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Cidades lutam para mudar traçado do TAV
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Autor do tópico - CO-FUNDADOR
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Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Cidades se mobilizam para mudar traçado do trem-bala
ALENCAR IZIDORO e MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo in http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 0059.shtml
Na vizinhança, a promessa de um trem-bala monopoliza as atenções. Alguns ansiosos para viajar a São Paulo ou ao Rio numa velocidade de 350 km/h. Outros com medo de ter suas casas isoladas pelo muro ou cercas do empreendimento, e longe de qualquer estação.
Com tanto bafafá, José Carlos Cescon resolveu vasculhar sozinho, na internet. "Você não imagina meu susto. A obra passa bem em cima do clube", afirma ele, gerente do Thermas do Vale, ponto de lazer com 8.000 associados em São José dos Campos (a 97 km de SP) e que está lá há mais de uma década.
A divulgação on-line nas últimas semanas (no site oficial: www.tavbrasil.gov.br) do traçado de referência do trem-bala para interligar Campinas, SP e Rio já mobiliza moradores e donos de terra que temem ser afetados no trajeto de 511 km.
Os questionamentos vão das desapropriações aos impactos ambientais e urbanísticos.
O projeto do governo federal é estimado em R$ 34,6 bilhões e prometido para 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil.
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Um dos principais focos de resistência é São José dos Campos, onde políticos adversários (do PSDB ao PT) se uniram num mesmo lobby: fazem questão da presença do TAV (Trem de Alta Velocidade, nome técnico do trem-bala) por lá, mas num traçado diferente.
Na última sexta (14), encaminharam um pedido oficial de mudança ao governo Lula (PT), cujos técnicos ressalvam que a proposta divulgada não é a final, mas só uma referência.
A ressalva de maior apelo é a ambiental: a obra passa em cima de um cartão-postal conhecido como Concha do Banhado, uma área de proteção. "O pulmão de São José dos Campos", diz Marcelo Guedes, dirigente da Associação de Engenheiros e Arquitetos do município.
Mas a pressão popular é mais forte ainda devido às interferências urbanas. Além de atingir imóveis de classe média no bairro do Vale dos Pinheiros, a rota do trem-bala passa ao lado de condomínios de alto padrão, que temem ficar isolados, como uma barreira paisagística, afirma Carlinhos de Almeida, deputado estadual (PT-SP).
No Rio, a maior reação partiu da UFRJ (Universidade Federal do Rio). Motivo: pela proposta, os trilhos passariam entre o Centro de Letras e Arte e o Centro de Tecnologia Mineral, no campus da ilha do Fundão, na zona norte da cidade.
O reitor Aloísio Teixeira afirma que o trem comprometeria os projetos de expansão previstos no Plano Diretor 2020, homologado pelo MEC. "As áreas pretendidas para a passagem do trem são terrenos que vamos ocupar com salas de aula."
No último dia 6, o Conselho Universitário aprovou uma moção desautorizando qualquer intervenção no campus.
O reitor se encontrará nesta semana, no Rio, com o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo. Ele diz que técnicos da universidade podem ajudar a mudar o traçado, se necessário.
Teixeira considerou exíguo o período de consulta popular (de 24 de julho até 17 de agosto de 2009). "A impressão que dá é que não se quis fazer uma discussão verdadeira."
O estudo do trem-bala (preparado por uma consultoria britânica antes do lançamento da licitação, previsto para este semestre) estima que 90% do trajeto de superfície, de 312 km, seja bloqueado por cercas e arame farpado. O restante, com muro dentro da área urbana.
Os gastos para adquirir terras, indenizar construções e reassentar 618 famílias ultrapassam R$ 2,26 bilhões --suficiente para construir 10 km de metrô (tamanho do ramal Paulista, a linha 2-verde em SP).
Estações
A proposta estabeleceu oito estações obrigatórias (Campinas, Viracopos, Campo de Marte, Guarulhos, São José dos Campos, Volta Redonda/ Barra Mansa, Galeão e Rio) e três paradas opcionais (Resende, Aparecida e Jundiaí).
A previsão é que 18% do traçado total seja de túneis --que somam 31% do custo da obra, maior percentual na relação de todos os itens de despesa.
