redondo – Largo Treze) pôde ser construída a um custo bem inferior de uma linha subterrânea (como será a futura Linha 4 – Amarela), o que permitiu uma captação de recursos mais rápida, viabilizando o início das obras da Linha 5 logo em 1998.
Novos trens da Linha 5 (Trem Alstom – série 5700)
Construída pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, a Linha 5 custou 650 mil dólares, e é operada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô/SP. Nesta primeira etapa, a foram inauguradas as estações Capão Redondo, Campo Limpo, Vila das Belezas, Giovanni Gronchi, Santo Amaro (estações todas elevadas) e Largo Treze (estação subterrânea). Numa futura expansão, a Linha 5 será diretamente integrada ao resto da rede metroviária, permitindo a baldeação para a Linha 1 – Azul na Estação Santa Cruz, e para a Linha 2 – Verde na futura Estação Terminal Chácara Klabin.
É a primeira linha construída nos últimos 12 anos em São Paulo, e a primeira a ser construída da periferia para o centro em mais de 25 anos. Todas as novas estações são acessíveis aos portadores de deficiência física e contam com a mais moderna tecnologia metroviária, como sonorização e circuito interno de televisão. Com exceção da Estação Vila das Belezas, as demais estações possuem terminal de ônibus permitindo que a Linha 5 seja alimentada com usuários dos demais bairros adjacentes.
Estação Santo Amaro
Estação Vila das Belezas
A Linha 5 trouxe à cidade de São Paulo, um novo cartão postal. Totalmente inédita no Brasil, a Estação Santo Amaro é a primeira ponte estaiada do país. Suspensa sobre o Rio Pinheiros, a estação tem 220 metros de comprimento. A implantação de uma estação deste modo foi criteriosa e levou em consideração vários aspectos. Suspensa, a nova estação visa não causar transtornos à navegação, bem como prevê uma futura ampliação da calha do Rio Pinheiros. Comprida, permite embarque de passageiros de ambos os lados do rio. Se não poderia ser muito baixa para não atrapalhar a navegação, por outro lado a estação Santo Amaro não poderia ser muito alta, tendo em vista que a estação seguinte (Largo Treze) é subterrânea, o que deixaria a via muito íngreme. A conexão com a plataforma da Estação Santo Amaro da linha C da CPTM também não permitiria desníveis maiores.
Extremamente necessária, a região do Capão Redondo há muito tempo aguarda a chegada do metrô. Conhecida por ser uma região carente e violenta, seus bairros se caracterizam por serem dormitórios, enquanto a região de Santo Amaro, no outro extremo da linha, é um forte polo de serviços e empregos. A linha traz fortes contrastes, como a riqueza em Giovanni Gronchi e a pobreza das favelas, logo na próxima estação Vila das Belezas. É uma área da cidade com vida própria, onde muitos moradores desconhecem o resto da cidade. Muitos inclusive não conhecem um sistema metroviário, mesmo morando em São Paulo, que desde 1974 conta com metrô.
Antes do Metrô, a única opção da região eram suas avenidas saturadas. Todas conduziam às poucas pontes sobre o Rio Pinheiros que funilavam o tráfego e aumentava em muito o tempo de viagem para quase 40 minutos. Hoje, os trens da Linha 5 precisam apenas de 15 minutos.
Por estar chegando a uma área totalmente atípica ao metrô, CPTM e o METRÔ somaram esforços para se integrar à vida dos moradores da região. A população lindeira aos canteiros de obras (bem como de toda a região de sua influência) era constantemente informada sobre os avanços da construção. A Linha Lilás foi marcada por poucas desapropriações e atenção especial à questão ambiental pela CPTM.
Já na fase de acabamento, coube ao Metrô o desafio de treinar a nova população usuária para que se familiarizasse com o sistema, bem como seu uso correto e a preservação do patrimônio público. Painéis foram instalados nos arredores das futuras estações, folhetos distribuídos, além de visitas às escolas, ONGs e por último, visitas organizadas às estações e viagens experimentais nos últimos meses antes da inauguração.
Os 8 novos trens, fabricados pela Alstom, impressionam pela beleza e modernidade. Cada composição tem 6 carros. Com 132 metros de comprimento, os novos trens tem capacidade para o transporte de 1500 passageiros e podem atingir a velocidade máxima de 80 km por hora. Internamente, os trens tem bancos anatômicos mais largos (e forrados com tecido), piso taraflex, painéis eletrônicos que indicam o nome da próxima estação, espaço para cadeira de rodas e ar condicionado. Externamente, tem maior área envidraçada, laterais lisas e portas com amplo vão de 1,60 metro.
Na cabine do operador do trem, computadores de bordo controlam tudo. Com um simples toque na tela, o operador responde aos comandos. Diferente das outras linhas do metrô paulistano, os trens são alimentados por rede aérea com 1500 volts (e não 750 volts pelo 3o. trilho). Mudanças também na bitola dos trens (distância entre rodas do mesmo eixo). Agora mais estreitos, os trens tem 1,435 metro (antes eram 1,60 metro).
Os trens da Linha 5 são recolhidos no novo Pátio Capão Redondo, que tem 70 mil metros quadrados, onde também é feita a manutenção centralizada das novas composições. Novos veículos de serviço e manutenção foram adquiridos para a nova linha. Ainda no Pátio Capão Redondo, está localizado o novo Centro de Controle Operacional (CCO), exclusivo para a Linha 5 e independente do resto do sistema metroviário.
Inaugurada em outubro de 2002, a Linha Lilás opera inicialmente com horários diferenciados (que é comum em toda nova linha de metrô que é construída no mundo), permitindo ajustes operacionais e melhor reconhecimento dos equipamentos por parte dos novos funcionários. Atualmente, funciona das 6 às 20 horas, de segunda à sexta-feira, exceto feriados. Recentemente, o valor do bilhete unitário da Linha 5, exclusivamente, foi reduzido de R$ 1,90 para R$ 1,55, visando incentivar o uso do metrô pela população carente daquela região.
Embora a Linha Lilás, atualmente, não está diretamente ligada ao resto da rede metroviária, o usuário da nova linha pode acessar todo o sistema metro-ferroviário da Grande São Paulo pagando uma única passagem. Desembarcando na Estação Santo Amaro, o passageiro pode usar os trens da Linha C da CPTM (Osasco-Jurubatuba). Deverá, então, desembarcar na Estação Cidade Universitária, onde, de posse de uma senha, será transportado, gratuitamente, pelas vans do sistema Ponte Orca até a Estação Vila Madalena (Linha 2 – Verde do Metrô). O usuário poderá viajar pelas 57 km da rede do Metrô ou ainda pelos mais de 200 km de linhas da CPTM, sem ter que pagar a mais por isso.
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Heilig, desculpe, peguei sua foto, se quiser cobre os direitos autoriais .....
Trens da Linha C da CPTM – permitem a ligação da Linha 5 com restante do sistema metro-ferroviário de SP.
Distâncias mais curtas, sorrisos mais largos. Este é o slogan da nova Linha 5 – Lilás. Assim, o Metrô de São Paulo pretende integrar uma distante, carente e populosa região da cidade de São Paulo, que durante muitos anos foi esquecida pelas autoridades.
Adaptado de :
Por: Leandro Machado de Castro
Especial para Railbuss.com