Monotrilho - parte 2

[Francis]

ANÁLISE

Incertezas sobre o projeto poderão explodir prazos e custos


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A METRÓPOLE ESTÁ EM CONTÍNUO PROCESSO DE EXPANSÃO, EXIGINDO FLEXIBILIDADE DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE
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SERGIO EJZENBERG
ESPECIAL PARA A FOLHA

O monotrilho da zona leste terá que transportar mais de 40 mil pessoas simultaneamente no pico da manhã, segundo o estudo de impacto ambiental do projeto.
Não resta dúvida de que na cidade de São Paulo, com o sistema de metrô mais lotado do mundo, o monotrilho suspenso já nasce saturado.
Os sistemas elevados leves operam com capacidade de até 25 passageiros por hora por sentido. Assim, o monotrilho, para atingir a demanda prevista, será uma aventura tecnológica sem similar.As incertezas e contingências decorrentes poderão explodir prazos (obra interminável aos olhos da população) e custos (já custando metade do que custaria o metrô convencional enterrado). Para nascer saturado.
Pensando em custo por passageiro transportado por quilômetro, o metrô, sistema testado e confiável, é imbatível perante altas demandas, como no caso presente.
O sistema de corredores de ônibus expressos com ultrapassagem custa, por quilômetro, 1/13 do sistema monotrilho suspenso -sem aventura tecnológica.
A metrópole paulistana está em contínuo processo de expansão da mancha urbana e aumento do número de viagens, exigindo flexibilidade dos sistemas de transporte.
Os sistemas de ônibus e mesmo o metrô atendem plenamente ao requisito de flexibilidade, ao contrário do sistema VLT (veículo leve sobre trilhos), que tem capacidade e dificuldade de integração com outras linhas de VLT (as estruturas das estações de transferência suspensas seriam monstruosas).
O impacto urbanístico deletério dos sistemas suspensos de transporte pode ser apreciado nos baixos do Expresso Tiradentes e do Minhocão.Os problemas e desvantagens dos sistemas suspensos de monotrilhos, aliados às vantagens de menor custo, menor tempo de implantação e maior capacidade dos corredores de ônibus, fez com que o Ministério das Cidades, nos projetos de mobilidade incluídos no chamado PAC da Copa, optasse por corredores exclusivos de ônibus em 9 das 12 cidades-sede do Mundial de 2014.
Além disso, o VLT consome recursos que deveriam ser alocados prioritariamente na ampliação do superlotado sistema de metrô, que tem muito maior capacidade de transporte de passageiros.

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SERGIO EJZENBERG é engenheiro e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP

[Eduardo GJF]

Sinto atacar alguém que é mestre pela minha escola mas... comparar o ET e o Minhocão com monotrilho é forçar - e muito - a barra.
Um elevado de monotrilho é mais estreito do que o de metrô pesado e é vazado no meio. Ninguém vai construir barraco embaixo dele, não dá nem pra se esconder da chuva!

E outra: a solução é investir em em corredores de ônibus!? Estranho...

[Correia431M]

Eduardo, respeito totalmente a sua colocação opinativa, porém tenho que ressaltar que um corredor de ônibus, pela menor complexidade, é uma obra que acaba por ser concluida mais rapidamente que o monotrilho. Ainda mais quando se tem urgência por obras de infraestrutura, por estarmos a três anos da Copa.

[Eduardo GJF]

Minha estranheza vem do fato de os críticos do monotrilho ao mesmo tempo falarem que a demanda da região é de metrô pesado e que o monotrilho "já vai nascer saturado". E como solução, a proposta é priorizar a construção de corredores de ônibius

Sinceramente, tá sobrando corredor de ônibus, muitos precisam ser remodelados por terem sido feitos nas coxas ou desafogados por modos de capacidade média/alta decentes, como monotrilho, VLT ou metrô pesado. Agora, o que não dá pra continuar é ficar pintando faixas exclusivas aqui e ali, chamar de "corredor" e depois reclamar que não funciona direito.

[Correia431M]

Isso é bem verdade.

O que foi feito nas duas ultimas gestões municipais aqui em são Paulo, não da pra chamar de corredor nem aqui e nem na China. Ou melhor, é corredor de ônibus só pra inglês ver na teoria, porque na prática a coisa é bem diferente, e já está mais que provado que essa coisa de ficar pintando faixa aqui e ali, não funciona.

Corredor de ônibus de verdade, tem que ser segregado que nem o São Mateus-Jabaquara, não vou falar do Diadema-Brooklin, porque aquilo é outra porcaria que fizeram para politico dizer "ah, fizemos uma obra em nossa gestão".

[GospelRafa]

Isso é bem verdade.

O que foi feito nas duas ultimas gestões municipais aqui em são Paulo, não da pra chamar de corredor nem aqui e nem na China. Ou melhor, é corredor de ônibus só pra inglês ver na teoria, porque na prática a coisa é bem diferente, e já está mais que provado que essa coisa de ficar pintando faixa aqui e ali, não funciona.

Corredor de ônibus de verdade, tem que ser segregado que nem o São Mateus-Jabaquara, não vou falar do Diadema-Brooklin, porque aquilo é outra porcaria que fizeram para politico dizer "ah, fizemos uma obra em nossa gestão".

Feito pelo município, o único que se pode dizer isso é um corredor de ônibus é o Expresso Tiradentes, que é segregado como o ABD... agora o resto, são tudo faixas exclusivas...

[Rafael Lopes]

O Santo Amaro-Nove de Julho também era segregado em alguns pontos.

[Correia431M]

Falou bem Rafael.

ERA

Agora é um lixo, como os demais feitos entre 2004 e 2010.

[Tiago Costa]

Ah vá, o Vereador José Diniz-Ibirapuera nem é tão ruim assim, hahaha . Agora falando do monotrilho, é interessante notar que as obras do pátio em breve vão começar.