E a solicitação em lugares que são alvo do trajeto é justamente para que a circulação seja subterrânea --o que deve encarecer os custos.
"O que estamos pedindo não extrapola o que está previsto para outras cidades, como Guarulhos e São Paulo", diz Felicio Ramuth, assessor da gestão Eduardo Cury (PSDB) em São José dos Campos. A proposta feita ao governo é a construção de um túnel de 5 km.
Campinas também reivindica que parte do trajeto, cortando dois bairros, seja subterrânea. "Queremos evitar a criação de uma barreira geográfica", diz Hélio de Oliveira Santos (PDT), prefeito da cidade.
ALENCAR IZIDORO e MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo in http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 0059.shtml
Na vizinhança, a promessa de um trem-bala monopoliza as atenções. Alguns ansiosos para viajar a São Paulo ou ao Rio numa velocidade de 350 km/h. Outros com medo de ter suas casas isoladas pelo muro ou cercas do empreendimento, e longe de qualquer estação.
Com tanto bafafá, José Carlos Cescon resolveu vasculhar sozinho, na internet. "Você não imagina meu susto. A obra passa bem em cima do clube", afirma ele, gerente do Thermas do Vale, ponto de lazer com 8.000 associados em São José dos Campos (a 97 km de SP) e que está lá há mais de uma década.
A divulgação on-line nas últimas semanas (no site oficial: www.tavbrasil.gov.br) do traçado de referência do trem-bala para interligar Campinas, SP e Rio já mobiliza moradores e donos de terra que temem ser afetados no trajeto de 511 km.
Os questionamentos vão das desapropriações aos impactos ambientais e urbanísticos.
O projeto do governo federal é estimado em R$ 34,6 bilhões e prometido para 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil.
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Um dos principais focos de resistência é São José dos Campos, onde políticos adversários (do PSDB ao PT) se uniram num mesmo lobby: fazem questão da presença do TAV (Trem de Alta Velocidade, nome técnico do trem-bala) por lá, mas num traçado diferente.
Na última sexta (14), encaminharam um pedido oficial de mudança ao governo Lula (PT), cujos técnicos ressalvam que a proposta divulgada não é a final, mas só uma referência.
A ressalva de maior apelo é a ambiental: a obra passa em cima de um cartão-postal conhecido como Concha do Banhado, uma área de proteção. "O pulmão de São José dos Campos", diz Marcelo Guedes, dirigente da Associação de Engenheiros e Arquitetos do município.
Mas a pressão popular é mais forte ainda devido às interferências urbanas. Além de atingir imóveis de classe média no bairro do Vale dos Pinheiros, a rota do trem-bala passa ao lado de condomínios de alto padrão, que temem ficar isolados, como uma barreira paisagística, afirma Carlinhos de Almeida, deputado estadual (PT-SP).
No Rio, a maior reação partiu da UFRJ (Universidade Federal do Rio). Motivo: pela proposta, os trilhos passariam entre o Centro de Letras e Arte e o Centro de Tecnologia Mineral, no campus da ilha do Fundão, na zona norte da cidade.
O reitor Aloísio Teixeira afirma que o trem comprometeria os projetos de expansão previstos no Plano Diretor 2020, homologado pelo MEC. "As áreas pretendidas para a passagem do trem são terrenos que vamos ocupar com salas de aula."
No último dia 6, o Conselho Universitário aprovou uma moção desautorizando qualquer intervenção no campus.
O reitor se encontrará nesta semana, no Rio, com o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo. Ele diz que técnicos da universidade podem ajudar a mudar o traçado, se necessário.
Teixeira considerou exíguo o período de consulta popular (de 24 de julho até 17 de agosto de 2009). "A impressão que dá é que não se quis fazer uma discussão verdadeira."
O estudo do trem-bala (preparado por uma consultoria britânica antes do lançamento da licitação, previsto para este semestre) estima que 90% do trajeto de superfície, de 312 km, seja bloqueado por cercas e arame farpado. O restante, com muro dentro da área urbana.
Os gastos para adquirir terras, indenizar construções e reassentar 618 famílias ultrapassam R$ 2,26 bilhões --suficiente para construir 10 km de metrô (tamanho do ramal Paulista, a linha 2-verde em SP).
Estações
A proposta estabeleceu oito estações obrigatórias (Campinas, Viracopos, Campo de Marte, Guarulhos, São José dos Campos, Volta Redonda/ Barra Mansa, Galeão e Rio) e três paradas opcionais (Resende, Aparecida e Jundiaí).
A previsão é que 18% do traçado total seja de túneis --que somam 31% do custo da obra, maior percentual na relação de todos os itens de despesa.
E a solicitação em lugares que são alvo do trajeto é justamente para que a circulação seja subterrânea --o que deve encarecer os custos.
"O que estamos pedindo não extrapola o que está previsto para outras cidades, como Guarulhos e São Paulo", diz Felicio Ramuth, assessor da gestão Eduardo Cury (PSDB) em São José dos Campos. A proposta feita ao governo é a construção de um túnel de 5 km.
Campinas também reivindica que parte do trajeto, cortando dois bairros, seja subterrânea. "Queremos evitar a criação de uma barreira geográfica", diz Hélio de Oliveira Santos (PDT), prefeito da cidade.
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
O mais badalado aeroporto internacional da França, o de Lyon, por onde passa o TGV está a pouco mais de 25 km de distância do centro da cidade foi planejado em conjunto para receber a estação de trem.
O aeroporto JFK um dos maiores do mundo, senão o maior, não tem TAV mas tem trem para facilitar o acesso e dezenas de outras opções (ver em Ferrovias - mundo / NY de trem para o aeroporto percurso de mais de 23 km).
Até entendo que o TAV passe por Guarulhos está praticamente no caminho.
Mas no Rio o GIG fica a menos de 9 km do centro acessível pelos projetos a serem implantados do Metrô, Supervia, Maglev (até o SDU) e até se quiserem por via marítima. Nas demais cidades existe necessidade de passar pelo centro? Será que não poderia ser um pouco fora? Evitaria estes gastos com desapropriação, o que é um grande negócio especulativo para alguns.
Vi a alternativa do traçado do prof. Eduardo David que seria passar por cima do leito ferroviário existente, como uma solução que poderia resolver dois problemas, o do TAV e o da modernização do trecho até Deodoro.
Só discordo dêle no ponto em que passa através de túnel pela Serra do Mendanha, que também é conhecida como Serra do Vulcão pois existiu um que está extinto há milhares de anos e é bom não ressucitá-lo. Para corrigir este ponto bastaria, quando chegar em Madureira, o leito virar à direita pelo caminho da torres da Light e continuaria até a subida da serra no ponto onde está projetado. Por baixo seria a Via Light e por cima o TAV.
Não atrapalharia os planos da UFRJ, não teria desapropriação na Baixada e seria um túnel a menos.
Alguém já disse em outro forum que a intenção é apenas visando a privatização do GIG e agregar mais valor a ele do que beneficiar a população e o usuário.
O aeroporto JFK um dos maiores do mundo, senão o maior, não tem TAV mas tem trem para facilitar o acesso e dezenas de outras opções (ver em Ferrovias - mundo / NY de trem para o aeroporto percurso de mais de 23 km).
Até entendo que o TAV passe por Guarulhos está praticamente no caminho.
Mas no Rio o GIG fica a menos de 9 km do centro acessível pelos projetos a serem implantados do Metrô, Supervia, Maglev (até o SDU) e até se quiserem por via marítima. Nas demais cidades existe necessidade de passar pelo centro? Será que não poderia ser um pouco fora? Evitaria estes gastos com desapropriação, o que é um grande negócio especulativo para alguns.
Vi a alternativa do traçado do prof. Eduardo David que seria passar por cima do leito ferroviário existente, como uma solução que poderia resolver dois problemas, o do TAV e o da modernização do trecho até Deodoro.
Só discordo dêle no ponto em que passa através de túnel pela Serra do Mendanha, que também é conhecida como Serra do Vulcão pois existiu um que está extinto há milhares de anos e é bom não ressucitá-lo. Para corrigir este ponto bastaria, quando chegar em Madureira, o leito virar à direita pelo caminho da torres da Light e continuaria até a subida da serra no ponto onde está projetado. Por baixo seria a Via Light e por cima o TAV.
Não atrapalharia os planos da UFRJ, não teria desapropriação na Baixada e seria um túnel a menos.
Alguém já disse em outro forum que a intenção é apenas visando a privatização do GIG e agregar mais valor a ele do que beneficiar a população e o usuário.
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
http://www.ufrj.br/mostraNoticia.php?cod_noticia=8140
A UFRJ E O TREM BALA
Aloisio Teixeira*
A Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu, surpresa, a notícia da Consulta Pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), destinada a “divulgar a documentação pertinente e colher sugestões sobre o projeto de implantação do Trem de Alta Velocidade – TAV, para o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.”
A surpresa se deve ao fato de que um projeto de tal magnitude, com custos elevados e grandes impactos sobre as áreas direta e indiretamente afetadas, do ponto de vista ambiental, econômico e social, seja colocado em discussão com um prazo tão curto (24 de julho a 17 de agosto), informações insuficientes e sem que instituições, grupos sociais, comunidades e demais agentes públicos e privados interessados tenham possibilidade de tomar adequado conhecimento da questão.
Ainda mais surpreendente é saber que o traçado pretendido atravessa a Cidade Universitária da UFRJ, território onde se exerce a autonomia universitária assegurada pela Constituição Federal. A autonomia, expressão contemporânea da tradição que, desde os primórdios da instituição, é um requisito fundamental para o desenvolvimento da educação superior, consiste em direito ao autogoverno, inclusive em questões relacionadas à ocupação, uso e acesso ao território universitário.
Tal fato ganha maior gravidade por se dar em um momento em que a Universidade está elaborando seu Plano Diretor UFRJ 2020 — na verdade um ambicioso projeto de desenvolvimento da Cidade Universitária, que enfatiza sua integração à Cidade do Rio de Janeiro e aponta para a necessidade de uma ampliação expressiva das redes de transporte público para atender a uma população estimada em mais de 120.000 pessoas que circularão por essa região até 2020. O Plano Diretor é parte de um conjunto mais amplo de projetos que integram o Plano de Reestruturação e Expansão da UFRJ, aprovado pelo Conselho Universitário em outubro de 2007 e homologado pelo Ministério da Educação.
Vale destacar que uma das recomendações ali contidas diz respeito exatamente à garantia da integridade e inalienabilidade do patrimônio fundiário da Universidade. A razão para essa recomendação é que a finalidade primordial do patrimônio da Universidade Federal do Rio de Janeiro é a de servir única e exclusivamente ao fim para o qual foi destinado, isto é, ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária.
Há uma razão adicional que aumenta nossa preocupação: o Edital desconhece a importância e a qualidade dos conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos no país, omitindo inteiramente qualquer requisito que venha a associar o projeto ao desenvolvimento nacional.
Por essas razões, o Conselho Universitário da UFRJ aprovou em recente reunião uma moção de protesto contra os procedimentos adotados, a ausência de informação qualificada e os prazos irrisórios da Consulta Pública. Manifestou ademais sua oposição à utilização da Cidade Universitária, que não foi sequer consultada, como via de passagem para o trem de alta velocidade, através de terrenos de propriedade da UFRJ e nos quais a Universidade exerce sua plena autonomia constitucional.
A UFRJ está plenamente consciente de que a questão do transporte público integra o painel de problemas que exigem soluções eficientes e modernas. A UFRJ está capacitada a ajudar na busca das soluções. Exatamente por isso, e em defesa de sua função social e de seu estatuto, desautoriza qualquer intervenção no território da Cidade Universitária, à sua revelia, e apela à sociedade em geral e às autoridades governamentais direta ou indiretamente envolvidas com o processo decisório referente ao Projeto do TAV que ampliem os prazos de discussão pública e permitam que as decisões sejam tomadas não em gabinetes fechados mas com ampla consulta aos interesses da sociedade e da população.
* Reitor da UFRJ.
A UFRJ E O TREM BALA
Aloisio Teixeira*
A Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu, surpresa, a notícia da Consulta Pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), destinada a “divulgar a documentação pertinente e colher sugestões sobre o projeto de implantação do Trem de Alta Velocidade – TAV, para o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.”
A surpresa se deve ao fato de que um projeto de tal magnitude, com custos elevados e grandes impactos sobre as áreas direta e indiretamente afetadas, do ponto de vista ambiental, econômico e social, seja colocado em discussão com um prazo tão curto (24 de julho a 17 de agosto), informações insuficientes e sem que instituições, grupos sociais, comunidades e demais agentes públicos e privados interessados tenham possibilidade de tomar adequado conhecimento da questão.
Ainda mais surpreendente é saber que o traçado pretendido atravessa a Cidade Universitária da UFRJ, território onde se exerce a autonomia universitária assegurada pela Constituição Federal. A autonomia, expressão contemporânea da tradição que, desde os primórdios da instituição, é um requisito fundamental para o desenvolvimento da educação superior, consiste em direito ao autogoverno, inclusive em questões relacionadas à ocupação, uso e acesso ao território universitário.
Tal fato ganha maior gravidade por se dar em um momento em que a Universidade está elaborando seu Plano Diretor UFRJ 2020 — na verdade um ambicioso projeto de desenvolvimento da Cidade Universitária, que enfatiza sua integração à Cidade do Rio de Janeiro e aponta para a necessidade de uma ampliação expressiva das redes de transporte público para atender a uma população estimada em mais de 120.000 pessoas que circularão por essa região até 2020. O Plano Diretor é parte de um conjunto mais amplo de projetos que integram o Plano de Reestruturação e Expansão da UFRJ, aprovado pelo Conselho Universitário em outubro de 2007 e homologado pelo Ministério da Educação.
Vale destacar que uma das recomendações ali contidas diz respeito exatamente à garantia da integridade e inalienabilidade do patrimônio fundiário da Universidade. A razão para essa recomendação é que a finalidade primordial do patrimônio da Universidade Federal do Rio de Janeiro é a de servir única e exclusivamente ao fim para o qual foi destinado, isto é, ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária.
Há uma razão adicional que aumenta nossa preocupação: o Edital desconhece a importância e a qualidade dos conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos no país, omitindo inteiramente qualquer requisito que venha a associar o projeto ao desenvolvimento nacional.
Por essas razões, o Conselho Universitário da UFRJ aprovou em recente reunião uma moção de protesto contra os procedimentos adotados, a ausência de informação qualificada e os prazos irrisórios da Consulta Pública. Manifestou ademais sua oposição à utilização da Cidade Universitária, que não foi sequer consultada, como via de passagem para o trem de alta velocidade, através de terrenos de propriedade da UFRJ e nos quais a Universidade exerce sua plena autonomia constitucional.
A UFRJ está plenamente consciente de que a questão do transporte público integra o painel de problemas que exigem soluções eficientes e modernas. A UFRJ está capacitada a ajudar na busca das soluções. Exatamente por isso, e em defesa de sua função social e de seu estatuto, desautoriza qualquer intervenção no território da Cidade Universitária, à sua revelia, e apela à sociedade em geral e às autoridades governamentais direta ou indiretamente envolvidas com o processo decisório referente ao Projeto do TAV que ampliem os prazos de discussão pública e permitam que as decisões sejam tomadas não em gabinetes fechados mas com ampla consulta aos interesses da sociedade e da população.
* Reitor da UFRJ.
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Autor do tópico - CO-FUNDADOR
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Isso vai dar uma briga para desapropriar...
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- MEMBRO PLENO 2.0
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Desde a linha Vermelha a indústria da desapropriação é, infelizmente, uma das que mais cerescem aqui no Rio. Muitas vezes até fomentada por interesses eleitoreiros e escusos.HGPFILHO escreveu:Isso vai dar uma briga para desapropriar...
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- MEMBRO PLENO 2.0
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Acho pretenção da minha parte achar que eles leram no TGVBR as reclamações e dicas que todos nós fizemos aqui. A verdade é que os planejadores do TAV descobriram a pólvora.
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/08 ... 464659.asp
______________________________________________________________________________
RIO - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou nesta terça-feira que o trem-bala será subterrâneo nas zonas urbanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O órgão decidiu fazer a exigência, que será incluída no projeto de referência para investidores interessados na concessão, por causa dos inúmeros obstáculos para realizar a obra na superfície. Serão, ao todo, 80 quilômetros de túneis. A decisão da ANTT encerra a polêmica em torno da passagem não autorizada do trem pelo campus da Cidade Universitária da UFRJ, na Ilha do Fundão.
O diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, diz que a decisão foi tomada por questões de segurança, economia e facilidade de execução da obra.
- O cálculo de quanto economizaremos ainda não foi feito, até porque o valor final da obra, de R$ 34,6 bilhões, é de referência. Mas, sem os túneis, haveria interferência séria em viadutos como a Linha Vermelha. Além disso, decidimos por questão de segurança de transporte e do passageiro.
_______________________________________________________________________________
Já que chegaram a esta conclusão, só falta levar estes túneis até as proximidades do centro de Sampa, e não no Campo de Marte. Não sou paulistano e posso até estar falando besteira mas a impressão que me causa a notícia é esta.
Aqui no Rio a questão é de segurança para os passageiros pois a rota proposta passa em áreas de risco, e acima de tudo muito degradada.
Ainda penso neste roteiro:
Galeão - Leopoldina - leito do ramal de Deodoro em túneis até Madureira/Mercadão ( aproveitando para colocar este trecho das linhas da Supervia todo subterrâneo, não necessariamente ao mesmo tempo), daí em diante via Light em elevado.
Sou muito chato com este traçado né pessoal?
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/08 ... 464659.asp
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RIO - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou nesta terça-feira que o trem-bala será subterrâneo nas zonas urbanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O órgão decidiu fazer a exigência, que será incluída no projeto de referência para investidores interessados na concessão, por causa dos inúmeros obstáculos para realizar a obra na superfície. Serão, ao todo, 80 quilômetros de túneis. A decisão da ANTT encerra a polêmica em torno da passagem não autorizada do trem pelo campus da Cidade Universitária da UFRJ, na Ilha do Fundão.
O diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, diz que a decisão foi tomada por questões de segurança, economia e facilidade de execução da obra.
- O cálculo de quanto economizaremos ainda não foi feito, até porque o valor final da obra, de R$ 34,6 bilhões, é de referência. Mas, sem os túneis, haveria interferência séria em viadutos como a Linha Vermelha. Além disso, decidimos por questão de segurança de transporte e do passageiro.
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Já que chegaram a esta conclusão, só falta levar estes túneis até as proximidades do centro de Sampa, e não no Campo de Marte. Não sou paulistano e posso até estar falando besteira mas a impressão que me causa a notícia é esta.
Aqui no Rio a questão é de segurança para os passageiros pois a rota proposta passa em áreas de risco, e acima de tudo muito degradada.
Ainda penso neste roteiro:
Galeão - Leopoldina - leito do ramal de Deodoro em túneis até Madureira/Mercadão ( aproveitando para colocar este trecho das linhas da Supervia todo subterrâneo, não necessariamente ao mesmo tempo), daí em diante via Light em elevado.
Sou muito chato com este traçado né pessoal?
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Relaxa Pablo, você está expondo suas idéias... Mas que teremos briga pois uma obra de porte dessa não vai ser fácil. Se ao menos tivesse o leito da antiga EFCB inteira entre Rio e SP para fazer o "up grade", mas o traçado deverá levar em consideração todos os pormenores, devendo levar desenvolvimento e nao tolhendo desenvolvimento de outras areas.
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- MEMBRO PLENO 2.0
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Re: Cidades lutam para mudar traçado do TAV
Talvez em São Paulo tenha acontecido o mesmo caso. É que a ferrovia divide os bairros ao meio e nunca há uma integração de transportes, tipo assim não há um veículo que faça os dois lados da via. Comercialmente então é um estrago só, um lado sempre fica abandonado, a exceção de Madureira que tem movimento comercial dos dois lados e Cascadura que tem um comércio muito fraco dos dois lados. O que vejo é que a região do centro está se expandindo em direção oeste ao longo da via férrea e agora, enquanto não está valorizado e saturado, é a melhor época para se fazer algo que realmente melhore e valorize a região fazendo com que a PMRJ e o Estado ganhem mais na arrecadação. Chama se planejamento de longo prazo, só que político é imediatista né? Melhor gastar dinheiro com obra do que com desapropriação.
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